Governo decreta calamidade pública em 153 municípios do RN devido à seca.


Municípios enfrentam a seca desde 2011


31 de MARÇO de 2015 - O Governo do Estado decretou calamidade pública em 153 dos 167 municípios do Rio Grande do Norte devido à estiagem, o que equivale a 91% dos municípios potiguares enfrentando problemas no abastecimento e reservatórios. Mesmo entre os dez municípios que mais registraram chuvas este ano no RN, Mossoró figura na lista divulgada pelo Governo.
"Mesmo com alguns municípios registrando chuvas dentro da média e até um pouco acima do esperado, o estado de emergência se dá por causa da estiagem dos três anos anteriores, quando não choveu o suficiente para recompor os reservatórios", explica o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bistrot.
Em Mossoró, segundo informações do site da Emparn, o acumulado de chuvas este ano foi de 366,8 mm. O município ocupa a sétima posição entre os com maior volume de chuvas acumulado este ano. Os municípios de Viçoza e Martins, ambos com maior volume de chuvas que Mossoró, também estão entre os apontados pelo Governo do Estado como em calamidade.
Na lista de municípios em estado de calamidade estão ainda as cidades de Antônio Martins, Ipueira, Afonso Bezerra, João Dias, Lagoa de Velhos, Pedro Velho, Pureza, Senador Eloi de Souza e Serra de São Bento, onde, de acordo com o site da Emparn, o volume de chuvas acumulado este ano não saiu do zero.
A distribuição irregular das chuvas, com regiões no Estado chegando a registrar mais de 440 mm, enquanto outras amargam o registro nulo de chuvas, é apontada por meteorologistas como uma das características do inverno deste ano.
Devido à emergência causada pela estiagem que já dura três anos, o Governo poderá contratar empresas para realização de obras contra a seca sem realização de licitação por seis meses. Outra medida tomada para reduzir a extensão do problema no abastecimento tem sido ainda o aumento de campanhas de conscientização contra o desperdício de água, que nos últimos meses tem tomado a televisão, o rádio e outros espaços.

Meteorologista afirma que seria necessário chuva acumulada de mil milímetros para recuperar déficit de anos de seca

Na maioria dos municípios potiguares, o volume acumulado de chuvas deste ano ainda não atingiu sequer os 300 mm. O local com maior volume acumulado é Martins, com 439,2 mm registrados de 1º de janeiro a 30 de março de 2015, número que ainda está longe dos 1.000 mm médios que o Rio Grande do Norte deveria acumular para recuperar os prejuízos pela escassez de chuvas desde 2011, de acordo com o meteorologista Gilmar Bistrot.
"Hoje, 76 municípios do Estado estão com o acumulado de chuvas considerado normal. Outros 20 já registraram chuva acima do considerado normal. Mesmo assim, muitos destes municípios estão entre os 153 em estado de calamidade porque ainda não foi possível recuperar os reservatórios", afirma o meteorologista.
Chama a atenção a disparidade entre o percentual de municípios em calamidade, 91 %, e aqueles que registraram chuvas dentro e acima da média, num total de 96 cidades, o que representa 57% dos municípios potiguares.
O período chuvoso se estende até o mês de maio, mas meteorologistas afirmam não ser possível precisar a média de chuvas da estação e nem se elas serão suficientes para restabelecer o abastecimento à normalidade.


Retirado do Jornal O Mossoroense.

Nenhum comentário:

Postar um comentário