'Tive que ouvir o coração do feto e falaram pra ter o bebê, que ganharia uma laqueadura', diz mulher estuprada que não conseguiu fazer aborto em SP

Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha é referência para gestação de alto risco 
— Foto: Paula Paiva Paulo/G1

17 de JUNHO 2024 - Vítima de estupro, Maria Clara (nome fictício) teve o aborto legal negado por três hospitais na capital paulista e só conseguiu realizar o procedimento com ajuda da Defensoria Pública de São Paulo em outro estado.

Atualmente, o aborto é permitido em três situações no Brasil: se o feto for anencéfalo, se a gravidez impuser risco de vida para a mãe ou se a gravidez for fruto de estupro - que é o caso de Maria Clara. Porém, um projeto de lei está em tramitação na Câmara para equiparar o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio simples, colocando em risco o direito das mulheres.

A primeira barreira que a vítima encontrou foi no Hospital da Mulher, referência da rede estadual em casos de violência sexual. À reportagem, a vítima contou que descobriu a gravidez somente quando completou 24 semanas.

"Não tive nada de diferente, não tive barriga, não tive sintoma, não tive nada", relata.

Por Isabela Leite, GloboNews — São Paulo

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