Guilherme Padin, do R7
'Anos eleitorais são bastante movimentados, inclusive pela internet', diz pesquisador REPRODUÇÃO/RECORD TV
13 de FEVEREIRO 2023 - “Passar fome é pouco. Sobre os nordestinos, eles merecem a situação precária que têm!” A frase de uma empresária paulista, publicada em suas redes sociais durante as eleições do ano passado, é reveladora acerca da forma como muitas pessoas manifestaram sua indignação política utilizando-se de preconceito e ódio em 2022.
Em um cenário de ano eleitoral, as denúncias de xenofobia na internet aumentaram 874% em relação a 2021, segundo dados da Central Nacional de Denúncias da Safernet, organização com foco na promoção de defesa dos direitos humanos na internet no país.
Se consideradas todas as categorias de denúncias de crimes de ódio na web, a alta também foi expressiva: 67,7%.
Os responsáveis pela pesquisa consideram uma relação direta entre o crescimento no número de crimes de ódio e os últimos anos de eleição, uma vez que essa tendência se repetiu em 2018 e 2020.
“Anos eleitorais são bastante movimentados, inclusive com a participação pela internet. Isso colabora com o aumento das denúncias, e também devido à aparição, desde 2018, de figuras que questionavam os direitos humanos”, afirma o gerente de projetos da ONG, Guilherme Alves.
Esse ambiente mais tóxico, pondera Alves, faz com que os conteúdos sejam mais disseminados e também as pessoas sejam mais atentas.
Quanto à alta desproporcional nas denúncias de xenofobia, o gerente diz se tratar de uma análise complexa, cujos motivos podem ser variados, dado que o aumento chegou próximo de 900%. Porém, ele ressalta que, em grande parte, esse número foi alavancado por ofensas xenofóbicas especificamente contra nordestinos.
Fonte: R7