Emanuelle Muniz, de 21 anos, foi morta a pedradas em Anápolis (Foto: Reprodução/Facebook)
02 de MAIO 2017 - A Polícia Civil prendeu quatro jovens suspeitos de matar a pedrada transexual Emanuelle Muniz Gomes, de 21 anos. Ela foi assassinada após sair de uma boate e pegar carona em um carro em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Em depoimento, os quatro confessaram algum grau de envolvimento no crime. O corpo da vítima foi encontrado pela própria mãe em uma estrada na zona rural da cidade.
O crime aconteceu no dia 26 de fevereiro. Emanuelle e a mãe, Edna Girlene Gomes, saiam de uma boate quando decidiram pegar carona com quatro homens. Ao perceber que o veículo estava muito cheio, Edna saiu e tentou levar a filha, mas o carro saiu em alta velocidade e Emanuelle ficou no automóvel.
Durante a apresentação, a mãe de Emanuelle exibiu fotos da filha aos suspeitos. “Eles tinham que saber quem era a pessoa que eles tiraram da sociedade. Ela era uma pessoa de bem, que não queria o sofrimento do próximo”, disse.
Edna também contou que não possui nenhum sentimento pelos suspeitos de matar sua filha. “Não sei se posso perdoar, porque não sinto nada. Não tenho raiva, não tenho ódio, desprezo, nem compaixão”, completou.
Emanuelle Muniz foi encontrada morta em um lote abandonado em Anápolis, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Os suspeitos foram identificados após testemunhas informarem características do carro usado no crime. “O grupo estava em um Fiat Palio branco. E uma semana antes, na mesma boate, um grupo tinha se envolvido em uma briga. A partir daí, fomos identificando o dono do veículo, com quem ele andava e, assim, identificamos todos eles”, contou o delegado Cleiton Lobo.
Para o investigador, o assassinato foi motivado por homofobia. “No percurso, descobriram que ela era transexual e um deles sugeriu ao grupo que matasse a Emannuelle. Porém, eles não admitem isso, dizem que já sabiam que ela era homem e dão desculpas para o crime para tentar minimizar a pena”, disse.
O delegado informou ainda que Emanuelle se preparava para fazer uma cirurgia de mudança de sexo. “A mãe da vítima me contou que ela se preparava para a cirurgia, tanto que já estava na fase de acompanhamento psicológico. Mas a Emanuelle era muito feminina, tinha seios, então era difícil desconfiar da transexualidade dela. Por isso, ainda apuramos se o sequestrador não sabia disso e, ao descobrir, cometeu o assassinato. Ressalto que não descartamos nenhuma motivação ainda”, disse.
Além do homicídio, a polícia diz que eles cometeram outros crimes. “Eles roubaram o celular da mãe e tentaram roubar o da Emanuelle e também tentaram matar um homem que passava pelo local do assassinato e eles não queriam deixar testemunha”, disse o delegado.
Foram presos Daniel Lopes Caetano, 20, Sérgio Cesário Neto, 21, Reinivan Moisés Caetano, 20 e Márcio Machado Nunes, 18. Eles vão responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima, além de estupro, roubo e tentativa de homicídio.
Por Vitor Santana, G1 GO
O crime aconteceu no dia 26 de fevereiro. Emanuelle e a mãe, Edna Girlene Gomes, saiam de uma boate quando decidiram pegar carona com quatro homens. Ao perceber que o veículo estava muito cheio, Edna saiu e tentou levar a filha, mas o carro saiu em alta velocidade e Emanuelle ficou no automóvel.
Durante a apresentação, a mãe de Emanuelle exibiu fotos da filha aos suspeitos. “Eles tinham que saber quem era a pessoa que eles tiraram da sociedade. Ela era uma pessoa de bem, que não queria o sofrimento do próximo”, disse.
Edna também contou que não possui nenhum sentimento pelos suspeitos de matar sua filha. “Não sei se posso perdoar, porque não sinto nada. Não tenho raiva, não tenho ódio, desprezo, nem compaixão”, completou.
Emanuelle Muniz foi encontrada morta em um lote abandonado em Anápolis, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Os suspeitos foram identificados após testemunhas informarem características do carro usado no crime. “O grupo estava em um Fiat Palio branco. E uma semana antes, na mesma boate, um grupo tinha se envolvido em uma briga. A partir daí, fomos identificando o dono do veículo, com quem ele andava e, assim, identificamos todos eles”, contou o delegado Cleiton Lobo.
Para o investigador, o assassinato foi motivado por homofobia. “No percurso, descobriram que ela era transexual e um deles sugeriu ao grupo que matasse a Emannuelle. Porém, eles não admitem isso, dizem que já sabiam que ela era homem e dão desculpas para o crime para tentar minimizar a pena”, disse.
O delegado informou ainda que Emanuelle se preparava para fazer uma cirurgia de mudança de sexo. “A mãe da vítima me contou que ela se preparava para a cirurgia, tanto que já estava na fase de acompanhamento psicológico. Mas a Emanuelle era muito feminina, tinha seios, então era difícil desconfiar da transexualidade dela. Por isso, ainda apuramos se o sequestrador não sabia disso e, ao descobrir, cometeu o assassinato. Ressalto que não descartamos nenhuma motivação ainda”, disse.
Além do homicídio, a polícia diz que eles cometeram outros crimes. “Eles roubaram o celular da mãe e tentaram roubar o da Emanuelle e também tentaram matar um homem que passava pelo local do assassinato e eles não queriam deixar testemunha”, disse o delegado.
Foram presos Daniel Lopes Caetano, 20, Sérgio Cesário Neto, 21, Reinivan Moisés Caetano, 20 e Márcio Machado Nunes, 18. Eles vão responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima, além de estupro, roubo e tentativa de homicídio.