Pedro Bandera (Foto: Arquivo pessoal)
"Gostei muito da decisão. A gente vê situações de discriminação o tempo inteiro e muitas vezes as pessoas terminam não fazendo nada. Acho que o fato de que existe essa discriminação é um alerta", afirmou. "Sou músico, preparado intelectual e fisicamente. O dinheiro é totalmente simbólico. O que vale é a condenação", afirmou.
Bandera diz que entrava no shopping pelo mesmo lugar que outros músicos da banda, brancos, também entraram, mas só ele, negro, foi abordado, levado para uma área remota e submetido a uma bateria de perguntas antes da chegada da polícia.
"Alegaram que era por causa dos instrumentos, mas eu estava sem instrumentos. Senti hostilidade mesmo. Não foi como 'por favor, nos acompanhe'. Me senti atropelado, violentado, foi por causa da minha cor", afirmou.
Ele conta que enquanto respondia aos questionamentos, cercado por seguranças, ele ouviu um dos seguranças dizer no rádio: "Estão suspeitando do indivíduo porque ele alega que vem fazer um show, está sem instrumentos e de táxi." Mais do que as palavras, o que incomodou o músico foi o gestual, a postura do segurança.
Bandera disse que no dia seguinte entrou em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) so shopping, que não tomou providências. "Não tive outra opção a não ser recorrer à Justiça", afirmou. O processo criminal foi arquivado diante da dificuldade de localizar o segurança envolvido no episódio. Além do processo cível que o músico venceu em primeira instância, há outro processo administrativo na Secretaria Estadual de Justiça que prevê multa e até lacração do estebelecimento.
Retirado do G1
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