Após alta recorde do dólar, Guedes diz que câmbio a R$ 1,80 permitia a doméstica ir à Disney


Ministro da Economia, Paulo Guedes, discursa em seminário em Brasília nesta quarta (12) — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Ministro da Economia, Paulo Guedes, discursa em seminário em Brasília nesta quarta (12) — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

13 de FEVEREIRO 2020 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (12) que o dólar mais baixo permitia empregadas domésticas irem à Disney, nos Estados Unidos. O ministro acrescentou que a alta do dólar fará "todo mundo conhecer o Brasil".
Guedes deu as declarações ao participar da cerimônia de encerramento do Seminário de Abertura do Ano Legislativo, organizado pela revista "Voto", em Brasília.
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, com o quarto recorde seguido, a R$ 4,35, impulsionado pela divulgação dos dados do varejo brasileiro e do maior otimismo do mercado em relação à contenção da epidemia do coronavírus na China.
"Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que está cheio de coisa bonita para ver", declarou.
Em seguida, o ministro continuou falando sobre o assunto, mas acrescentando que a declaração poderia repercutir.
"Vamos botar todo mundo para conhecer o Brasil. Eu, de vez em quando, quis dar o exemplo, mas antes que falem: 'Ministro diz que empregada doméstica estava indo para a Disneylândia'. Não. Ministro está dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo estava indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais baixas", afirmou.
Na sequência do discurso, Paulo Guedes afirmou que "todo mundo que ir para a Disneylândia", mas não "três, quatro vezes ao ano".
"Todo mundo tem que ir para a Disneylândia, conhecer um dia, mas não três, quatro vezes por ano, não é? Com dólar a R$ 1,80, tinha gente indo quatro vezes por ano. Não, vai três vezes aqui, Foz do Iguaçu, Chapada Diamantina, conhece um pouquinho do Brasil, vai ver a selva amazônica, na quarta vez você vai para a Disney em vez de ir quatro vezes no ano. Então, só isso que estou dizendo", completou.

Servidores 'parasitas'

Na semana passada, Guedes se envolveu em uma polêmica ao comparar servidores públicos a "parasitas".
O ministro argumentou que a máquina pública, nas três esferas de governo, não se sustenta financeiramente por questões fiscais e, por isso, a carreira do funcionalismo precisa ser revista.
"O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático", declarou.
Depois, diante da repercussão, o ministro se desculpou. Em nota, o Ministério da Economia afirmou que a declaração dele havia sito deturpada.

Por Yvna Sousa e Filipe Matoso, TV Globo e G1 — Brasília

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