Professora deixou o hospital em abril — Foto: Divulgação
08 de MAIO 2020 - A professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) Lúcia Helena Medeiros, de 50 anos, conseguiu se recuperar do novo coronavírus após ficar 23 dias internada - 10 deles na UTI - em um hospital particular na cidade de Mossoró, região Oeste potiguar. Liberada no dia 11 de abril da unidade de saúde, há quase um mês, ela ainda tem efeitos da doença, apesar de não ter mais o risco de transmitir para outras pessoas.
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"Eu ainda não estou livre (dos sintomas). Eu estou com dificuldades na respiração, canso um pouco. É uma coisa que ainda está em processo. Sabemos que a doença atinge cada um de uma forma", contou.
Os primeiros sintomas da professora do Departamento de Letras e Artes da UERN apareceram cinco dias antes dela ser internada - ela teve primeiro uma irritação na garganta, depois a tosse e aí surgiu a febre. "Nesse tempo todo minha pressão estava muito alta", relatou ela, que é hipertensa, um dos grupos de risco do coronavírus.
"Quando eu fui internada, eu já estava com muita falta de ar. O pulmão já estava muito prejudicado, segundo me disseram os médicos depois dos exames iniciais".
Ela relata que dois sentimentos a marcaram no tempo em que ficou internada, principalmente no período da UTI: solidão e incerteza. "A UTI é um espaço muito isolado. É um sentimento de solidão ali. Não tem visita, nada, só os profissionais da saúde com os equipamentos de proteção para nos dar medicamentos, assistência", falou.
"A doença é uma coisa incerta. A gente tem consciência de que o que o médico está fazendo ali pode dar certo ou não".
Por isso, deixar o hospital recuperada, para ela, trouxe uma sensação de alívio. "Sair do hospital recuperada é um alívio muito grande. É uma gratidão que a gente sente. Essa doença é uma coisa que a gente não conhece direito. Não temos um conhecimento pleno ainda do que pode causar".
A professora Lúcia Helena acredita que pode ter adquirido a doença em uma reunião na UERN, ainda em março, quando despontavam os primeiros casos da Covid-19 em todo o estado. Naquele período, o Governo do RN ainda não havia decretado a paralisação parcial das atividades comerciais e as medidas de isolamento social.
Atualmente em isolamento dentro de casa, ela se mostra preocupada com as pessoas que não estão levando à sério a gravidade da situação. "Quando eu vejo essas aglomerações, eu fico muito preocupada. As pessoas que estão lá fora não tem a noção do que é essa doença. Só quem passou sabe a força dela e também os profissionais de saúde que estão se dedicando diariamente, ajudando a salvar vidas".
Por Leonardo Erys, G1 RN
08 de MAIO 2020 - A professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) Lúcia Helena Medeiros, de 50 anos, conseguiu se recuperar do novo coronavírus após ficar 23 dias internada - 10 deles na UTI - em um hospital particular na cidade de Mossoró, região Oeste potiguar. Liberada no dia 11 de abril da unidade de saúde, há quase um mês, ela ainda tem efeitos da doença, apesar de não ter mais o risco de transmitir para outras pessoas.
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"Eu ainda não estou livre (dos sintomas). Eu estou com dificuldades na respiração, canso um pouco. É uma coisa que ainda está em processo. Sabemos que a doença atinge cada um de uma forma", contou.
Os primeiros sintomas da professora do Departamento de Letras e Artes da UERN apareceram cinco dias antes dela ser internada - ela teve primeiro uma irritação na garganta, depois a tosse e aí surgiu a febre. "Nesse tempo todo minha pressão estava muito alta", relatou ela, que é hipertensa, um dos grupos de risco do coronavírus.
"Quando eu fui internada, eu já estava com muita falta de ar. O pulmão já estava muito prejudicado, segundo me disseram os médicos depois dos exames iniciais".
Ela relata que dois sentimentos a marcaram no tempo em que ficou internada, principalmente no período da UTI: solidão e incerteza. "A UTI é um espaço muito isolado. É um sentimento de solidão ali. Não tem visita, nada, só os profissionais da saúde com os equipamentos de proteção para nos dar medicamentos, assistência", falou.
"A doença é uma coisa incerta. A gente tem consciência de que o que o médico está fazendo ali pode dar certo ou não".
Por isso, deixar o hospital recuperada, para ela, trouxe uma sensação de alívio. "Sair do hospital recuperada é um alívio muito grande. É uma gratidão que a gente sente. Essa doença é uma coisa que a gente não conhece direito. Não temos um conhecimento pleno ainda do que pode causar".
A professora Lúcia Helena acredita que pode ter adquirido a doença em uma reunião na UERN, ainda em março, quando despontavam os primeiros casos da Covid-19 em todo o estado. Naquele período, o Governo do RN ainda não havia decretado a paralisação parcial das atividades comerciais e as medidas de isolamento social.
Atualmente em isolamento dentro de casa, ela se mostra preocupada com as pessoas que não estão levando à sério a gravidade da situação. "Quando eu vejo essas aglomerações, eu fico muito preocupada. As pessoas que estão lá fora não tem a noção do que é essa doença. Só quem passou sabe a força dela e também os profissionais de saúde que estão se dedicando diariamente, ajudando a salvar vidas".
Lúcia Helena é professora da UERN — Foto: Cedida
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