Usar só material digital na escola vai na contramão do que é feito no mundo, dizem especialistas em educação

Debate sobre uso de tecnologia na sala de aula ganhou novos contornos após decisão 
do governo de São Paulo — Foto: Fabiane de Paula/SVM

04 de AGOSTO 2023 - Não há experiência internacional, estudo ou entidade que apoie a decisão de eliminar os livros da sala de aula e oferecer apenas conteúdo informatizado. A recente decisão do governo de São Paulo de fornecer aos alunos do ensino fundamental II e do ensino médio apenas material didático digital, desenvolvido por seus próprios técnicos estaduais, é amplamente criticada por acadêmicos e entidades, que acompanham o tema com preocupação.

É unânime a posição de especialistas que o desafio de formar as futuras gerações exige a adoção de um esquema híbrido, que integre as vantagens do analógico e do digital. E essa mistura precisa ser gradual, acompanhada de adaptações na infraestrutura das escolas, na formação docente e nas propostas pedagógicas.

A razão para a crítica contundente à decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) passa por justificativas como o exemplo da Suécia (que adotou a digitalização completa e agora decidiu recuar), pelo mais recente relatório da Unesco (que sugere banir os celulares da sala de aula) e chega ao rescaldo recente da pandemia, quando a falta de estrutura tecnológica das escolas e dos lares das famílias ficou evidente.

Por Luiza Tenente e Emily Santos, g1

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