23 de DEZEMBRO 2024 - Portalegre, situada a cerca de 372 km da capital do estado, destaca-se como uma cidade do Alto Oeste Potiguar com aproximadamente 8.000 habitantes. Apesar de seu pequeno porte, a cidade possui uma localização estratégica, fazendo fronteira com diversos municípios vizinhos: ao norte, limita-se com Tabuleiro Grande e Riacho da Cruz; ao sul, com Serrinha dos Pintos; a leste, com Viçosa e Martins; e a oeste, com Frutuoso Gomes e Francisco Dantas. Suas características geográficas e culturais refletem a riqueza e diversidade da região, tornando-a um ponto de conexão importante entre as cidades próximas.
Portalegre, uma terra abençoada por belezas naturais que transcendem o simples encanto visual, tocando profundamente o coração e a alma de quem a visita. Sua paisagem é um convite para contemplar a grandiosidade da criação, onde a natureza parece dialogar com o divino.
Um dos maiores símbolos dessa riqueza é a Bica de Portalegre, um manancial de águas cristalinas que jamais seca, um verdadeiro milagre da natureza. Suas águas, que parecem carregar a serenidade da própria terra, percorrem um caminho encantador até formar a Cachoeira do Pinga, um refúgio de paz e harmonia. Este santuário natural, envolto por sons relaxantes e cenários deslumbrantes, é um espaço ideal para renovar as energias e vivenciar momentos de conexão com o essencial.
Mas as riquezas de Portalegre vão além de sua natureza exuberante. A Rota dos Quilombos é um mergulho na história e na ancestralidade, preservando a memória e a cultura das comunidades quilombolas. Essa rota oferece uma imersão no modo de vida do homem e da mulher preta, com tradições que resistem ao tempo e revelam a força e a riqueza cultural de um povo. Visitar esses espaços é não apenas aprender, mas também se emocionar com a história de luta e resiliência que molda a identidade da região.
Entre outros atrativos estão a Cachoeira do Talhado, com uma forte imponência, e a Ponta da Serra, que oferece vistas deslumbrantes de um horizonte sem fim. Os mirantes espalhados pela região são janelas para contemplar o infinito, enquanto as chácaras e o hotel acolhedor convidam à introspecção e ao descanso. Esses lugares não são apenas destinos de lazer, mas verdadeiros templos de serenidade, onde é possível sentir-se mais próximo de Deus, mais perto do céu.
Portalegre é mais do que um destino: é uma experiência transformadora, uma oportunidade de desacelerar, de se reconectar com a natureza, com a história e consigo mesmo. Quem a visita leva consigo não apenas memórias, mas também a certeza de que existem lugares no mundo onde a alma encontra descanso e inspiração.
Portalegre é um lugarzinho abençoado, onde me sinto abraçado, acolhido e protegido. Ao adentrar essas terras, somos recebidos por uma serra de subidas íngremes e curvas tortuosas, que inicialmente podem causar temor. Mas, ao fechar e abrir os olhos, compreendemos que Deus quis proteger esse lugar de maneira especial.
A natureza aqui começa a se revelar em toda a sua grandiosidade. Os ventos sopram fortes, quase como assobios divinos, convocando os deuses para preparar uma mesa de alegria e celebração. O cenário parece tão fantástico que chega a confundir os sentidos: é realidade ou fantasia? Mas não há engano. Comidas típicas espalham-se por todos os cantos, trilhas levam a cachoeiras de vistas deslumbrantes, e o povo hospitaleiro nos acolhe de um jeito que parece único. As festas, os folguedos e os festejos são manifestações de uma alegria genuína que só aqui se encontra.
A paz em Portalegre é algo que parece ter decidido fazer morada. Foi por isso que o povo preto escolheu esse lugar para viver. Sim, foram os negros e indígenas que pisaram primeiro nessa terra e nela construíram suas vidas, suas histórias e seus sonhos. E é justamente por isso que me sinto ligado a esse lugar: represento a força e a resistência do meu povo.
