Dilma reconheceu os gestos de apreço da Igreja com o Brasil nos últimos anos, como a visita do papa em maio de 2007 por ocasião da 5a conferência Geral do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), em Aparecida do Norte, a canonização do primeiro santo brasileiro, dom Antonio Galvão de França, e a escolha do Rio de Janeiro como sede da Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá de 23 a 28 de julho deste ano.
Os acontecimentos foram qualificados "como marcos históricos no relacionamento entre a Santa Sé e o Brasil".
A presidente também manifestou respeito pela decisão do papa de renunciar à cátedra de São Pedro e desejou que "essa nova fase de recolhimento o encontre com saúde e paz".
Essa foi a primeira manifestação oficial da presidente sobre a renúncia do papa desde o anúncio feito por Bento 16, no dia 11 de fevereiro, de que deixaria o papado, alegando condições frágeis de saúde.
A falta de uma manifestação oficial da presidente após o anúncio da renúncia do papa chegou a ser vista como um sinal de que ela ainda guardava mágoas de Bento 16 em relação à campanha eleitoral de 2010 à Presidência, quando o papa orientou os bispos que se empenhassem contra o voto em candidatos favoráveis ao aborto -- Dilma chegou a ser acusada por setores religiosos no Brasil de ser favorável à legalização, o que ela negou.
Por meio do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, o governo já havia negado qualquer mal-estar nas relações com o Vaticano.
Na noite desta quinta-feira, após a declaração de "sé vacante", o papa irá dirigir-se à residência pontifícia de Castelgandolfo, ao sul de Roma. Segundo o Vaticano, ele assumirá o título de "papa emérito" e continuará sendo chamado de "santidade".
Os cardeais começarão a se reunir para as chamadas "congregações gerais" na sexta-feira, em preparação para o início do conclave que escolherá o novo papa. Espera-se que um novo nome seja anunciado até Domingo de Ramos, no dia 24 de março.
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