Quase 25% dos estudantes potiguares não tiveram acesso a atividades escolares em 2020, diz IBGE

Escola fechada durante a pandemia da Covid-19 no RN. — 
Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

06 de DEZEMBRO 2021 - Mais de 24% dos estudantes de 6 a 17 anos não tiveram atividades escolares disponibilizadas ao longo do ano de 2020, quando começou a pandemia da Covid-19, segundo levantou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este foi o segundo maior percentual entre os estados do Nordeste, atrás apenas da Bahia (28,7%). Na região, a média foi de 15,8%.

No estado, as aulas foram suspensas em março de 2020 por causa da pandemia da Covid-19. Embora a rede privada tenha retomado aulas presenciais ainda no ano passado, as escolas públicas só voltaram às atividades presenciais em julho de 2021 e passaram a receber 100% dos alunos em outubro.

Os dados sobre o acesso às atividades escolares são da Síntese de Indicadores Sociais 2021 do IBGE, que analisa condições de vida da população brasileira a partir de dados e indicadores de pesquisas do Instituto e de outras instituições que produzem estatísticas oficiais.

De acordo com o estudo, o Ceará foi o estado nordestino com o percentual mais baixo de não disponibilização de atividades durante o período não presencial (3,3%).

Menos de 1h por dia

Ainda de acordo com o levantamento, 14,8% dos estudantes potiguares na faixa etária levantada dedicaram menos de 1h por dia para realizar as atividades escolares. No que se refere ao máximo de tempo na pesquisa, 5 horas ou mais, o Piauí registrou os estudantes com maior percentual (10,5%).

No Nordeste como um todo, o período de tempo mais dedicado aos estudos foi entre 2h e menos de 5h, com 48,4% de respostas.

Estudantes sem computador e internet

No que diz respeito ao acesso à internet, apenas 38,4% dos estudantes de 13 a 17 anos das escolas públicas potiguares possuíam computador e acesso à internet. Embora possa parecer pouco, esse foi o maior percentual do Nordeste.

No caso das escolas particulares do RN, este percentual é de 85,8%. Segundo o IBGE, o cenário mostra como o acesso à rede mundial de computadores é um desafio para a adoção de estratégias de ensino remoto no estado.

"Demonstra, também, como essas restrições de acesso podem ter aprofundado a desigualdade na educação básica do país", informou o órgão.

40% das escolas públicas sem pia e sabão

O levantamento também apontou que 66,5% contavam com pias em condições de uso e acesso à sabão.

Quando considerada somente a rede pública, apenas 60,3% das unidades contavam com essa estrutura básica. Já na rede privada, o percentual chegou a 97,2%.

No Nordeste, toda a rede particular obteve valores acima de 94%, enquanto que na rede pública apenas superou os 70% o Maranhão (76,1%).

Dois estados dispunham na rede pública de menos da metade das escolas com acesso a esse recurso: Bahia (44,4%) e Pernambuco (49,2%).

Por g1 RN

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