Alex Régis
Prefeitura de Natal pretende intensificar medidas, como ações de limpeza nas comunidades, para combater arboviroses
De acordo com as estatísticas, o Estado registrou, até 23 de abril, 6.278 casos de dengue (incidência de 176,3 casos/100 mil hab.). Além do RN, Paraíba (166,6 casos/100 mil hab.), Piauí (158,7 casos/100 mil hab.), Ceará (145,7 casos/100 mil hab.) e Pernambuco (108,3 casos/100 mil hab.), registram incidência maior que 100 casos por 100 mil habitantes no Nordeste. No mês passado, a demanda no serviço público obrigou a Prefeitura a ampliar os atendimentos de forma temporária. Atualmente, a rede privada também observa aumento da procura em suas unidades.
O pronto-socorro do Hospital do Coração, na zona Sul da capital, estava movimentado na manhã dessa terça-feira. Os pacientes que chegavam à unidade hospitalar – a maioria com sintomas gripais ou com queixas que rementem a arboviroses – relataram que aguardaram em torno de meia hora para fazer a triagem. Segundo os relatos, no entanto, o tempo de espera não era considerado alto, levando-se em conta a movimentação no local.
“Cheguei aqui tem uns 40 minutos com minha mãe, que está com sintomas gripais e febre. Ela já foi atendida. Considero que o atendimento foi rápido, mas, nem sei se posso ser parâmetro, porque minha mãe é prioridade, por causa da idade. Pelo que eu vejo, em termos de movimento, é sempre assim”, relatou o agente administrativo Diogo César, de 34 anos.
A professora Giovana Freitas, de 23 anos, também avalia que o atendimento foi rápido. “Demorou mais ou menos uma hora. Passei pelo atendimento e já fui medicada. Estou gripada, com garganta inflamada e febre, como a maioria dos meus alunos”, contou.
A auxiliar administrativa Cláudia Silva, de 52 anos, levou cerca de meia hora até fazer a triagem. Cerca de cinco minutos depois, ela seguiu para atendimento médico. Cláudia sentia dores pelo corpo e contou que teve mal-estar súbito por duas vezes desde o domingo.
“Já vomitei e passei mal a ponto de não conseguir me levantar da cama”, disse. O Hospital do Coração não deu maiores detalhes sobre a situação, mas confirmou que há aumento de demandas no pronto-socorro e afirmou que tem recebido um grande número de casos de dengue e chickungunya.
Medidas
A Prefeitura de Natal reuniu representantes nessa terça-feira para discutir a intensificação de medidas para conter o aumento de casos de doenças como dengue, zika e chikungunya na capital. Dentre as iniciativas, estão o reforço das ações de limpeza nas comunidades, o aumento do número de veículos para o recolhimento de pneus sem utilidade – para evitar o descarte irregular desse material – e o incremento do trabalho dos agentes de endemias.
As ações também contarão com uma campanha publicitária, veiculada esta semana nas emissoras de rádio da cidade e nos perfis oficiais da Prefeitura nas redes sociais, para alertar e conscientizar a população sobre a necessidade de cada um fazer sua parte para contribuir com a melhoria dos índices epidemiológicos locais.
Aumento de casos deixa hospitais lotados
A alta demanda por serviços de saúde em razão de queixas relacionadas a gripes e arboviroses tem pressionado os serviços de pediatria da rede privada de Natal. Na segunda-feira (3), o Hospital Rio Grande suspendeu os atendimentos pediátricos por aproximadamente duas horas. No Hospital da Unimed, a reclamação se deu por causa da longa espera no Pronto Atendimento Infantil. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, o Rio Grande do Norte possui, atualmente, a maior incidência – em todo o Nordeste – de casos de dengue por 100 mil habitantes.
Em relato à TRIBUNA DO NORTE nessa terça-feira (3), a professora Rosineide Sena contou que o filho, Mateus, chegou ao Hospital da Unimed por volta das 15h de segunda-feira, mas só conseguiu atendimento às 22h. Após a consulta, Mateus teria aguardado por mais uma hora até receber o resultado do exame. O diagnóstico: dengue. “Para começar, já houve uma longa fila até chegar ao guichê, onde foi repassada a informação de que havia aproximadamente 37 crianças na frente dele”, disse a professora.
