Dirigente do governo é acusado de desviar R$ 4,6 milhões do BVA, diz revista.


12 de JANEIRO de 2013 -   Indicado pelo PT, o futuro diretor de investimentos da Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal), Humberto Pires Grault Vianna de Lima, está sendo investigado pelo BC (Banco Central) pelo desvio de R$ 4,6 milhões do BVA, afirma reportagem da revista Época desta semana.
De acordo com o veículo, a auditoria do BC afirma que Pires recebeu R$ 4,6 milhões do caixa do BVA, sob intervenção do BC desde outubro do ano passado, usando uma empresa de fachada.
Segundo relatório do setor de fiscalização do BC ao qual a revista teve acesso, entre 2010 e 2011, o BVA repassou R$ 135 milhões à empresa Peg Cred, supostamente responsável pela área de crédito consignado do banco, embora o BVA não tivesse mais operações de crédito consignado.
O BC teria descoberto que, da conta da Peg Cred, ao menos R$ 100,8 milhões seguiram para contas de empresas de 18 dos executivos do banco – entre eles Humberto Pires, por meio da empresa HPG Vianna de Lima Cobrança, que teria recebido R$ 4,6 milhões. Ainda de acordo com o relatório, outras duas empresas, com endereço idêntico à de Pires, receberam R$ 700 mil.
O total repassado pelo BVA à Peg Cred correspondia, em 2011, a mais de 100% do lucro líquido e 9,3 % do patrimônio do banco. Para os analistas do BC, os desvios apontam uma “conduta grave” e “contribuíram para o grave comprometimento da situação econômico-financeira [do BVA]”.
A reportagem diz que Pires admite ter recebido o dinheiro, considerado “parte do salário”, e que passou nota fiscal e declarou os recursos no Imposto de Renda.
A revista apurou que a empresa HPG Vianna de Lima Cobrança, localizada em uma pequena casa na periferia de São Paulo, no bairro da Vila Formosa, estava fechada durante horário comercial. Questionado pela reportagem, Pires não soube responder em qual bairro o imóvel ficava.
A Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), órgão ligado ao Ministério da Previdência e responsável por fiscalizar o setor, informou que está analisando a regularidade de operações realizadas por fundos de pensão com o Banco BVA.
Por meio da assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, Eva Dal Chiavon, secretária executiva do órgão, disse que a escolha de Pires para a Funpresp foi “técnica”, baseada na experiência profissional dele em fundos de pensão, e que ele ainda não tomou posse porque faltam detalhes formais para a constituição e o funcionamento do novo fundo de pensão do governo.

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