Sob cobrança de Lula, militares tentam 'virar a página' em relação aos atos golpistas

19 de JANEIRO 2023 - Comandantes das Forças Armadas se reúnem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (20) para apresentar relatórios de trabalho.

Na reunião, pretendem também se desvincular, no plano institucional, dos atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes no último dia 8.

A ideia dos comandantes, segundo interlocutores, é passar o recado de que "as Forças Armadas têm mais coisas para dizer".

A tentativa ocorre em meio à cobrança e às pressões públicas de Lula – que já disse que as portas do Planalto foram abertas aos terroristas.

Dentro das Forças Armadas, a intenção é se desvincular desse movimento golpista e mostrar que eventuais colaboradores não representam todos os militares — ou seja, que foram casos isolados e serão punidos.

A frase corrente no meio militar é: "Temos que virar a página do dia 8 de janeiro".

Desde os ataques golpistas, apenas o próprio presidente Lula tem dado declarações públicas sobre militares. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, não tem dado entrevistas – uma estratégia para evitar desentendimentos e desarmonia no discurso.

Múcio tem dito a interlocutores que os militares querem virar a página dos atos golpistas, apesar de, no cenário jurídico militar, ainda haver muito caminho pela frente para punir esses "colaboradores" do terrorismo.

Por Camila Bomfim, GloboNews — Brasília

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