Família de menino com medula exposta busca 1 milhão de tampinhas

Família arrecada 1 milhão de tampinhas para comprar 
cadeira de rodas a criança com medula exposta — Foto: Arquivo Pessoal

21 de OUTUBRO 2019 - Tampinhas de plástico são a esperança de uma família que precisa de ajuda para adquirir uma cadeira de rodas para um garoto de seis anos, morador de Santos, no litoral de São Paulo. A família iniciou uma campanha na web e o objetivo é arrecadar um milhão de tampinhas.

Miguel Romay Canoilas tem mielomeningocele, uma malformação congênita na coluna vertebral, e também desenvolveu hidrocefalia, que se caracteriza pelo acúmulo de líquido dentro da cabeça. A pedagoga Daniele Romay Canoilas, de 37 anos, conta que recebeu o diagnóstico da doença do filho quando estava grávida de sete meses.

"Cada um falava uma coisa. Diziam que ele se alimentaria por sonda, que poderia ficar cego. Acabei me apegando a Deus e esperando. Quando nasceu, a gente viu que não era tão grave quanto sugeriram", conta Daniele.

Uma das tias de Miguel começou a vender lacres de alumínio para fazer uma poupança para a criança e, a partir daí, a família decidiu fazer uma campanha para arrecadar tampinhas. A divulgação em uma página no Facebook começou no dia 29 de julho e a família já conseguiu aproximadamente duas toneladas.

Daniele conta que Miguel já tem uma cadeira de rodas, mas ele utiliza o equipamento desde os dois anos e agora precisa de uma cadeira maior. Ela explica que está em contato com uma Organização Não Governamental (ONG) para ganhar a cadeira, que custa R$ 7 mil. Se conseguir, o dinheiro arrecado com a venda das tampinhas será destinado a outra criança que precise.

Família arrecada 1 milhão de tampinhas para comprar 
cadeira de rodas a criança com medula exposta — Foto: Arquivo Pessoal

Mielomeningocele

A mielomeningocele, também conhecida como espinha bífida aberta, deixa expostas as meninges (membranas da espinha), a medula óssea e as raízes nervosas.

Miguel ficou internado durante 22 dias logo após o nascimento. Com apenas duas horas de vida, os médicos fizeram um procedimento para corrigir a mielomeningocele e com uma semana foi colocada uma válvula de derivação na cabeça devido à hidrocefalia.

Ele começou a fazer fisioterapia aos quatro meses e órtese aos cinco. Atualmente, ele faz apenas acompanhamento fisioterapêutico quatro vezes na semana.

Miguel ficou internado durante 22 dias logo após o nascimento — Foto: Arquivo Pessoal

A mãe conta que ele frequenta a escola pela manhã, vai para a fisioterapia à tarde e também faz aulas de ciclismo. Segundo ela, o objetivo é incentivar ao máximo a independência da criança.

"Eu procuro ensinar que ele pode tudo, dentro das limitações. E ele faz tudo. Sobe na cadeira, desce. É bem independente. Procuro fazer com que ele aprenda", conta.

Mãe afirma que procura incentivar a independência de Miguel — Foto: Arquivo Pessoal

Doações

Podem ser doadas tampas de qualquer cor e tamanho, de produtos como refrigerante, água, amaciante, desinfetante, detergente, shampoo, condicionador, pasta de dentes, achocolatados e leite.

O contato com a família pode ser feito pela página no Facebook ‘1 Milhão Miguel Romay’. Os pontos de coleta estão distribuídos entre as cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá e Bertioga.

Por Liliane Souza, G1 Santos

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