Moradores de Itaóca contabilizam prejuízos após enchente (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
18 de JANEIRO de 2014 - A Defesa Civil em Itaóca e a Polícia Civil confirmaram, na manhã deste sábado (18), que o número de mortos em decorrência das chuvas em Itaóca, no interior de São Paulo, subiu para 22. Um dos corpos ainda permanece sem identificação. Ainda segundo a Defesa Civil, pelo menos cinco pessoas permanecem desaparecidas e uma continua hospitalizada.
O temporal em Itaóca começou por volta das 19h de domingo (12) e durou até o amanhecer da segunda-feira (13). As avaliações técnicas do Instituto Geológico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, realizadas após a enchente, mostraram que o nível do Rio Palmital subiu entre 4 e 5 metros e acabou transbordando. No mesmo local e período, estima-se que, em 6 horas, choveu 150 milímetros. Para se ter uma ideia, uma chuva normal nos dias de verão pode chegar a 30 milímetros em média.
A Defesa Civil trabalha na cidade com a ajuda do Corpo de Bombeiros para tentar chegar a áreas que permanecem isoladas. Apiaí, município vizinho de Itaóca, também foi atingido pela tempestade. Não há registro de mortes, mas 50 moradias ficaram inundadas. Os moradores de Apiaí já voltaram para casa. O governador Geraldo Alckmin passou a noite na região acompanhando o trabalho das equipes e destacou que o mais importante nos trabalhos era salvar vidas.
Uma força tarefa do Corpo de Bombeiros foi enviada para a cidade de Itaóca. No total, cinco viaturas, quatro cães farejadores e 15 homens foram deslocados para auxiliar no atendimento a feridos e nas buscas por desaparecidos. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) disponibilizou maquinário para limpeza da região. Já o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) auxilia nos trabalhos de reconstrução da cidade, com a doação de uma pá carregadeira e dois caminhões para retirada de escombros.
O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao Alto Ribeira na tarde de segunda-feira (13). Ele visitou as áreas afetadas pela chuva e decidiu dormir na região para acompanhar os trabalhos de resgate na terça-feira (14). “A situação é de calamidade pública, extremamente grave. A tromba d’água afetou diversas áreas e ainda causou deslizamentos.”
Alckmin lembrou que outras cidades do estado de São Paulo, como São Luiz do Paraitinga e Cunha, também foram atingidas e destruídas por fortes chuvas em outros anos. Depois da situação de calamidade pública, foram colocados sensores nas cidades que avisam quando o rio está começando a subir. Segundo o governador, esse tipo de medida pode ser implantada também no Vale do Ribeira. "Talvez seja possível. O chefe da Defesa Civil está estudando a situação. O ideal seria a construção de uma barragem para regularizar a bacia do Rio Ribeira. Há questões ambientais e está na Justiça. Agora é preciso dar todo apoio humanitário, salvar vidas, ajudar as famílias e depois ajudar a cidade, que é uma cidade carente. É uma região bastante montanhosa", afirmou o governador na ocasião.
Bairros inteiros foram alagados pelas chuvas (Foto:
Reprodução / TV Tribuna)
Reprodução / TV Tribuna)
Destruição
A cidade de Itaóca, que possui 3.332 habitantes, ficou parcialmente destruída por causa do temporal. Várias pontes e ligações viárias foram danificadas por causa das cheias. O Rio Palmital transbordou e causou a inundação de mais de 100 casas. Além disso, o município ficou durante várias horas sem fornecimento de energia elétrica e água. A luz voltou ao município no início da tarde de segunda-feira.
Alckmin homologou, na quarta-feira (15), o estado de calamidade pública em Itaóca. De acordo com a Defesa Civil 332 pessoas foram desalojadas e 21 ficaram desabrigadas.
Casa ficou cheia de lama após enchente em Itaóca, SP (Foto: Rodrigo Martins/G1)
Estragos causados por chuva que atingiu Itaóca (Foto: William Volcov/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Retirado do G1
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