Sou neto de Valdemar Ricarte e Adelaide Simplício, ambos descendentes do Quilombo do sobrado na zona rural de portalegre. e, através deles, carrego o legado de um povo que resistiu e continua resistindo às intempéries da vida social. Esse é um povo que encontra sua felicidade nas coisas simples, que valoriza o pouco e o pequeno, que mantém vivo o amor às suas crenças, aos seus ensinamentos e à sua terra.
Portalegre é mais do que um lugar. É um símbolo de resistência, de fé e de amor à vida. É uma terra onde a história do povo preto pulsa em cada canto, onde a simplicidade se torna riqueza e onde a felicidade encontra raízes profundas no cotidiano de sua gente. Aqui, a alma se renova, e o coração se enche de gratidão.
Diante disso, não posso deixar de expressar a imensa alegria que sinto ao chegar em Porta- legre e me deparar com a riqueza de sua cultura, que se revela em cada canto dessa terra abençoada. A cidade, com suas tradições enraizadas, oferece uma programação que transborda diversidade e emoção, começando com a festa da padroeira, encerrada no dia 8 de dezembro de 2024, e seguindo com uma série de celebrações natalinas que envolvem dança, canto, música, teatro e manifestações folclóricas.
Entretanto, o momento mais marcante foi, sem dúvida, a apresentação do Auto de Natal, realizada na noite de ontem, 22 de dezembro de 2024. Este espetáculo encantador, promovido pela Prefeitura Municipal de Portalegre, sob a gestão do prefeito José Augusto, foi idealizado pela Secretaria de Educação do município – secretaria Maria das Graças Oliveira, em parceria com a Escola Municipal Filomena Sampaio de Souza. A produção foi um verdadeiro marco cultural, reunindo esforços e talentos para criar uma experiência inesquecível.
A direção teatral esteve nas mãos de Felipe Silva, um jovem preto, ator, produtor, diretor e Designer da cidade de São Paulo, que trouxe sua visão criativa para a obra. Já a direção artística ficou a cargo de Cícero Lima, cuja sensibilidade elevou cada detalhe cênico. Felipe Silva também assinou a dramaturgia textual, que encantou o público com uma narrativa envolvente, enquanto Cícero contribuiu com a dramaturgia artística, garantindo que cada cena transmitisse emoção e beleza.
O figurino foi um destaque à parte, com trajes cuidadosamente elaborados que trouxeram autenticidade aos personagens e enriqueceram o espetáculo visualmente. Além disso, o trabalho coletivo da equipe de produção garantiu cenários, iluminação e som que transportaram o público para um universo mágico, repleto de simbolismo e espírito natalino.
Este Auto de Natal não foi apenas uma celebração da data, mas um verdadeiro encontro com a alma de Portalegre. Ele mostrou como a arte tem o poder de unir a comunidade, resgatar tradições e transmitir valores de fé, solidariedade e amor.
Portalegre, mais uma vez, reafirma seu lugar como um centro de efervescência cultural, onde a história, a arte e a emoção caminham juntas. É impossível não se sentir profundamente tocado ao presenciar o cuidado e a dedicação com que essa cidade abraça suas tradições e compartilha sua essência com todos.
O enredo do Auto de Natal narrou a história do nascimento de Jesus Cristo, trazendo para a cena reflexões profundamente relevantes para os tempos atuais. De maneira sensível e inspiradora, o espetáculo valorizou a cultura ancestral do povo negro e quilombola da cidade de Portalegre, destacando elementos essenciais como a vida do homem e da mulher do campo, a religiosidade e a riqueza das tradições afrodescendentes.
A narrativa incorporou a devoção às figuras religiosas que marcam a fé do povo, como Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição e Santa Luzia. Essas manifestações de fé foram representadas de forma poética e emocionaram o público ao retratar tradições tão presentes na vida da comunidade, como as novenas, as procissões e os momentos de oração coletiva.
