Bento XVI acobertou casos de pedofilia na Alemanha, diz relatório

O papa emérito Bento XVI posa para foto no aeroporto de 
Munique, sul da Alemanha, em 22 de junho de 2020. Bento XVI 
retorna ao Vaticano da Alemanha, onde estava visitando seu 
irmão doente — Foto: Sven Hoppe/Pool/AFP

20 de JANEIRO 2022 - O papa emérito Bento XVI teria acobertado casos de pedofilia na Alemanha, segundo um relatório independente publicado nesta quinta-feira (20).

"Ele havia sido informado sobre o que aconteceu", disse o advogado Martin Pusch, um dos responsáveis pela investigação, em entrevista coletiva em Munique.

As acusações contra Bento XVI são de que ele não teria agido para impedir que um padre abusasse de quatro meninos na época em que foi arcebispo de Munique e Freising, entre 1977 e 1982.

"Acreditamos que ele pode ser acusado por má-conduta desses quatro casos", disse Pusch. "Os abusadores continuaram com suas atividades pastorais."

O papa emérito, de 94 anos, que abandonou o cargo em 2013, nega qualquer alegação de que tivesse conhecimento sobre os abusos.

"Ele [Bento] alega que não tinha conhecimento dos fatos, mas nós acreditamos que não é bem assim, de acordo com o que descobrimos", afirmou o advogado.

Os casos de abuso

Segundo o relatório, o então cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar papa, não fez nada para afastar quatro clérigos suspeitos de abusos sexuais contra menores.

Em dois casos, os envolvidos eram membros do clero que cometeram várias agressões comprovadas, inclusive por tribunais. Os dois padres permaneceram dentro da Igreja e nada foi feito, diz a acusação.

Os investigadores disseram estar convencidos de que Ratzinger estava ciente do passado pedófilo do padre Peter Hullermann, que chegou em 1980 da Renânia do Norte-Vestfália, na Baviera, onde continuou a praticar abusos por décadas sem ser incomodado.

Por g1

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