Antonio Cezar trabalha como voluntário em rádio de
Américo (Foto: André Luiz Padilha/Arquivo Pessoal)
02 de FEVEREIRO de 2015 - Antonio Cezar Ribeiro, de 49 anos, é cego e está há mais de 30 afastado das escolas, mas essa distância vai diminuir em março, quando as aulas do Centro Universitário de Araraquara (Uniara) começarem. Ele realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e foi aprovado no Programa Universidade para Todos (Prouni) com bolsa integral para o curso de direito.
"Fiz o Enem para concluir o Ensino Médio, não estudei", contou. Mesmo sem um preparo específico, ele obteve 940 pontos na redação e afirmou que poderia ter se saído ainda melhor se o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, oferecesse a acessibilidade digital.
"Fui ao Ministério Público pedir para fazer a prova em um computador, mas o Inep alegou que teria problemas com os sintetizadores de voz e fiz a prova com um ledor, em uma sala individual. Ele ia lendo as questões e eu dizia as respostas. Fiz a redação em braille, ditei e aí transcreveram para o cartão. Fazia tempo que não usava braille e o processo todo demorou. Tive de chutar questões por conta do tempo gasto na redação e acho que perdi pontos", criticou.
02 de FEVEREIRO de 2015 - Antonio Cezar Ribeiro, de 49 anos, é cego e está há mais de 30 afastado das escolas, mas essa distância vai diminuir em março, quando as aulas do Centro Universitário de Araraquara (Uniara) começarem. Ele realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e foi aprovado no Programa Universidade para Todos (Prouni) com bolsa integral para o curso de direito.
"Fiz o Enem para concluir o Ensino Médio, não estudei", contou. Mesmo sem um preparo específico, ele obteve 940 pontos na redação e afirmou que poderia ter se saído ainda melhor se o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, oferecesse a acessibilidade digital.
"Fui ao Ministério Público pedir para fazer a prova em um computador, mas o Inep alegou que teria problemas com os sintetizadores de voz e fiz a prova com um ledor, em uma sala individual. Ele ia lendo as questões e eu dizia as respostas. Fiz a redação em braille, ditei e aí transcreveram para o cartão. Fazia tempo que não usava braille e o processo todo demorou. Tive de chutar questões por conta do tempo gasto na redação e acho que perdi pontos", criticou.
Amigos da rádio fizeram
homenagem no Facebook
após desempenho no Enem
após desempenho no Enem
(Foto: Reprodução)
Acostumado com computadores, Ribeiro afirmou que preferia cursar direito a distância, porém ainda há poucas opções nessa área. "Um amigo vai me dar um notebook para eu levar às aulas, mas, com o barulho da sala, é difícil deixar o sintetizador de voz em um volume baixo, que é o mais recomendado", contou. Ainda assim, pretende prosseguir com a faculdade e já está reunindo a documentação necessária para a matrícula.
Apoio
Nascido em Santa Catarina, Ribeiro morou em São Paulo e se mudou para Américo Brasiliense (SP), onde vive atualmente e atua como voluntário na rádio comunitária Maranathá. "Sou locutor desde 1991 e participava da programação em Américo esporadicamente, mas, há cerca de um ano, tenho um programa diário", contou.
Para ele, o apoio dos companheiros de rádio antes e após a prova fez diferença, assim como a página de datas comemorativas que mantém. "Escrevo bastante para o site e acho que isso serviu de base para a redação", afirmou. De acordo com o RankBrasil, que reúne recordes nacionais, a coleção de dias especiais de Ribeiro é a maior do gênero no país.
Stefhanie Piovezan
Acostumado com computadores, Ribeiro afirmou que preferia cursar direito a distância, porém ainda há poucas opções nessa área. "Um amigo vai me dar um notebook para eu levar às aulas, mas, com o barulho da sala, é difícil deixar o sintetizador de voz em um volume baixo, que é o mais recomendado", contou. Ainda assim, pretende prosseguir com a faculdade e já está reunindo a documentação necessária para a matrícula.
Apoio
Nascido em Santa Catarina, Ribeiro morou em São Paulo e se mudou para Américo Brasiliense (SP), onde vive atualmente e atua como voluntário na rádio comunitária Maranathá. "Sou locutor desde 1991 e participava da programação em Américo esporadicamente, mas, há cerca de um ano, tenho um programa diário", contou.
Para ele, o apoio dos companheiros de rádio antes e após a prova fez diferença, assim como a página de datas comemorativas que mantém. "Escrevo bastante para o site e acho que isso serviu de base para a redação", afirmou. De acordo com o RankBrasil, que reúne recordes nacionais, a coleção de dias especiais de Ribeiro é a maior do gênero no país.
Stefhanie Piovezan
Do G1 São Carlos e Araraquara
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