Outro ponto forte do espetáculo foi a valorização das danças tradicionais, como a capoeira, que carrega em seus movimentos e ritmos a resistência e a história do povo afrodescendente. Além disso, o espetáculo também destacou o valor histórico e cultural da cidade de Portalegre, utilizando como cenário principal a imponente fachada da Igreja Matriz, um marco arquitetônico e simbólico da cidade.
Essa combinação de elementos tornou o Auto de Natal um verdadeiro tributo à identidade, à fé e à cultura do povo portalegrense, reafirmando o compromisso de preservar suas raízes e compartilhar a beleza de suas tradições com o mundo.
A peça "Auto de Natal de Portalegre" se destaca por sua interpretação profunda e sensível das tradições religiosas, utilizando de forma impecável rezas tradicionais como o Pai Nosso, o Credo e a Salve Rainha. Além disso, o espetáculo incorpora músicas sacras que exaltam a figura de Santa Maria, mãe de Jesus, mas com uma roupagem inovadora que dá a esses louvores um novo significado. A adaptação dessas músicas não só preserva a essência do sagrado, mas também as ressignifica, dando uma nova perspectiva de fé e devoção
O grande mérito da peça está em sua capacidade de, de maneira inteligente e criativa, referenciar as crenças e os modos de festejos do povo quilombola. A religiosidade quilombola é celebrada com profundidade, trazendo para o palco as festividades e os gestos de devoção que fazem parte da vida cotidiana dessa comunidade, como as novenas, procissões e celebrações sagradas. O espetáculo vai além da simples representação da fé; ele entrelaça as práticas religiosas com a identidade cultural do povo negro, criando uma poderosa fusão entre o sagrado e o secular, o ancestral e o contemporâneo.
Essa abordagem inovadora não apenas honra a religiosidade do povo quilombola, mas também transmite uma mensagem de resistência e fortalecimento cultural, mostrando que, através da arte, é possível preservar e recontar as histórias que formam a base da identidade de uma comunidade. O "Auto de Natal de Portalegre" é, assim, uma verdadeira celebração da fé, da cultura e da memória histórica do povo quilombola, um tributo à sua devoção, suas crenças e sua luta por justiça e reconhecimento.
Entretanto, o momento mais marcante foi, sem dúvida, a apresentação do Auto de Natal, realizada na noite de ontem, 22 de dezembro de 2024. Este espetáculo encantador, promovido pela Prefeitura Municipal de Portalegre, sob a gestão do prefeito José Augusto, foi idealizado pela Secretaria de Educação do município – secretaria Maria das Graças Oliveira, em parceria com a Escola Municipal Filomena Sampaio de Souza. A produção foi um verdadeiro marco cultural, reunindo esforços e talentos para criar uma experiência inesquecível.
A direção teatral esteve nas mãos de Felipe Silva, um jovem preto, ator, produtor, diretor e Designer da cidade de São Paulo, que trouxe sua visão criativa para a obra. Já a direção artística ficou a cargo de Cícero Lima, cuja sensibilidade elevou cada detalhe cênico. Felipe Silva também assinou a dramaturgia textual, que encantou o público com uma narrativa envolvente, enquanto Cícero contribuiu com a dramaturgia artística, garantindo que cada cena transmitisse emoção e beleza.
O figurino foi um destaque à parte, com trajes cuidadosamente elaborados que trouxeram autenticidade aos personagens e enriqueceram o espetáculo visualmente. Além disso, o trabalho coletivo da equipe de produção garantiu cenários, iluminação e som que transportaram o público para um universo mágico, repleto de simbolismo e espírito natalino.
Este Auto de Natal não foi apenas uma celebração da data, mas um verdadeiro encontro com a alma de Portalegre. Ele mostrou como a arte tem o poder de unir a comunidade, resgatar tradições e transmitir valores de fé, solidariedade e amor.
Portalegre, mais uma vez, reafirma seu lugar como um centro de efervescência cultural, onde a história, a arte e a emoção caminham juntas. É impossível não se sentir profundamente tocado ao presenciar o cuidado e a dedicação com que essa cidade abraça suas tradições e compartilha sua essência com todos.