“Depois do guichê, ele fez a triagem e recebeu uma classificação de risco, mas o atendimento só aconteceu às 22h. Depois, foi feito um exame e levou mais uma hora até sair o resultado. Após isso, ainda aguardamos para retornar ao médico”, acrescenta Rosineide. A Unimed informou que a demanda no Pronto Atendimento Infantil do Hospital está muito alta, com o dobro de consultas realizadas normalmente. A média diária, que ficava entre 100 e 150, está ultrapassando as 250.
“Da zero hora de hoje [terça-feira] para o meio dia, cerca de 100 atendimentos já foram realizados. Depois das 16h a procura aumenta”, descreveu o hospital. “Neste momento a situação está sob controle, com todos acomodados na unidade e esperando atendimento dentro da classificação de risco de cada caso (protocolo que ajuda no direcionamento das urgências e emergências)”, disse a Unimed em seguida.
O Hospital informou que, na segunda à noite, havia um tempo de espera maior do que o normal. “Para dar vazão aos casos, na maioria gripe e arboviroses, o Pronto Atendimento Infantil da Unimed Natal tem trabalhado normalmente com 5 médicos e, em alguns horários com 6, quando há disponibilidade de profissionais”, afirmou a unidade.
A Unimed disse que não houve suspensão de serviços, apesar do grande volume de clientes e indicou que o tempo de espera pode continuar se alongando. “Como muitas crianças acabam precisando de exames complementares para o diagnóstico, medicação e reavaliação, o tempo de permanência no PA pode se estender, dependendo da complexidade do caso”.
O hospital afirmou, ainda, que abriu, há um mês, um ambulatório na avenida Gastão Mariz, em Nova Parnamirim, com pediatras disponíveis diariamente, de segunda a segunda, das 7h às 18h.
“Para ter acesso ao Ambulatório Unimed não é necessário agendamento. A unidade está preparada para prestar atendimento de baixa complexidade, além de oferecer o serviço interno do Laboratório Unimed e as coletas no formato drive-thru”, relatou o hospital, por meio da assessoria de imprensa.
Já no Hospital Rio Grande, a grande procura fez a unidade suspender os atendimentos pediátricos das 19h às 21h de segunda-feira. A assessoria de imprensa do hospital esclareceu que a situação foi provocada pela sobrecarga no setor. “Com o retorno das atividades após a pandemia, as crianças têm sido acometidas por todas aquelas doenças já conhecidas e que são comuns neste período do ano (dengue, chikungunya, pneumonia, gripe)”, afirmou o Hospital.
A unidade explicou que vem adotando medida já utilizada por outros hospitais privados da cidade – de suspender os serviços por duas horas, até que a situação se normalize. Na manhã dessa terça, a assessoria de imprensa informou que os atendimentos aconteciam normalmente. A reportagem não teve autorização para acessar o setor de pediatria.
O Hospital explicou que deve manter a medida de suspensão dos serviços quando necessário e garantiu que não há alterações na estrutura nem no quadro de funcionários. “Estamos atuando com a capacidade máxima de profissionais que é possível estar na unidade para atender a esse grande fluxo”, pontou a assessoria.
“Alguns hospitais de renome no País estão deixando de atender pacientes da classificação azul e verde (casos leves), mas o Rio Grande mantém o atendimento a todos aqueles que precisam e, a partir do momento em que nós observarmos que há um limite da nossa capacidade, haverá outras suspensões. O hospital aguarda que esse momento passe o mais rápido possível para que a gente retorne à nossa normalidade”, detalhou em seguida a assessoria de imprensa.
As ações também contarão com uma campanha publicitária, veiculada esta semana nas emissoras de rádio da cidade e nos perfis oficiais da Prefeitura nas redes sociais, para alertar e conscientizar a população sobre a necessidade de cada um fazer sua parte para contribuir com a melhoria dos índices epidemiológicos locais.
Aumento de casos deixa hospitais lotados
A alta demanda por serviços de saúde em razão de queixas relacionadas a gripes e arboviroses tem pressionado os serviços de pediatria da rede privada de Natal. Na segunda-feira (3), o Hospital Rio Grande suspendeu os atendimentos pediátricos por aproximadamente duas horas. No Hospital da Unimed, a reclamação se deu por causa da longa espera no Pronto Atendimento Infantil. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, o Rio Grande do Norte possui, atualmente, a maior incidência – em todo o Nordeste – de casos de dengue por 100 mil habitantes.
