Revoltado, jovem espancado após beijar homem em boate vai à Justiça por indenização.


9 de ABRIL de 2013 - O jovem que denunciou ter sido vítima de crime de homofobia em uma boate em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, pretende entrar com uma ação na Justiça para ser indenizado pela casa noturna por conta da agressão. Ele também registrou um boletim de ocorrência e uma denúncia no Ministério Público. O caso ocorreu no último sábado (6).
André Barbosa, que postou uma foto de seu rosto com hematomas na rede social, diz ter sido atacado por seguranças da casa noturna após beijar um rapaz. A direção da boate nega qualquer crime de homofobia e informou, por meio de nota, que um grupo arrumou uma confusão dentro do local e o jovem teria agredido um segurança já do lado de fora, que revidou.
— Estou revoltado porque não tenho dúvida que foi um caso de homofobia. Eu não agredi ninguém e vou procurar os meus direitos. Pensaram que eu ficaria com medo, mas minha família me apoia e chegaram lá antes mesmo da polícia. É um absurdo que isso tenha ocorrido em uma boate tão grande de Camboriú.

Barbosa estava na casa noturna pela primeira vez para comemorar o aniversário de um amigo e conheceu durante a noite o rapaz que beijou. Já do lado de fora, ele conta que o segurança não parava de dizer que teria perdido quatro camarotes, custando R$ 2.000 cada, porque clientes foram embora constrangidos por terem presenciado o beijo. Ele disse acreditar que o motivo da agressão por parte do segurança seja por essa razão.
O irmão de Barbosa, Ailton Barbosa, é advogado e assumiu o caso. Ele disse que o processo na Justiça será contra os seguranças e a casa noturna. Os profissionais devem responder criminalmente pela lesão corporal e a boate será apontada por ser responsável pela contratação da empresa terceirizada que emprega os seguranças.
Todos os envolvidos prestaram depoimento na segunda-feira (8). Barbosa passou por exames no IML (Instituto Médico Legal) e disse que foi anexado ao inquérito policial um raio-x feito no sábado (6) que mostra uma fratura no nariz.
A casa noturna 2me, que pertence ao Grupo Green Valley, informou que a agressão de forma alguma ocorreu porque o jovem é homossexual, mas sim porque um grupo de clientes gerou uma confusão e foram retirados do local. Um dos indivíduos agrediu um segurança já fora da boate, que revidou. A empresa de segurança é terceirizada e todos os profissionais foram afastados, segundo a direção da casa noturna.
Em nota, a empresa se defendeu:
Primeiro queremos declarar que o club não tem nenhum tipo de preconceito com seus clientes, sempre recebemos a todos independentemente de cor, credo ou orientação sexual. Todos são muito bem vindos no club. Com os depoimentos na delegacia e testemunhas, constatamos que o ocorrido foi que o grupo estava agitado, empurrando, incomodando demais clientes e, então necessário se fez uma abordagem, que foi feita através de um dos rapazes da produção, no sentido de solicitar para que o grupo se contivesse um pouco em sua euforia, informando que demais clientes estavam incomodados pelo mal comportamento deles. Os mesmos não foram nada receptivos, muito pelo contrário, uma das pessoas que compunha o grupo agrediu nosso profissional da produção com um tapa no rosto, sem qualquer sentido.
A Polícia Militar informou que os envolvidos prestaram depoimento e que as versões do caso são divergentes, mas serão investigadas. O jovem alega que não agrediu nenhum funcionário, porém um dos seguranças diz que ele jogou uma garrafa no rosto dele, segundo a PM.

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