O enredo do Auto de Natal narrou a história do nascimento de Jesus Cristo, trazendo para a cena reflexões profundamente relevantes para os tempos atuais. De maneira sensível e inspiradora, o espetáculo valorizou a cultura ancestral do povo negro e quilombola da cidade de Portalegre, destacando elementos essenciais como a vida do homem e da mulher do campo, a religiosidade e a riqueza das tradições afrodescendentes.
A narrativa incorporou a devoção às figuras religiosas que marcam a fé do povo, como Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Conceição e Santa Luzia. Essas manifestações de fé foram representadas de forma poética e emocionaram o público ao retratar tradições tão presentes na vida da comunidade, como as novenas, as procissões e os momentos de oração coletiva.
Outro ponto forte do espetáculo foi a valorização das danças tradicionais, como a capoeira, que carrega em seus movimentos e ritmos a resistência e a história do povo afrodescendente. Além disso, o espetáculo também destacou o valor histórico e cultural da cidade de Portalegre, utilizando como cenário principal a imponente fachada da Igreja Matriz, um marco arquitetônico e simbólico da cidade.
Essa combinação de elementos tornou o Auto de Natal um verdadeiro tributo à identidade, à fé e à cultura do povo portalegrense, reafirmando o compromisso de preservar suas raízes e compartilhar a beleza de suas tradições com o mundo.
A peça "Auto de Natal de Portalegre" se destaca por sua interpretação profunda e sensível das tradições religiosas, utilizando de forma impecável rezas tradicionais como o Pai Nosso, o Credo e a Salve Rainha. Além disso, o espetáculo incorpora músicas sacras que exaltam a figura de Santa Maria, mãe de Jesus, mas com uma roupagem inovadora que dá a esses louvores um novo significado. A adaptação dessas músicas não só preserva a essência do sagrado, mas também as ressignifica, dando uma nova perspectiva de fé e devoção
O grande mérito da peça está em sua capacidade de, de maneira inteligente e criativa, referenciar as crenças e os modos de festejos do povo quilombola. A religiosidade quilombola é celebrada com profundidade, trazendo para o palco as festividades e os gestos de devoção que fazem parte da vida cotidiana dessa comunidade, como as novenas, procissões e celebrações sagradas. O espetáculo vai além da simples representação da fé; ele entrelaça as práticas religiosas com a identidade cultural do povo negro, criando uma poderosa fusão entre o sagrado e o secular, o ancestral e o contemporâneo.
Essa abordagem inovadora não apenas honra a religiosidade do povo quilombola, mas também transmite uma mensagem de resistência e fortalecimento cultural, mostrando que, através da arte, é possível preservar e recontar as histórias que formam a base da identidade de uma comunidade. O "Auto de Natal de Portalegre" é, assim, uma verdadeira celebração da fé, da cultura e da memória histórica do povo quilombola, um tributo à sua devoção, suas crenças e sua luta por justiça e reconhecimento.
O figurino escolhido para sua personagem foi igualmente marcante. Pensado com cuidado para refletir a espiritualidade e a esperança, ele se integrava de maneira sutil à bengala que a atriz utilizava. Este objeto, que poderia ser visto como um simples auxílio à mobilidade, ganhava uma conotação simbólica poderosa, muitas vezes se confundindo com o cajado de Moisés, que guiou o povo hebreu até a Terra Prometida. A atriz, então, se tornava uma líder silenciosa, que não só guiava sua personagem, mas também guiava o público por uma jornada de reflexão e emoção. Sua presença no palco evocava a ideia de orientação espiritual, trazendo à tona a fé, a resistência e a esperança de um povo que luta por seu lugar ao sol.
Esse jogo simbólico de sua bengala e figurino tornou-se uma metáfora para o próprio espetáculo: guiando o povo de Portalegre não apenas através da narrativa, mas também levando-o para uma dimensão mais profunda e transcendental, onde os espectadores eram convidados a refletir sobre questões de identidade, fé e resistência cultural.
