Enfraquecimento de Wilma favorece candidatura de Fátima ao Senado.
20 de DEZEMBRO de 2013 - Considerada uma das três maiores lideranças políticas da atualidade no RN, duas vezes governadora do Estado, três vezes prefeita de Natal, hoje vice-prefeita da capital, e pré-candidata a governadora e a senadora, Wilma de Faria é fortemente atingida em sua imagem pública, pela notícia de condenação do filho dela, o advogado Lauro Maia, a mais de 16 anos de prisão, por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência, dentro do processo chamado Operação Hígia.
Como não poderia deixar de ser, Wilma sentirá os efeitos dessa condenação, não apenas por ser o próprio filho o condenado, mas, sobretudo, porque a corrupção, ora confirmada pela Justiça Federal, aconteceu no seu governo.
E ainda, a corrupção tem indícios fortíssimos de que contava com a sua anuência ou aquiescência, haja vista a proximidade com o filho, que se valia dessa condição para operar com facilidade.
Além do baque na opinião pública, o fato traz implicações políticas para o Rio Grande do Norte. A começar pela formação do cenário sucessório em que a própria Wilma vinha reinando devido ao esquecimento de problemas do seu governo, jogados para debaixo do tapete momentaneamente pelo desastre da gestão atual.
Com o desgaste de Rosalba Ciarlini, Wilma vinha se fixando como principal opositora ao atual governo, e auferindo para si os louros da reprovação popular à administração do DEM. Neste sentido, as pesquisas revelaram posição privilegiada da ex-governadora, que chegou a declarar, por diversas oportunidades, que a população do estado é que queria que ela voltasse ao poder. Um quadro muito diferente de quando ela deixou o governo, em março de 2010, com diversos escândalos administrativos no armário, que um dia inevitavelmente viriam à tona (além de Higia, Foliaduto, superfaturamento da ponte Newton Navarro, Operação Ouro Negro, dentre outras irregularidades apontadas pelo Ministério Público durante os setes anos e três meses em que esteve à frente do governo do Estado).
A derrocada política de Wilma iniciou em 2010, quando ela perdeu a eleição para o Senado para Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM), as duas outras lideranças que dividem com a pessebista o estandarte de maiores do Estado. Mas ela sobreviveu. E numa jogada de suprema sabedoria política, em 2012, Wilma aceitou ser candidata a vice-prefeita de Carlos Eduardo, numa jogada que poucos entenderam a princípio, mas que, ao final, se revelou de extrema utilidade para ela.
Sendo vice, movimentando-se bastante no interior do Estado, Wilma fixou-se como principal opositora de Rosalba e vinha se reerguendo desde então. Ao ponto de, até esta quarta-feira, antes da publicação da condenação do seu filho por corrupção, ela ser considerada uma das peças políticas mais importantes no jogo sucessório de 2014, confrontando interesses como o da governadora Rosalba Ciarlini, do senador José Agripino, de um ministro de Estado (Garibaldi Filho-PMDB) e do próprio presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Até a possibilidade de assumir a prefeitura de Natal, com eventual renúncia do prefeito para disputar o governo (algo plausível), Wilma tem. Ou seja, o ano de 2014 pode reservar para ela voltar ao poder, seja governador, senadora, deputada federal ou prefeita. E, para o bem da verdade, nada está descartado ainda. Política é como as nuvens, e, do jeito que muda agora, poderá mudar amanhã novamente.
*Jornal de Hoje
Retirado do Umarizal News.
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