Fernanda Frazão/Agência Brasil
Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos devem receber o esquema de duas doses contra o HPV
22 de FEVEREIRO 2023 - A cobertura vacinal de meninas entre 9 e 14 anos contra o HPV caiu 14,87% nos últimos quatro anos no Brasil. Em 2019, o índice atingiu 87,08% e caiu para 75,81% no ano passado. Em relação aos meninos da mesma faixa etária, a queda foi de 61,55% em 2019 para 52,16% em 2022. Os dados são do Ministério da Saúde e alertam para as consequências da baixa na imunização, como o aumento de casos de câncer.
O HPV, vale lembrar, é uma abreviação para o papilomavirús humano e nomeia mais de 200 tipos de vírus capazes de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal de mulheres e homens. Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina contra o HPV para crianças e adolescentes como forma de prevenção para os tipos de vírus 6, 11, 16 e 18, os mais frequentes entre a população.
Como funciona o esquema vacinal
Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos devem receber o esquema de duas doses contra o HPV. Adolescentes que receberem a primeira dose do imunizante entre 9 e 14 anos, poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassados os seis meses do intervalo recomendado, para não perder a chance de completar o esquema vacinal.
Mulheres e homens que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos, recebem o esquema de três doses.
Transmissão e outras formas de prevenção
A transmissão do HPV frequentemente ocorre a partir das relações sexuais, seja por meio vaginal, oral, anal ou até mesmo durante a masturbação mútua, sem a necessidade de penetração desprotegida para o contágio. O uso do preservativo, nesse sentido, também favorece a proteção contra o vírus e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
O Papanicolau, exame preventivo contra o HPV, também é recomendado para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. Embora não seja capaz de diagnosticar a presença do vírus, o procedimento auxilia na detecção de células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, ele pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).
A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.
As primeiras manifestações da infecção surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
Fonte: Tribuna do Norte.