Ebola se espalhou para todas as províncias da Libéria, diz presidente.

Homem empurra mulher que aparenta ter ebola num 
centro de tratamento em Monróvia 
(Foto: Pascal Guyot/AFP)

02 de OUTUBRO de 2014 - O vírus ebola se espalhou para todas as províncias da Libéria, de acordo com a presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf. Nação mais afetada pela epidemia, foi de lá que partiu um liberiano atualmente em quarentena no Texas, a primeira contaminação fora da África.

Nesta quinta-feira (2), acontece em Londres uma conferência sobre a luta contra a doença em Serra Leoa, um país do oeste africano, vizinho da Libéria, onde cinco pessoas são infectadas a cada hora, de acordo com a ONG Save the Children.

A conferência, organizada pelo Reino Unido, já arrecadou 120 milhões de libras (150 milhões de euros) para a luta contra a doença. No entanto, esta reunião é realizada sem a presença do presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, cujo avião não conseguiu decolar por problemas técnicos.

A presidente liberiana pediu ao chefe da nova Missão das Nações Unidas para a Luta contra o ebola (UNMEEER), Anthony Banbury, em visita ao país, apoio para conter a propagação em locais isolados no interior do país.

"Começamos a ver uma estabilização" da epidemia na Libéria, "uma desaceleração no número de pessoas que se apresentam nos centros médicos", afirmou a presidente na quarta-feira (1º).

Balanço da OMS

Na Libéria foram registradas 1.998 mortes de 3.696 casos de febre hemorrágica, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vírus mortal tem sua maior epidemia

Os outros dois países do oeste africano mais atingidos pela pior epidemia do vírus da história são Guiné (710 mortes em 1.157 casos) e Serra Leoa (622 mortes em 2.304 casos).

O recente otimismo de Sirleaf não é compartilhado pela OMS, que advertiu esta semana que a epidemia havia apresentado um crescimento 'explosivo' e poderia contaminar 20 mil pessoas até novembro na África Ocidental.

Os sistemas de saúde dos três países estão completamente saturados pela magnitude da pandemia, e embora a ajuda começa a chegar, a comunidade internacional demorou a reagir.

Nos Estados Unidos, a preocupação aumenta com a possibilidade de transmissão deste vírus mortal após o diagnóstico tardio do primeiro caso fora da África, de um liberiano que chegou em 20 de setembro sem nenhum sintoma, mas que foi diagnosticado com Ebola quatro dias depois.

O paciente procurou ajuda médica no dia 26, mas foi mandado para casa, tendo retornado ao Hospital Presbiteriano de Texas em 28 de setembro e sido colocado em quarentena.

Wall Street em estado de alerta

O período de incubação varia de 2 a 21 dias e uma pessoa que contraiu o vírus torna-se contagiante logo que os sintomas (dor de cabeça, febre ou vômitos) aparecem. O vírus não se transmite pelo ar, como a gripe, e só pode ser transmitido através do contato direto com fluidos contaminados, como sangue ou saliva.

O anúncio do primeiro caso de ebola nos Estados Unidos abalou as ações da American Airlines em Wall Street na quarta-feira.

As autoridades médicas não ratificaram qualquer tratamento para o vírus, embora experimentos têm sido testados, alguns dos quais, aparentemente, com sucesso. Mas vai demorar pelo menos vários meses antes de um tratamento ser aprovado e produzido em larga escala.

O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou na quarta-feira US$ 155 milhões em ajuda para a Libéria, Guiné, Serra Leoa e Costa do Marfim (que não está afetado) para combater a epidemia. Na Guiné, onde a epidemia foi declarada em dezembro, o presidente Alpha Condé indicou que "o primeiro antídoto é a informação."


Da France Presse


Retirado do G1

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