Por que o Brasil enterra tanto lixo reciclável?


Coleta seletiva em Santos, SP — Foto: Marcelo Martin/Divulgação Prefeitura de 
Santos

03 de NOVEMBRO 2025 - Em média, cada brasileiro gera cerca de 1 kg de lixo por dia, o que equivale a aproximadamente 380 kg por ano.

Mas apenas 8,3% do lixo gerado nas cidades é, de fato, reciclado, de acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).

Em 2024, o que não foi reciclado — mais de 70 milhões de toneladas de resíduos — teve dois destinos: aterros sanitários, onde o lixo é enterrado, ou lixões, a pior alternativa para o meio ambiente.

Vale lembrar que os lixões deveriam ter sido extintos em agosto de 2024, mas ainda existem mais de 1.500 em funcionamento.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil perde cerca de R$ 38 bilhões por ano ao enterrar ou descartar em lixões materiais recicláveis e orgânicos que poderiam voltar à economia.

De acordo com o IBGE, todas as cidades com mais de 500 mil habitantes já implantaram o serviço. O maior desafio está nos municípios pequenos.

Especialistas apontam três fatores principais para o baixo índice de reciclagem no país:

O sistema de tributação: hoje, materiais recicláveis são tributados como se fossem matéria-prima nova. Isso faz com que o produto reciclado acabe pagando imposto duas vezes — na venda do material pela cooperativa e depois na indústria que o utiliza. No fim, o reciclado pode até ficar mais caro do que o produto feito com matéria-prima virgem, o que reduz a competitividade da reciclagem.

Falta de infraestrutura das cidades: faltam coleta seletiva, pontos de entrega e centrais de triagem.

Falta de conscientização da população: muita gente não separa o lixo corretamente, ou até separa, mas tudo acaba indo para o mesmo caminhão.

Por Paula Paiva Paulo, g1

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