Cortejo saiu da Câmara de Vereadores e seguiu até o Cemitério São Miguel. (Foto: Micheline Darl)
8 de DEZEMBRO de 2013 - Na tarde deste domingo (8), o corpo do compositor João Silva foi enterrado no Cemitério São Miguel, em Arcoverde, no Sertão pernambucano. Depois do velório na Câmara de Vereadores do município, familiares, amigos e fãs do artista acompanharam o cortejo guiado por caminhão do Corpo de Bombeiros, que levava o caixão e alguns sanfoneiros. Quando da notícia da morte, na sexta (6), a prefeitura decretou luto oficial que segue até esta segunda-feira (9).
João Silva foi encontrado sem vida por vizinhos na sexta-feira (6), depois de três dias sem que ninguém conseguisse contato com ele, no Recife. Antes de ser levado ao Sertão, o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), para descobrir a causa da morte. Ele tinha 78 anos de idade e 71 anos desde o primeiro contato com a música, aos sete anos de idade, quando começou a tocar pandeiro.
Aos 17 anos, apresentou-se no programa "Domingueira", no Rio de Janeiro, e acabou se tornando um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga. A amizade começou nos anos 1960. Duas décadas depois, João produziu "Danado de bom", que vendeu em três meses 1,6 milhão de cópias e passou a compor somente para o Rei do Baião. A viúva de João Silva, Benildes Nogueira, contou que o marido estava preparando um novo projeto e já tinha gravado demonstrações do repertório.
O compositor teve mais de duas mil músicas gravadas por cantores brasileiros. Entre os destaques estão "Nem se despediu de mim", "Pagode russo" e "Deixa a tanga voar".
João Silva, parceiro musical de Luiz Gonzaga
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O poeta José Maria Marques, também biógrafo de João Silva, esteve presente às cerimônias e lembra da produção do artista. “A obra dele – personificada na figura de Luiz Gonzaga – é da mesma linhagem nobre de Humberto Teixeira e Zé Dantas. Gonzaga, inclusive, atingiu um disco de ouro a partir de João, que conservou o legado”, contou. Lançado em 2009 pelas Edições Bagaço, o livro de Marques é intitulado “Mestre João Silva – Pra não morrer de tristeza – O maior parceiro de Luiz Gonzaga”. “Eu poderia escrever dez livros sobre ele”, declarou.
De acordo com o cantor Kleber Araújo, a biografia fez aproximar mais o compositor à terra natal. “Nossa ligação ocorreu no ano de 2009, quando fizemos o lançamento do livro em Arcoverde e João Silva fez um show aqui”, lembrou. Desde então, Kleber conta que se tornou parceiro do compositor, colocando letra na música instrumental “Sol de Olinda”, também assinada por Luiz Gonzaga. “João era muito ligado à gente do Coletivo Cultural de Arcoverde [Cocar]. Tanto que, em 2012, João foi considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco e nós fomos a instituição responsável por indicá-lo”, disse.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O poeta José Maria Marques, também biógrafo de João Silva, esteve presente às cerimônias e lembra da produção do artista. “A obra dele – personificada na figura de Luiz Gonzaga – é da mesma linhagem nobre de Humberto Teixeira e Zé Dantas. Gonzaga, inclusive, atingiu um disco de ouro a partir de João, que conservou o legado”, contou. Lançado em 2009 pelas Edições Bagaço, o livro de Marques é intitulado “Mestre João Silva – Pra não morrer de tristeza – O maior parceiro de Luiz Gonzaga”. “Eu poderia escrever dez livros sobre ele”, declarou.
De acordo com o cantor Kleber Araújo, a biografia fez aproximar mais o compositor à terra natal. “Nossa ligação ocorreu no ano de 2009, quando fizemos o lançamento do livro em Arcoverde e João Silva fez um show aqui”, lembrou. Desde então, Kleber conta que se tornou parceiro do compositor, colocando letra na música instrumental “Sol de Olinda”, também assinada por Luiz Gonzaga. “João era muito ligado à gente do Coletivo Cultural de Arcoverde [Cocar]. Tanto que, em 2012, João foi considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco e nós fomos a instituição responsável por indicá-lo”, disse.
Artistas tocaram composições de João Silva.
(Foto: Kleber Araújo)
Dentre as homenagens à região e à terra natal, João Silva deixou uma nova música com Kleber Araújo. Chamada “Porteira do Sertão”, ele é quem deve lançar a canção em disco, que já é preparado para antes das festas juninas.
Causa da morte
(Foto: Kleber Araújo)
Dentre as homenagens à região e à terra natal, João Silva deixou uma nova música com Kleber Araújo. Chamada “Porteira do Sertão”, ele é quem deve lançar a canção em disco, que já é preparado para antes das festas juninas.
Causa da morte
João Silva foi encontrado sem vida por vizinhos na sexta-feira (6), depois de três dias sem que ninguém conseguisse contato com ele, no Recife. Antes de ser levado ao Sertão, o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), para descobrir a causa da morte. Ele tinha 78 anos de idade e 71 anos desde o primeiro contato com a música, aos sete anos de idade, quando começou a tocar pandeiro.
Aos 17 anos, apresentou-se no programa "Domingueira", no Rio de Janeiro, e acabou se tornando um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga. A amizade começou nos anos 1960. Duas décadas depois, João produziu "Danado de bom", que vendeu em três meses 1,6 milhão de cópias e passou a compor somente para o Rei do Baião. A viúva de João Silva, Benildes Nogueira, contou que o marido estava preparando um novo projeto e já tinha gravado demonstrações do repertório.
O compositor teve mais de duas mil músicas gravadas por cantores brasileiros. Entre os destaques estão "Nem se despediu de mim", "Pagode russo" e "Deixa a tanga voar".
Jael Soares Do G1 Caruaru
Retirado do G1
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