Luana, atriz mirim foi, sem dúvida, uma das maiores joias dessa apresentação. Sua interpretação não apenas encantou e emocionou, mas também provocou uma verdadeira imersão nas camadas subentendidas da peça. A força da sua performance foi capaz de transcender o palco e tocar diretamente a alma do público, deixando uma impressão duradoura. Sua atuação, com toda a carga emocional e simbólica que trouxe, elevou o espetáculo a um nível de profundidade e significado que só a arte é capaz de alcançar.
Deixo aqui minha mais sincera admiração por esse trabalho tão significativo e impactante da atriz mirim preta, Luana, da cidade de Portalegre. Ela não apenas brilhou como atriz, mas representou a essência de toda a peça: um tributo à luta, à resistência e ao poder da arte de transformar e tocar corações. Sua atuação ficará gravada na memória de todos que presenciaram esse espetáculo de rara beleza e sensibilidade.
As senhoras trouxeram para o palco não apenas suas vozes, mas também uma poderosa mensagem de resistência e identidade. Cada palavra e cada gesto carregavam o peso de suas histórias, de sua ancestralidade e do letramento que transmitem, de geração em geração, dentro de suas comunidades. Elas não apenas narraram suas próprias vivências, mas se tornaram símbolos de um povo que luta pela valorização de seus modos de vida, pela preservação de sua cultura e pela afirmação de sua presença na sociedade.
Esse momento foi um verdadeiro tributo à força e à dignidade das mulheres quilombolas, cujas histórias e trajetórias muitas vezes ficam à margem, mas que, no palco, se tornaram a voz que ecoa a resistência e a memória de uma luta imortal. A presença dessas senhoras, com a sabedoria de suas vidas e o peso de suas histórias, foi uma das mais emocionantes e significativas da peça, tocando profundamente o público e reafirmando a importância da ancestralidade e do legado quilombola.
Gostaria de destacar, de maneira especial, dois atores cujas atuações foram fundamentais para a profundidade e impacto emocional do espetáculo. Eles me fizeram perceber, de forma clara, o imenso cuidado, a dedicação e o comprometimento dos atores e diretores na construção e evolução de cada cena. Esses dois alunos de teatro e porque não dizer atores, demonstraram uma entrega impressionante e um domínio técnico que transformou suas performances em momentos inesquecíveis para o público.
Os atores Júnior Filho e Leandro Bessa assumiram os papéis do Demônio/Morte e do Rei Herodes, respectivamente, e suas atuações foram verdadeiramente estarrecedoras. O texto que interpretaram foi não foi de grande complexidade, mas a forma como o entregaram ao público, com clareza e precisão, evidenciou não apenas a qualidade do trabalho de direção, mas também o talento inegável dos atores. Cada palavra que proferiram foi carregada de emoção, e seus gestos, por mais sutis ou intensos que fossem, eram extremamente precisos, transmitindo com maestria as características e o peso de seus personagens.
O trabalho gestual de ambos foi algo impressionante, com uma evolução cênica que se manteve coerente e impactante do início ao fim. O Demônio/Morte, com sua energia quase sobrenatural, e o Rei Herodes, com sua imponência e crueldade, se apresentaram de maneira tão vívida e autêntica que o público não apenas assistiu, mas sentiu a presença de cada um deles no palco. A habilidade de transformar o espaço cênico em uma extensão de seus próprios sentimentos e intenções foi um exemplo claro de competência técnica e emocional, criando momentos de tensão e reflexão para os espectadores.
Esses dois atores não só deram vida aos seus personagens, mas os personificaram com tal intensidade e destreza que foram, sem dúvida, pilares essenciais para a construção da atmosfera única que o espetáculo proporcionou. A entrega deles foi tão rica e profunda que tornou as cenas em que apareceram ainda mais poderosas, garantindo que o público fosse levado à reflexão sobre os temas abordados de uma forma emocionalmente envolvente e tecnicamente impecável. O trabalho desses dois artistas é um reflexo do esforço conjunto que permeia todo o espetáculo, e sua contribuição para o sucesso da peça foi verdadeiramente inesquecível.
