Pacientes com dependência química precisam de estrutura adequada para realizar tratamento de desintoxicação.

Diretora da Casa de Saúde São Camilo de Léllis, Fátima Trajano (Marcos Lima)

23 de JANEIRO de 2013 -  A Unidade Integrada de Saúde Mental (Uisam) e a Casa de Saúde São Camilo de Léllis, unidades de atendimento a dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais de Mossoró, têm problemas no que diz respeito à estrutura física. Os espaços tornaram-se pequenos e inadequados para atender o grande número de pacientes. São cerca de 1.200 pacientes atendidos mensalmente pela Uisam e encaminhados para os órgãos competentes.
A diretora do São Camilo, Fátima Trajano, disse que é grande o número de pacientes atendidos com dependência química, porém não existe uma ala específica para atender essas pessoas.
"Hoje encontram-se reunidos em um mesmo espaço do São Camilo pacientes com dependência química e com transtornos mentais, comprometendo assim o tratamento de ambos, pois os dependentes, por não entenderem a situação daquelas pessoas com esquizofrenia, depressão, acabam maltratando-as. Além disso, os dependentes acabam ocupando vagas que deveriam ser destinadas a pacientes com problemas mentais", revela.
Ela disse que uma das soluções para o problema seria a revitalização da ala de dependentes químicos existente na Uisam ou a disponibilização de um terreno para ser construído um espaço maior.
"Já existe um compromisso com a Prefeitura, para que entre os meses de janeiro e fevereiro sejam iniciadas as obras para a construção de novos leitos, 40 ao todo. Aqui serão atendidos pacientes de desintoxicação grave. O tratamento para pessoas usuárias de drogas leva cerca de 30 a 45 dias. Após esse momento, essas pessoas precisam ser acompanhadas para continuarem limpas".
Enquanto a construção de novos leitos para solucionar o problema relatado não sai do papel, os pacientes com dependência química são tratados no local inapropriado. A medida tem gerado muitas discussões entre a sociedade e profissionais que atuam nos órgãos.
Para se ter uma ideia foi realizado um abaixo-assinado pelos pacientes e profissionais, reunindo cerca de 120 assinaturas, solicitando que o órgão não se mude para outra localidade. Em contrapartida os moradores sentem-se temerosos em relação à implantação de um espaço direcionado para dependentes químicos no bairro.
"A gente fica um pouco receoso em saber que dependentes químicos estão sendo tratados ao lado de nossas residências. Sabemos que algumas vezes acontece a fuga de um ou outro paciente, e em decorrência da abstinência esses podem fazer qualquer coisa para ter acesso a drogas novamente. Sei que uma estrutura desse tipo é necessária, mas será que talvez não fosse uma ideia construir algo desse tipo em um lugar mais afastado?", indagou a moradora Kátia Maria. 

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