Advogado disse que jovem relatou em depoimento pai tinha chicote (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
13 de JUNHO 2017 - A estudante Gloria Maria de Souza Rocha, de 17 anos, informou em depoimento, segundo seu advogado, nesta segunda-feira (12), na Vara da Infância e da Juventude de Santos, no litoral de São Paulo, que o pai tem um chicote em casa e que o utilizava para agredir ela e a mãe. O Conselho Tutelar disse que a jovem foi colocada em segurança e ficará acompanhada da irmã.
A história de Gloria repercutiu nas redes sociais depois que ela fugiu de casa. O suposto desaparecimento revelou, na verdade, as agressões que ela diz ter sofrido do pai, o escritor Joselito Oliveira Rocha, de 40 anos. O fato ainda fez a adolescente reencontrar, após 16 anos, a irmã Erika Cristina Carballo de Oliveira, de 23, que foi retirada da casa dos pais por maus-tratos quando tinha seis anos.
"No relato da filha [ao promotor Carlos Alberto Carmello Júnior], ela chega a dizer que há um chicote para que ele [Joselito] bata nelas [mãe e filha]. Então, haverá a apuração do crime de maus-tratos pela Delegacia da Mulher", afirmou o advogado da jovem, Dárcio Cesar Marques, no Fórum de Santos.
Marques ainda disse que Gloria informou à Promotoria que a mãe, Maria José de Souza Franklin, de 44 anos, "é agredida violentamente e também verbalmente" pelo marido. Foram, aproximadamente, cinco horas de depoimentos prestados pelos envolvidos diretamente no caso e testemunhas dos fatos relatados.
Erika, irmã de Gloria, e conselheiro tutelar após depoimentos em Santos (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
"Eu sei que ela [Gloria] estava sofrendo ameaças e agressões, e que estava vivendo em um ambiente muito agressivo", afirmou a irmã da jovem, Erika. Aos 6 anos, a Justiça determinou que Maria e Joselito perdessem a guarda dela pelo mesmo crime. As duas se reencontraram em uma rede social, em um pedido de ajuda, na última semana.
O conselheiro tutelar de Santos, Mauricio Bezouro Carvalho, disse que Gloria está guardada e segura em um lugar que não pode ser revelado até que a nova guarda definitiva seja estabelecida. "O caso entrou em segredo de Justiça, para preservar os envolvidos. Temos que aguardar o desfecho [a decisão] da audiência [com o juiz]".
Por enquanto, Gloria terá a companhia da irmã, que a ajudou a relevar o que ocorria dentro de casa. A parte criminal, envolvendo maus-tratos, deverá ser apurada, segundo o advogado, pela Polícia Civil, a partir desta terça-feira (13). Joselito e Maria José estão desaparecidos após a denúncia feita pelos familiares à polícia.
O caso
Na noite de domingo (11), após cinco dias desaparecida, retornar para casa e alegar ter sido forçada a gravar um vídeo com o pai, dizendo que estava tudo bem, e registrar um boletim de ocorrência contra as pessoas que a ajudaram, Gloria resolveu procurar a polícia. Ela apresentou uma denúncia contra Joselito.
Após 16 anos separadas, irmãs se reencontraram em um pedido de ajuda (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
A coordenadora do Colégio Ramos Lopes, Daniela Cabral, de onde a aluna supostamente tinha desaparecido há uma semana, acompanhava os bastidores da história e foi quem acionou o Conselho Tutelar em Santos para auxiliar no caso. "Eu disse a ela [Gloria] para confiar em mim, que eu tentaria protegê-la".
Daniela e Erika conseguiram se encontrar com Gloria, que as acompanhou até a delegacia. A mãe, Maria José, se reencontrou com a primeira filha, pediu desculpas e disse a ela que, pela primeira vez, "toparia falar a verdade". No trajeto, Joselito as surpreendeu em um carro e levou a esposa à força, segundo elas.
O caso foi registrado como ameaça (diante das acusações contra o pai), denunciação caluniosa e constrangimento ilegal (por alegar ter sido coagida a fazer um boletim com informações falsas e gravar um vídeo dizendo que estava tudo bem). Na segunda-feira, houve a audiência na Vara da Infância e Juventude de Santos.
Joselito e Maria estão desaparecidos desde o ocorrido e o G1 tenta contato com eles por meio dos telefones que ambos divulgaram na ocasião do sumiço da filha. Ainda segundo o advogado da jovem, a Polícia Civil também deverá iniciar uma investigação para tentar localizar a mãe da jovem.