É importante destacar que esse espetáculo foi realizado com a participação de estudantes da Escola Municipal Filomena Sampaio de Souza, cerca de 80 alunos que, embora não sejam atores e atrizes, compuseram o elenco com uma dedicação impressionante. Esses jovens, com suas diversas realidades e experiências de vida, trouxeram uma autenticidade única ao palco. Em espaços teatrais como esse, é fundamental entender e respeitar cada corpo e cada história que está ali inserida, o que torna o trabalho ainda mais significativo e enriquecedor.
Nesse contexto, a escolha cuidadosa dos diretores Felipe Silva e Cícero Lima, aliados ao trabalho da equipe de arte (Elismar Bezerra, Isabelle Nunes, Borba e Jaiane, foi essencial para o sucesso da produção. A direção teve uma sensibilidade admirável para lidar com a diversidade de talentos e realidades presentes no elenco, trabalhando de forma colaborativa para que cada aluno se sentisse valorizado e integrado ao processo. A colaboração dos professores e da coordenação pedagógica da escola Filomena Sampaio de Souza também teve um papel fundamental, oferecendo o apoio necessário para que os alunos pudessem se expressar e desenvolver seu potencial artístico de maneira plena.
O resultado foi um espetáculo que não apenas impressionou pela qualidade técnica e emocional, mas também pela inclusão e pelo reconhecimento das diversas vivências dos jovens envolvidos. A entrega deles, somada ao trabalho de direção e à orientação pedagógica, fez com que o "Auto de Natal de Portalegre" fosse uma verdadeira celebração do talento, da dedicação e do potencial transformador da arte, especialmente no contexto escolar. Esse trabalho conjunto, entre alunos, professores e diretores, foi a chave para a realização de um espetáculo que foi, sem dúvida, um marco para todos os envolvidos.
Gostaria também de destacar a qualidade excepcional dos figurinos, que desempenharam um papel fundamental na construção da atmosfera do espetáculo. Parabenizo a figurinista e as costureiras que realizaram um trabalho tão cuidadoso e detalhado. Cada peça de figurino foi pensada com precisão, refletindo não só o contexto da história, mas também a profundidade dos personagens.
Os detalhes de cada figurino eram, de fato, de tirar o fôlego, e sua interação com o texto e com o cenário criou uma conexão visual única, acrescentando uma camada adicional à dramaturgia da peça. Os figurinos não eram apenas roupas, mas elementos simbólicos que dialogavam com a narrativa, intensificando a identidade dos personagens e enriquecendo a experiência visual e emocional do público. A forma como esses elementos se integrara ao palco e ao contexto da história criou uma outra dramaturgia, ampliando o impacto da obra e tornando cada cena ainda mais cativante e significativa.
Esse cuidado com os figurinos evidenciou a importância do trabalho coletivo na criação de um espetáculo verdadeiramente imersivo, onde cada detalhe, por menor que fosse, se somava à grandiosidade da peça. A contribuição da figurinista e das costureiras foi, sem dúvida, um dos destaques que transformou o "Auto de Natal de Portalegre" em uma experiência estética completa, capaz de emocionar e surpreender o público em todos os aspectos.
Faz-se necessário ressaltar que o investimento na cultura é de extrema importância para a sociedade, pois a arte tem o poder de transformar pessoas, lugares e realidades. A arte educa, provoca mudanças profundas na estrutura de vida de uma comunidade, ampliando horizontes e criando novas possibilidades de visão de mundo.
Nesse contexto, gostaria de parabenizar a gestão de Portalegre, na pessoa do prefeito José Augusto, e a secretária de Educação, Maria das Graças Oliveira, pelo compromisso com a promoção da cultura e o apoio ao desenvolvimento de iniciativas como o "Auto de Natal de Portalegre". O esforço e a dedicação da equipe da Prefeitura e da Secretaria de Educação foram fundamentais para que esse espetáculo acontecesse com tamanha qualidade e envolvimento da comunidade.
