23 de DEZEMBRO 2021 - O Orçamento recém-aprovado dará R$ 4,9 bilhões para as legendas gastarem nas próximas eleições via fundo eleitoral (fundão), quase três vezes o valor liberado no último pleito. Juntando o fundo partidário (R$ 1 bilhão) e o ressarcimento às TVs e rádios pela propaganda eleitoral (R$ 738 milhões), haverá um recorde de R$ 6,7 bilhões aos partidos este ano.
Essa benesse com recursos subtraídos da Saúde e da Educação juntou os interesses do governo e da oposição. Os maiores beneficiários serão as candidaturas de Lula (R$ 878 milhões) e de Bolsonaro (R$ 870 milhões), além do ex-partido do chefe do Executivo, o PSL, que foi rebatizado de União Brasil e agora ensaia um acordo com Sergio Moro (um acerto de conveniências para inflar as bancadas do PSL e do DEM, mas que dificilmente trará ganhos ao ex-juiz).
Esse derrame de dinheiro público é um escárnio. Criado para driblar a proibição de financiamento privado às campanhas (uma falsa medida moralista tomada pelo STF em 2015, que fez a Justiça na prática renunciar a controlar os desvios e a corrupção com dinheiros das campanhas), o fundão estava destinado a crescer exponencialmente ao longo dos anos. Foi exatamente o que aconteceu. O Orçamento desastroso de 2022, aprovado por um governo disfuncional que entregou o poder ao Centrão numa tentativa desesperada de sobreviver e chegar a um segundo mandato, ampliou as distorções que já se anunciavam. Implodiu o teto de gastos e o controle fiscal e abriu a porteira para toda sorte de gastos eleitoreiros e favorecimentos espúrios (o orçamento secreto superior a R$ 16 bilhões é outro deboche).
Nenhuma das forças que lidera a corrida eleitoral atualmente tem compromisso com a moralidade administrativa e com as contas públicas. Bolsonaro já abraçou o populismo fiscal desavergonhado. Lula defende o fim do teto de gastos. O seu partido, o PT, criou a falsa narrativa (ou seja, mentira) de que a falta de verbas públicas “forçou” o partido a entrar nos escândalos do Mensalão e do Petrolão. No fundo, trata-se apenas do velho oportunismo esperto com o dinheiro do contribuinte, que facilita o fortalecimento de grupos políticos e o desvio de recursos públicos para o enriquecimento pessoal. O País entra em 2022 com a perspectiva de um retrocesso histórico na modernização do Estado, que voltará a servir apenas para o velho populismo. As mudanças feitas nos anos 1990 pelo Plano Real nunca estiveram tão ameaçadas.
Fonte: IstoÉ
Foto: Reprodução
Essa benesse com recursos subtraídos da Saúde e da Educação juntou os interesses do governo e da oposição. Os maiores beneficiários serão as candidaturas de Lula (R$ 878 milhões) e de Bolsonaro (R$ 870 milhões), além do ex-partido do chefe do Executivo, o PSL, que foi rebatizado de União Brasil e agora ensaia um acordo com Sergio Moro (um acerto de conveniências para inflar as bancadas do PSL e do DEM, mas que dificilmente trará ganhos ao ex-juiz).
Esse derrame de dinheiro público é um escárnio. Criado para driblar a proibição de financiamento privado às campanhas (uma falsa medida moralista tomada pelo STF em 2015, que fez a Justiça na prática renunciar a controlar os desvios e a corrupção com dinheiros das campanhas), o fundão estava destinado a crescer exponencialmente ao longo dos anos. Foi exatamente o que aconteceu. O Orçamento desastroso de 2022, aprovado por um governo disfuncional que entregou o poder ao Centrão numa tentativa desesperada de sobreviver e chegar a um segundo mandato, ampliou as distorções que já se anunciavam. Implodiu o teto de gastos e o controle fiscal e abriu a porteira para toda sorte de gastos eleitoreiros e favorecimentos espúrios (o orçamento secreto superior a R$ 16 bilhões é outro deboche).
Nenhuma das forças que lidera a corrida eleitoral atualmente tem compromisso com a moralidade administrativa e com as contas públicas. Bolsonaro já abraçou o populismo fiscal desavergonhado. Lula defende o fim do teto de gastos. O seu partido, o PT, criou a falsa narrativa (ou seja, mentira) de que a falta de verbas públicas “forçou” o partido a entrar nos escândalos do Mensalão e do Petrolão. No fundo, trata-se apenas do velho oportunismo esperto com o dinheiro do contribuinte, que facilita o fortalecimento de grupos políticos e o desvio de recursos públicos para o enriquecimento pessoal. O País entra em 2022 com a perspectiva de um retrocesso histórico na modernização do Estado, que voltará a servir apenas para o velho populismo. As mudanças feitas nos anos 1990 pelo Plano Real nunca estiveram tão ameaçadas.
Fonte: IstoÉ
Foto: Reprodução
Fonte: RN Política em Dia.