PM pisa no pescoço de mulher negra para imobilizá-la em
Parelheiros, na Zona Sul de SP — Foto: Reprodução TV Globo
13 de JULHO 2020 - O governador João Doria (PSDB) disse que as cenas da violência policial contra uma mulher em Parelheiros, no extremo da Zona Sul de São Paulo, “causam repulsa” e que é “inaceitável a conduta de alguns policiais”. As imagens divulgadas pelo Fantástico neste domingo (12) mostram um policial militar pisando no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la.
“Os policiais militares que agrediram uma mulher em Parelheiros, na Capital de SP, já foram afastados e responderão a inquérito. As cenas exibidas no Fantástico causam repulsa. Inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais. Não honram a qualidade da PM de SP”, afirmou em um post publicado em suas redes sociais.
Os dois PMs ficarão afastados durante a apuração do caso. A Secretaria da Segurança Pública diz que não compactua com esse tipo de comportamento.
Viúva, com cinco filhos e dois netos, ela é uma comerciante que vive de um pequeno bar. E foi no trabalho dela que a mulher se tornou vítima desse episódio de violência policial.
O vídeo mostra os policiais militares abordando um grupo de pessoas em uma tarde de sábado, no dia 30 de maio. Na ocasião os bares e restaurantes estavam proibidos de abrir na capital paulista. A comerciante estava com estabelecimento aberto, um cliente parou o carro com o som alto na frente do bar, o que incomodou a vizinhança que acionou a polícia.
"Ele me bateu e quanto mais eu me debatia mais ele apertava a botina no meu pescoço", disse a vítima que não quis se identificar com medo dos PMs voltarem.
A mulher conta que pediu que o motorista abaixasse o som e quando saiu viu uma viatura parada e um policial agredindo seu amigo. "Aí eu pedi para o policial não bater mais nele que ele já estava desfalecido, deitado no chão e o policial sobre o rosto dele".
Nas imagens é possível ver o policial apontando a arma para outro homem, que tira a camisa e ergue os braços. Atrás dele um homem de blusa azul grita para mostrar que está gravando com o celular e o policial recua e vai dar apoio ao colega.
A comerciante está ao lado e pede para soltar o amigo. "Eu pedi para o policial pra parar e ele me empurrou na grade do bar, me deu três socos, me deu uma rasteira para me derrubar, ele quebrou minha tíbia". Os vídeos não mostram essa parte da ação, apenas o momento seguinte.
"Ele ficou pisando no meu pescoço com meu rosto encostado no chão", disse a vítima. Em seguida, a mulher é arrastada algemada pelo asfalto até a calçada. Ela conta que desmaiou quatro vezes durante a ação.
Os PMs alegam que foram agredidos primeiro e tiveram que reagir contra a comerciante a amigos dela.
No boletim de ocorrência registrada pelos PMs na delegacia, eles dizem que a mulher usou uma barra de ferro para agredi-los na cabeça e os ameaçado com um rodo. Ela nega.
O BO foi registrado como desacato, lesão corporal, desobediência e resistência contra a comerciante. Ela foi levado para o hospital com ferimentos e perna quebrada. Após atendimento, ficou presa um dia na delegacia. Um dia após ser solta passou por uma cirurgia na perna e levou 16 pontos.
Por G1 SP — São Paulo
13 de JULHO 2020 - O governador João Doria (PSDB) disse que as cenas da violência policial contra uma mulher em Parelheiros, no extremo da Zona Sul de São Paulo, “causam repulsa” e que é “inaceitável a conduta de alguns policiais”. As imagens divulgadas pelo Fantástico neste domingo (12) mostram um policial militar pisando no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la.
“Os policiais militares que agrediram uma mulher em Parelheiros, na Capital de SP, já foram afastados e responderão a inquérito. As cenas exibidas no Fantástico causam repulsa. Inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais. Não honram a qualidade da PM de SP”, afirmou em um post publicado em suas redes sociais.
Os dois PMs ficarão afastados durante a apuração do caso. A Secretaria da Segurança Pública diz que não compactua com esse tipo de comportamento.
Viúva, com cinco filhos e dois netos, ela é uma comerciante que vive de um pequeno bar. E foi no trabalho dela que a mulher se tornou vítima desse episódio de violência policial.
O vídeo mostra os policiais militares abordando um grupo de pessoas em uma tarde de sábado, no dia 30 de maio. Na ocasião os bares e restaurantes estavam proibidos de abrir na capital paulista. A comerciante estava com estabelecimento aberto, um cliente parou o carro com o som alto na frente do bar, o que incomodou a vizinhança que acionou a polícia.
"Ele me bateu e quanto mais eu me debatia mais ele apertava a botina no meu pescoço", disse a vítima que não quis se identificar com medo dos PMs voltarem.
A mulher conta que pediu que o motorista abaixasse o som e quando saiu viu uma viatura parada e um policial agredindo seu amigo. "Aí eu pedi para o policial não bater mais nele que ele já estava desfalecido, deitado no chão e o policial sobre o rosto dele".
Nas imagens é possível ver o policial apontando a arma para outro homem, que tira a camisa e ergue os braços. Atrás dele um homem de blusa azul grita para mostrar que está gravando com o celular e o policial recua e vai dar apoio ao colega.
A comerciante está ao lado e pede para soltar o amigo. "Eu pedi para o policial pra parar e ele me empurrou na grade do bar, me deu três socos, me deu uma rasteira para me derrubar, ele quebrou minha tíbia". Os vídeos não mostram essa parte da ação, apenas o momento seguinte.
"Ele ficou pisando no meu pescoço com meu rosto encostado no chão", disse a vítima. Em seguida, a mulher é arrastada algemada pelo asfalto até a calçada. Ela conta que desmaiou quatro vezes durante a ação.
Os PMs alegam que foram agredidos primeiro e tiveram que reagir contra a comerciante a amigos dela.
No boletim de ocorrência registrada pelos PMs na delegacia, eles dizem que a mulher usou uma barra de ferro para agredi-los na cabeça e os ameaçado com um rodo. Ela nega.
O BO foi registrado como desacato, lesão corporal, desobediência e resistência contra a comerciante. Ela foi levado para o hospital com ferimentos e perna quebrada. Após atendimento, ficou presa um dia na delegacia. Um dia após ser solta passou por uma cirurgia na perna e levou 16 pontos.
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