Em relato à TRIBUNA DO NORTE nessa terça-feira (3), a professora Rosineide Sena contou que o filho, Mateus, chegou ao Hospital da Unimed por volta das 15h de segunda-feira, mas só conseguiu atendimento às 22h. Após a consulta, Mateus teria aguardado por mais uma hora até receber o resultado do exame. O diagnóstico: dengue. “Para começar, já houve uma longa fila até chegar ao guichê, onde foi repassada a informação de que havia aproximadamente 37 crianças na frente dele”, disse a professora.
“Depois do guichê, ele fez a triagem e recebeu uma classificação de risco, mas o atendimento só aconteceu às 22h. Depois, foi feito um exame e levou mais uma hora até sair o resultado. Após isso, ainda aguardamos para retornar ao médico”, acrescenta Rosineide. A Unimed informou que a demanda no Pronto Atendimento Infantil do Hospital está muito alta, com o dobro de consultas realizadas normalmente. A média diária, que ficava entre 100 e 150, está ultrapassando as 250.
“Da zero hora de hoje [terça-feira] para o meio dia, cerca de 100 atendimentos já foram realizados. Depois das 16h a procura aumenta”, descreveu o hospital. “Neste momento a situação está sob controle, com todos acomodados na unidade e esperando atendimento dentro da classificação de risco de cada caso (protocolo que ajuda no direcionamento das urgências e emergências)”, disse a Unimed em seguida.
O Hospital informou que, na segunda à noite, havia um tempo de espera maior do que o normal. “Para dar vazão aos casos, na maioria gripe e arboviroses, o Pronto Atendimento Infantil da Unimed Natal tem trabalhado normalmente com 5 médicos e, em alguns horários com 6, quando há disponibilidade de profissionais”, afirmou a unidade.
A Unimed disse que não houve suspensão de serviços, apesar do grande volume de clientes e indicou que o tempo de espera pode continuar se alongando. “Como muitas crianças acabam precisando de exames complementares para o diagnóstico, medicação e reavaliação, o tempo de permanência no PA pode se estender, dependendo da complexidade do caso”.
O hospital afirmou, ainda, que abriu, há um mês, um ambulatório na avenida Gastão Mariz, em Nova Parnamirim, com pediatras disponíveis diariamente, de segunda a segunda, das 7h às 18h.
“Para ter acesso ao Ambulatório Unimed não é necessário agendamento. A unidade está preparada para prestar atendimento de baixa complexidade, além de oferecer o serviço interno do Laboratório Unimed e as coletas no formato drive-thru”, relatou o hospital, por meio da assessoria de imprensa.
Já no Hospital Rio Grande, a grande procura fez a unidade suspender os atendimentos pediátricos das 19h às 21h de segunda-feira. A assessoria de imprensa do hospital esclareceu que a situação foi provocada pela sobrecarga no setor. “Com o retorno das atividades após a pandemia, as crianças têm sido acometidas por todas aquelas doenças já conhecidas e que são comuns neste período do ano (dengue, chikungunya, pneumonia, gripe)”, afirmou o Hospital.
A unidade explicou que vem adotando medida já utilizada por outros hospitais privados da cidade – de suspender os serviços por duas horas, até que a situação se normalize. Na manhã dessa terça, a assessoria de imprensa informou que os atendimentos aconteciam normalmente. A reportagem não teve autorização para acessar o setor de pediatria.
O Hospital explicou que deve manter a medida de suspensão dos serviços quando necessário e garantiu que não há alterações na estrutura nem no quadro de funcionários. “Estamos atuando com a capacidade máxima de profissionais que é possível estar na unidade para atender a esse grande fluxo”, pontou a assessoria.
“Alguns hospitais de renome no País estão deixando de atender pacientes da classificação azul e verde (casos leves), mas o Rio Grande mantém o atendimento a todos aqueles que precisam e, a partir do momento em que nós observarmos que há um limite da nossa capacidade, haverá outras suspensões. O hospital aguarda que esse momento passe o mais rápido possível para que a gente retorne à nossa normalidade”, detalhou em seguida a assessoria de imprensa.
Fonte: Tribuna do Norte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário