Profissional de saúde faz teste de swab nasal para Covid-19 em
um homem em Gaza, Palestina, no dia 27 de dezembro de 2021
— Foto: Mahmud Hams / AFP
03 de JANEIRO 2022 - O físico Wesley Cota, pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, montou um dos sites mais completos para o monitoramento da pandemia de covid-19 no Brasil.
A página, que traz informações sobre casos, hospitalizações, mortes, testagem e vacinação detalhados pelas cidades do país, serve de referência até para o Our World In Data, portal criado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, que reúne estatísticas globais sobre a crise sanitária.
O especialista se mostra apreensivo com a atual situação do país. "A gente está no escuro. Vemos os profissionais de saúde relatando aumento de casos de infecções respiratórias, mas não temos a menor ideia se é gripe ou covid", aponta.
"Também não sabemos se esses casos têm a ver com a variante ômicron e o quanto ela está disseminada por aqui."
Cota não é o único a levantar essa preocupação: ao longo das últimas semanas, diversos especialistas que acompanham a situação da covid-19 no Brasil fizeram uma série de críticas a respeito da disponibilidade de dados capazes de refletir o que realmente está acontecendo por aqui.
O temor deles é que, a exemplo do que ocorre agora em várias partes do mundo, como Reino Unido, França e Estados Unidos, a ômicron esteja se espalhando de forma silenciosa e acelerada pelo país, impulsionada pela maior capacidade de transmissão dessa variante e pelas aglomerações e festas de final e de início de ano.
A principal dificuldade para ver esse aumento claramente, dizem eles, é o fato de que o Brasil nunca teve uma política pública de testagem, isolamento de casos positivos e rastreamento de contatos.
Por André Biernath, BBC
03 de JANEIRO 2022 - O físico Wesley Cota, pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, montou um dos sites mais completos para o monitoramento da pandemia de covid-19 no Brasil.
A página, que traz informações sobre casos, hospitalizações, mortes, testagem e vacinação detalhados pelas cidades do país, serve de referência até para o Our World In Data, portal criado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, que reúne estatísticas globais sobre a crise sanitária.
O especialista se mostra apreensivo com a atual situação do país. "A gente está no escuro. Vemos os profissionais de saúde relatando aumento de casos de infecções respiratórias, mas não temos a menor ideia se é gripe ou covid", aponta.
"Também não sabemos se esses casos têm a ver com a variante ômicron e o quanto ela está disseminada por aqui."
Cota não é o único a levantar essa preocupação: ao longo das últimas semanas, diversos especialistas que acompanham a situação da covid-19 no Brasil fizeram uma série de críticas a respeito da disponibilidade de dados capazes de refletir o que realmente está acontecendo por aqui.
O temor deles é que, a exemplo do que ocorre agora em várias partes do mundo, como Reino Unido, França e Estados Unidos, a ômicron esteja se espalhando de forma silenciosa e acelerada pelo país, impulsionada pela maior capacidade de transmissão dessa variante e pelas aglomerações e festas de final e de início de ano.
A principal dificuldade para ver esse aumento claramente, dizem eles, é o fato de que o Brasil nunca teve uma política pública de testagem, isolamento de casos positivos e rastreamento de contatos.