Estudante foi à delegacia acompanhada de amigos e familiares (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
FACEBOOK MONGAGUÁ
Por José Claudio Pimentel, G1 Santos
13 de JUNHO 2017 - A estudante Gloria Maria de Souza Rocha, de 17 anos, informou em depoimento, segundo seu advogado, nesta segunda-feira (12), na Vara da Infância e da Juventude de Santos, no litoral de São Paulo, que o pai tem um chicote em casa e que o utilizava para agredir ela e a mãe. O Conselho Tutelar disse que a jovem foi colocada em segurança e ficará acompanhada da irmã.
A história de Gloria repercutiu nas redes sociais depois que ela fugiu de casa. O suposto desaparecimento revelou, na verdade, as agressões que ela diz ter sofrido do pai, o escritor Joselito Oliveira Rocha, de 40 anos. O fato ainda fez a adolescente reencontrar, após 16 anos, a irmã Erika Cristina Carballo de Oliveira, de 23, que foi retirada da casa dos pais por maus-tratos quando tinha seis anos.
"No relato da filha [ao promotor Carlos Alberto Carmello Júnior], ela chega a dizer que há um chicote para que ele [Joselito] bata nelas [mãe e filha]. Então, haverá a apuração do crime de maus-tratos pela Delegacia da Mulher", afirmou o advogado da jovem, Dárcio Cesar Marques, no Fórum de Santos.
Marques ainda disse que Gloria informou à Promotoria que a mãe, Maria José de Souza Franklin, de 44 anos, "é agredida violentamente e também verbalmente" pelo marido. Foram, aproximadamente, cinco horas de depoimentos prestados pelos envolvidos diretamente no caso e testemunhas dos fatos relatados.
Erika, irmã de Gloria, e conselheiro tutelar após depoimentos em Santos (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
"Eu sei que ela [Gloria] estava sofrendo ameaças e agressões, e que estava vivendo em um ambiente muito agressivo", afirmou a irmã da jovem, Erika. Aos 6 anos, a Justiça determinou que Maria e Joselito perdessem a guarda dela pelo mesmo crime. As duas se reencontraram em uma rede social, em um pedido de ajuda, na última semana.
O conselheiro tutelar de Santos, Mauricio Bezouro Carvalho, disse que Gloria está guardada e segura em um lugar que não pode ser revelado até que a nova guarda definitiva seja estabelecida. "O caso entrou em segredo de Justiça, para preservar os envolvidos. Temos que aguardar o desfecho [a decisão] da audiência [com o juiz]".
Por enquanto, Gloria terá a companhia da irmã, que a ajudou a relevar o que ocorria dentro de casa. A parte criminal, envolvendo maus-tratos, deverá ser apurada, segundo o advogado, pela Polícia Civil, a partir desta terça-feira (13). Joselito e Maria José estão desaparecidos após a denúncia feita pelos familiares à polícia.
O caso
Na noite de domingo (11), após cinco dias desaparecida, retornar para casa e alegar ter sido forçada a gravar um vídeo com o pai, dizendo que estava tudo bem, e registrar um boletim de ocorrência contra as pessoas que a ajudaram, Gloria resolveu procurar a polícia. Ela apresentou uma denúncia contra Joselito.
Após 16 anos separadas, irmãs se reencontraram em um pedido de ajuda (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
A coordenadora do Colégio Ramos Lopes, Daniela Cabral, de onde a aluna supostamente tinha desaparecido há uma semana, acompanhava os bastidores da história e foi quem acionou o Conselho Tutelar em Santos para auxiliar no caso. "Eu disse a ela [Gloria] para confiar em mim, que eu tentaria protegê-la".
Daniela e Erika conseguiram se encontrar com Gloria, que as acompanhou até a delegacia. A mãe, Maria José, se reencontrou com a primeira filha, pediu desculpas e disse a ela que, pela primeira vez, "toparia falar a verdade". No trajeto, Joselito as surpreendeu em um carro e levou a esposa à força, segundo elas.
O caso foi registrado como ameaça (diante das acusações contra o pai), denunciação caluniosa e constrangimento ilegal (por alegar ter sido coagida a fazer um boletim com informações falsas e gravar um vídeo dizendo que estava tudo bem). Na segunda-feira, houve a audiência na Vara da Infância e Juventude de Santos.
Joselito e Maria estão desaparecidos desde o ocorrido e o G1 tenta contato com eles por meio dos telefones que ambos divulgaram na ocasião do sumiço da filha. Ainda segundo o advogado da jovem, a Polícia Civil também deverá iniciar uma investigação para tentar localizar a mãe da jovem.
Estudante foi à delegacia acompanhada de amigos e familiares (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
FACEBOOK MONGAGUÁ