Família aciona Justiça para jovem ir para casa após 24 anos em hospital.
Diego e a mãe no Hospital Estadual de Sumaré (Sávio Monteiro / EPTV)
12 de Setembro de 2013 - O quarto de Diego da Silva tem televisão, adesivos do time do coração, aparelho de som, e fotos, mas fica em um hospital. Há 24 anos, o jovem mora em uma unidade médica por conta de uma síndrome rara, e a família acionou a Prefeitura de Sumaré (SP) na Justiça para conseguir ter em casa a estrutura necessária de atendimento para ele, que se comunica com movimento dos olhos e sobrancelhas.
"Ele depende da gente pra tudo né. Para erguer a mão, para pedir, para mexer a perna", conta a mãe do rapaz, Marinalva Xavier da Silva. No primeiro ano de vida ele foi diagnosticado com a Síndrome de Werdnig Hoffmann, que compromete os movimentos do corpo. Desde então, Diego nunca mais voltou para casa. O jovem passou 12 anos internado no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e já está há outros 12 em um quarto do Hospital Estadual de Sumaré.
Para Diego conseguir sair do hospital, é necessário montar uma estrutura com todos aparelhos utilizados por ele e serviços de enfermagem 24 horas. A família não tem plano de saúde e acionou a Justiça para tentar dar mais conforto ao rapaz. O processo contra a Prefeitura de Sumaré foi aberto há um ano, depois que outro paciente da unidade médica foi beneficiado com o tratamento em casa.
'Dói muito'
"Isso dói muito. Saber que depende de alguém pro seu filho poder ser feliz em casa", desabafa Marinalva. O rapaz passou a vida no hospital e os médicos se tornaram como uma família. "Todo o dia eu venho e falo: bom dia meu amor, bom dia, Di", diz a supervisora do serviço social Eli Alonso Costa.
Segundo o médico pediatra Marcelo Conrado dos Reis, que acompanha o jovem desde a internação dele há 24 anos, as pessoas acometidas pela síndrome morrem ainda na infância. "Ele está vivo agora porque ele teve um cuidado muito adequado nesses anos todos", afirma.
'Ele está deprimido'
Mesmo com todos os cuidados dos médicos, Diego se cansou de viver em um quarto de hospital. "Ele está deprimido, fica chamando a psicóloga porque quer conversar com ela, falando da espera de ir embora", conta a mãe Marinalva.
Segundo ela e o padrasto de Diego, Wilson Virtuoso dos Santos, o jovem deve se mudar para a casa da avó e de três tios, onde a sala será transformada da receber os aparelhos necessários. "Ele vai poder ir pra rua, tem uma praça aqui atrás e ele vai poder tomar um sol. Se eu for até no mercado, vou levar ele", diz o padrasto.
O processo de Diego ainda não foi julgado. A Prefeitura de Sumaré disse que não vai tomar nenhuma atitude até que a Justiça decida sobre o caso.
Retirado do G1.
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