A todos os envolvidos — desde os diretores e professores até os alunos, figurinistas, costureiras e todos os que contribuíram para a realização desse projeto —, meu mais sincero agradecimento. O trabalho conjunto e o reconhecimento da importância da arte na formação cultural e educacional da cidade demonstram um compromisso com a construção de uma sociedade mais rica, sensível e capaz de se transformar através da criatividade e do saber coletivo.
Visitar nosso espaço e encontrá-lo completamente transformado, bem organizado e pronto para nos receber é uma verdadeira dádiva. Sinto-me profundamente honrado por ter tido a oportunidade de fazer parte desses momentos significativos. A transformação que vejo não é apenas física, mas também simbólica, refletindo o esforço coletivo que foi investido na criação de um ambiente acolhedor e preparado para novos desafios. Esse processo de renovação, tanto material quanto emocional, é um reflexo da dedicação de todos os envolvidos e um testemunho do poder da arte e da colaboração para transformar realidades.
Por Francisco de Nabor.
Francisco de Nabor é um artista multifacetado, atuando como ator, diretor, poeta e escritor. Formado em Estética e Teoria do Teatro pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), ele possui uma base sólida no estudo e na prática das artes cênicas. Sua formação teórica reflete um entendimento aprofundado sobre a construção de significados no teatro, enquanto sua atuação prática como ator e diretor demonstra sua habilidade em transformar ideias em performances impactantes. Além disso, sua poesia e escrita expandem sua expressão artística, enriquecendo seu repertório criativo.Os atores Júnior Filho e Leandro Bessa assumiram os papéis do Demônio/Morte e do Rei Herodes, respectivamente, e suas atuações foram verdadeiramente estarrecedoras. O texto que interpretaram foi não foi de grande complexidade, mas a forma como o entregaram ao público, com clareza e precisão, evidenciou não apenas a qualidade do trabalho de direção, mas também o talento inegável dos atores. Cada palavra que proferiram foi carregada de emoção, e seus gestos, por mais sutis ou intensos que fossem, eram extremamente precisos, transmitindo com maestria as características e o peso de seus personagens.
O trabalho gestual de ambos foi algo impressionante, com uma evolução cênica que se manteve coerente e impactante do início ao fim. O Demônio/Morte, com sua energia quase sobrenatural, e o Rei Herodes, com sua imponência e crueldade, se apresentaram de maneira tão vívida e autêntica que o público não apenas assistiu, mas sentiu a presença de cada um deles no palco. A habilidade de transformar o espaço cênico em uma extensão de seus próprios sentimentos e intenções foi um exemplo claro de competência técnica e emocional, criando momentos de tensão e reflexão para os espectadores.
Esses dois atores não só deram vida aos seus personagens, mas os personificaram com tal intensidade e destreza que foram, sem dúvida, pilares essenciais para a construção da atmosfera única que o espetáculo proporcionou. A entrega deles foi tão rica e profunda que tornou as cenas em que apareceram ainda mais poderosas, garantindo que o público fosse levado à reflexão sobre os temas abordados de uma forma emocionalmente envolvente e tecnicamente impecável. O trabalho desses dois artistas é um reflexo do esforço conjunto que permeia todo o espetáculo, e sua contribuição para o sucesso da peça foi verdadeiramente inesquecível.
É importante destacar que esse espetáculo foi realizado com a participação de estudantes da Escola Municipal Filomena Sampaio de Souza, cerca de 80 alunos que, embora não sejam atores e atrizes, compuseram o elenco com uma dedicação impressionante. Esses jovens, com suas diversas realidades e experiências de vida, trouxeram uma autenticidade única ao palco. Em espaços teatrais como esse, é fundamental entender e respeitar cada corpo e cada história que está ali inserida, o que torna o trabalho ainda mais significativo e enriquecedor.
Nesse contexto, a escolha cuidadosa dos diretores Felipe Silva e Cícero Lima, aliados ao trabalho da equipe de arte (Elismar Bezerra, Isabelle Nunes, Borba e Jaiane, foi essencial para o sucesso da produção. A direção teve uma sensibilidade admirável para lidar com a diversidade de talentos e realidades presentes no elenco, trabalhando de forma colaborativa para que cada aluno se sentisse valorizado e integrado ao processo. A colaboração dos professores e da coordenação pedagógica da escola Filomena Sampaio de Souza também teve um papel fundamental, oferecendo o apoio necessário para que os alunos pudessem se expressar e desenvolver seu potencial artístico de maneira plena.
