16 de ABRIL de 2013 - Com 161 procedimentos judiciais de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) julgou, no ano passado, cinco processos desta natureza. Nenhum deles resultou em condenação dos réus. O levantamento, com dados de todo País, foi feito e divulgado, ontem, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O
trabalho faz parte da ação do CNJ para acompanhar o cumprimento da Meta
18 de melhoria do funcionamento do Judiciário brasileiro. A meta 18 tem
como objetivo identificar e julgar, até 31 de dezembro, as ações de
improbidade administrativa e penais relacionadas a crimes contra a
administração pública, que foram distribuídas até 31 de dezembro de
2011.
Os
cinco processos julgados pelo TJ-AM, em 2012, não têm mais chance de
recurso no próprio tribunal. Segundo o levantamento do CNJ, o TJ-AM
também julgou dois processos sem decisões definitivas (que cabem recurso
ao próprio tribunal).
Em
todo País, a quantidade de procedimentos judiciais em tramitação sobre
corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade chegou a 25.799, no final
do ano passado. E, pelos dados do CNJ, o TJ-AM não está sozinho em
relação ao baixo índice de julgamentos denúncias contra a administração
pública: em 2012, o Judiciário contabilizou 1.637 julgamentos, que
resultaram na condenação definitiva de 205 réus envolvidos com esses
tipos de crimes.
Ainda
segundo o levantamento feito pelo CNJ, no TJ-AM, nenhum processo
relacionado à Meta 18 prescreveu. Nos outros tribunais do País, de 1º
janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2011, foram declaradas as
prescrições em 2.918 ações e procedimentos penais.
No
Amazonas, dos 161 processos relativos à Meta 18 em tramitação, 35 são
referentes a denúncias de corrupção; quatro à lavagem de dinheiro (por
crime antecedente); quatro à corrupção e lavagem de dinheiro; 43 por
corrupção ou lavagem de dinheiro; e 75 por improbidade administrativa.
Dos
processos judiciais julgados em definitivo, um foi por corrupção, um
por lavagem de dinheiro, dois por corrupção ou lavagem de dinheiro e um
por improbidade administrativa. Dos julgamentos que ainda cabem recurso,
um foi por corrupção e um por corrupção ou lavagem de dinheiro. O
levantamento do CNJ foi meramente estatístico e não informou a quais
processos os números se referem.
De
acordo com o CNJ, o objetivo da pesquisa “é responder às indagações do
Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi)”. O Brasil foi mal
avaliado pelo Gafi por não desenvolver ações de combate a esses tipos de
crime. E uma das razões é a falta de estatísticas processuais.
Em números
15º:
é a colocação do TJ-AM no ranking nacional de processos de corrupção,
improbidade e lavagem de dinheiro em tramitação. São 161 ações.
5:
foi a quantidade de processos envolvendo crimes de corrupção,
improbidade e lavagem de dinheiro julgados em definitivo no TJ-AM em
2012.
0:
foi o número de réus condenados, em 2012, pelo TJ-AM em processos
envolvendo crimes contra a administração pública, segundo o CNJ.
Conselheiro critica leniência
O
conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Gilberto Martins
avaliou que a Meta 18 não está sendo priorizada nos tribunais do País,
segundo informação publicada na página do conselho, ontem. A meta é
julgar, até 31 de dezembro, as ações de improbidade e ações penais sobre
administração pública.
Para
o conselheiro, segundo o CNJ, “as estatísticas demonstram que o
Judiciário não tem enfrentado o problema com a prioridade exigida, já
que elevado número de processos foram prescritos”.
O
CNJ já iniciou a análise dos dados de cada um dos tribunais para
identificar leniência (tolerância excessiva) e apresentar propostas de
aprimoramento do trabalho.
Tribunal cria grupos de trabalho
O
corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Yedo Simões,
declarou, ontem, que o órgão está criando grupos de trabalho para
alcançar todas as metas estipuladas para 2013.
Sobre
a Meta 18, em específico, o desembargador Yedo disse que naquele
momento não tinha como passar dados exatos, mas que o TJ-AM trabalha
para melhorar o desempenho em relação aos anos anteriores. “Nosso
tribunal está trabalhado para isso. Em dezembro, vamos tentar obter
resultado melhor que no ano anterior”, declarou o corregedor.
Uma
das estratégias, segundo Yedo Simões, foi desenvolver instrumentos para
acompanhar mais de perto o andamento dos processos em todo o Estado.
“Já temos oito comarcas totalmente virtualizadas e em breve o Estado
todo terá essa realidade”, disse.
O
corregedor afirmou que a virtualização dos processos permite que o
TJ-AM realize correições virtuais (acompanhamento e fiscalização das
comarcas pela Internet).
O
desembargador também informou que todos os juízes do Amazonas são
informados sobre as prioridades nos trabalhos para cumprimento das metas
do Judiciário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário