Problemas estruturais comprometem trabalho da equipe do Itep em Mossoró.

Apenas um rabecão é utilizado para recolher corpos - Cacau
06 de MAIO de 2013 - O Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) de Mossoró responde atualmente por 67 municípios do interior do Rio Grande do Norte, que vai desde cidades do sertão Central até a divisa com a Paraíba e Ceará, onde a única equipe do plantão tem que se desdobrar para realizar seu trabalho, muitas vezes chegando a percorrer quase 500 quilômetros por final de semana para garantir o atendimento.
Mesmo diante de toda a braveza dos funcionários, as péssimas condições estruturais comprometem o trabalho dos profissionais, que sem condição nenhuma para atender adequadamente as ocorrências são criticados, quase que injustamente.
Telefones cortados, falta de equipamentos sofisticados, internet bloqueada, equipamentos se deteriorando com a ação do tempo, falta de funcionários, geladeiras cheias, ossadas humanas armazenadas de forma irregular (muitas delas a céu aberto), dentre outros, são os problemas que mais afetam o trabalho de atendimento à população.
O caos generalizado atinge também o corpo médico legista, passando por falta de veículos, até questões de segurança e qualidade no resultado final dos serviços prestados. Para se ter uma ideia, o Itep de Natal, que tem uma estrutura mais avançada, responde apenas por 77 municípios e o de Caicó presta serviço somente a 30 cidades.
Segundo relatos dos funcionários, o quadro se agrava ainda mais no que se refere ao deslocamento das equipes periciais para realizar um serviço de campo ou local. Os dois rabecões usados para o recolhimento dos corpos, que foram entregues no final de 2011, pelo Governo do Estado, um apresentou problemas mecânicos e foi devolvido a Natal para o conserto, ficando até hoje, um só apenas à disposição dos peritos.
"Olha, é uma situação delicada que estamos enfrentando com apenas um rabecão. Se por acaso ocorrerem dois crimes em pontos extremos, tipo Macau e Venha-Ver, até que a equipe se desloque para atender as ocorrências, no mínimo, durará 10 horas até que retorne à base. Enquanto isso, se em Mossoró precisar de um local, como vamos ficar?", destacou o diretor do Itep, Valentim Marinho.
Outro problema grave enfrentado por Valentim e sua equipe é a falta de espaço, ou seja, a estrutura pequena da sede do Itep impossibilita a inovação do serviço, com instalação de novos equipamentos. "Temos guardado lá na sede do Corpo de Bombeiros um equipamento de última geração, de raios X e um gabinete odontológico, que conseguimos adquirir com muito esforço, porém estão sem uso por não ter espaço para colocar para funcionar", destacou.
Os equipamentos mencionados por Valentim Marinho só serão utilizados na sede do Itep quando concluir a reforma do prédio, que nem sequer começou.
O gabinete odontológico e o de raios X são usados pelos peritos para reconhecimento de cadáveres, por meio da arcada dentária e para detectar caminhos dos projéteis de balas no corpo humano, que não são perceptíveis aos olhos humanos, respectivamente.
Com a falta destes equipamentos, os exames cadavéricos com maior complexidade são encaminhados ao Itep de Natal ou a Salvador (BA) e Recife (PE), levando muito tempo para o resultado ficar pronto.
Ainda segundo o diretor Valentim Marinho, a reforma na sede do Itep de Mossoró está prevista para começar ainda neste semestre, mais precisamente no mês de julho.

Problemas elétricos deixam Comparador de Balística sem funcionar há vários dias.

Um dos equipamentos fundamentais na elucidação de crimes, em especial homicídios, o Comparador de Balística, do Itep de Mossoró está sem funcionar há vários dias devido a problemas elétricos na rede que abastece a sede do órgão.
"É uma falta de vergonha esse equipamento não está funcionando devido à baixa frequência da energia. Com isso só quem perde é a sociedade, pois exames fundamentais na elucidação de crimes estão deixando de serem feitos", disse um funcionário.
A direção do Itep, através do seu gestor Valentim Marinho, disse que já solicitou a melhoria dos serviços elétricos à Cosern, inclusive já foi realizada uma reparação, no entanto não conseguiu corrigir o problema.
"A Cosern diz que é problema de energia fraca aqui nas imediações do Itep, onde a corrente chega à nossa sede abaixo de 220 watts. Com isso o equipamento, que é totalmente digital, não funciona. Ele só funciona se a carga elétrica for rigorosamente, o que requer sua potencia", explicou.
Para Valentim, a saída seria uma ampliação de potência na rede elétrica na área onde o Itep está localizado, no entanto, fogem da alçada do órgão, que diariamente deixa de acelerar as investigações policiais.

Falta de médico legista causa transtorno no atendimento.

Outro problema grave enfrentado pela direção do Itep é a falta de médico legista para atender a população durante os plantões. A situação vem acontecendo com frequência sem que a direção possa fazer alguma coisa para resolver, uma vez que o órgão é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), que já tem conhecimento das deficiências enfrentadas pelo Itep.
A direção do Itep explica que nem sempre a escala dos plantões é preenchida pelos legistas, devido faltar mão de obra profissional. A saída seria realização de concursos para contratar profissionais. "Enquanto não for realizado um concurso para preenchimento de vagas, o Itep vai sofrer com problemas de escala", disse Valentim Marinho.

Um comentário:

  1. o que eles tem pra tralhar, polo que eu pode perceber eles so tem a coragem a vontade de cuprir com o seu dever, mas como sempre falta aquipamento isso e um problema crónico no pais.

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