O resultado foi um espetáculo que não apenas impressionou pela qualidade técnica e emocional, mas também pela inclusão e pelo reconhecimento das diversas vivências dos jovens envolvidos. A entrega deles, somada ao trabalho de direção e à orientação pedagógica, fez com que o "Auto de Natal de Portalegre" fosse uma verdadeira celebração do talento, da dedicação e do potencial transformador da arte, especialmente no contexto escolar. Esse trabalho conjunto, entre alunos, professores e diretores, foi a chave para a realização de um espetáculo que foi, sem dúvida, um marco para todos os envolvidos.
Gostaria também de destacar a qualidade excepcional dos figurinos, que desempenharam um papel fundamental na construção da atmosfera do espetáculo. Parabenizo a figurinista e as costureiras que realizaram um trabalho tão cuidadoso e detalhado. Cada peça de figurino foi pensada com precisão, refletindo não só o contexto da história, mas também a profundidade dos personagens.
Os detalhes de cada figurino eram, de fato, de tirar o fôlego, e sua interação com o texto e com o cenário criou uma conexão visual única, acrescentando uma camada adicional à dramaturgia da peça. Os figurinos não eram apenas roupas, mas elementos simbólicos que dialogavam com a narrativa, intensificando a identidade dos personagens e enriquecendo a experiência visual e emocional do público. A forma como esses elementos se integrara ao palco e ao contexto da história criou uma outra dramaturgia, ampliando o impacto da obra e tornando cada cena ainda mais cativante e significativa.
Esse cuidado com os figurinos evidenciou a importância do trabalho coletivo na criação de um espetáculo verdadeiramente imersivo, onde cada detalhe, por menor que fosse, se somava à grandiosidade da peça. A contribuição da figurinista e das costureiras foi, sem dúvida, um dos destaques que transformou o "Auto de Natal de Portalegre" em uma experiência estética completa, capaz de emocionar e surpreender o público em todos os aspectos.
Faz-se necessário ressaltar que o investimento na cultura é de extrema importância para a sociedade, pois a arte tem o poder de transformar pessoas, lugares e realidades. A arte educa, provoca mudanças profundas na estrutura de vida de uma comunidade, ampliando horizontes e criando novas possibilidades de visão de mundo.
Nesse contexto, gostaria de parabenizar a gestão de Portalegre, na pessoa do prefeito José Augusto, e a secretária de Educação, Maria das Graças Oliveira, pelo compromisso com a promoção da cultura e o apoio ao desenvolvimento de iniciativas como o "Auto de Natal de Portalegre". O esforço e a dedicação da equipe da Prefeitura e da Secretaria de Educação foram fundamentais para que esse espetáculo acontecesse com tamanha qualidade e envolvimento da comunidade.
A todos os envolvidos — desde os diretores e professores até os alunos, figurinistas, costureiras e todos os que contribuíram para a realização desse projeto —, meu mais sincero agradecimento. O trabalho conjunto e o reconhecimento da importância da arte na formação cultural e educacional da cidade demonstram um compromisso com a construção de uma sociedade mais rica, sensível e capaz de se transformar através da criatividade e do saber coletivo.
Visitar nosso espaço e encontrá-lo completamente transformado, bem organizado e pronto para nos receber é uma verdadeira dádiva. Sinto-me profundamente honrado por ter tido a oportunidade de fazer parte desses momentos significativos. A transformação que vejo não é apenas física, mas também simbólica, refletindo o esforço coletivo que foi investido na criação de um ambiente acolhedor e preparado para novos desafios. Esse processo de renovação, tanto material quanto emocional, é um reflexo da dedicação de todos os envolvidos e um testemunho do poder da arte e da colaboração para transformar realidades.
Por Francisco de Nabor.
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