Raphael terá comemoração em dobro no Dia das Mães
Léo e Dayana foram o primeiro casal
A professora Dayana Bruneto e a representante comercial Léo Ribas foram o primeiro casal de lésbicas o oficializar a união estável no Brasil, em maio de 2011. As duas se conheceram quando Raphael tinha pouco mais de um ano. "Foi paixão à primeira vista", lembra Léo ao contar que as duas se conheceram em um bar da capital. Atualmente, as duas também são representantes estaduais da liga Brasileira de Lésbicas.
"Depois desse dia, como nós duas estávamos envolvidas em outro relacionamento, acabou que demorou sete meses para a gente se encontrar. Nesse período, acabamos trocando e-mails e, quando a gente se encontrou, a Dayana achou que o Raphael seria um empecilho, mas foi exatamente o contrário. Eu adoro criança e a minha relação com ele foi meio que instantânea. Hoje, ele é uma das pessoas mais importantes da minha vida", destacou Léo.
No início, houve resistência por parte dos familiares de Dayana em aceitar o relacionamento, mas o apoio da mãe foi essencial para que elas superassem o preconceito e seguissem com o objetivo de formar uma família.
"Eu ainda tenho alguns tios que não conversam com a Léo, por exemplo. Na verdade, eu acho que quem não tem respeito não merece a minha atenção. Então, eu não tenho relação. Atualmente, é uma coisa cordial, mas bem afastada", disse Dayana, que apontou ainda que o pai dela, que já é falecido, nunca aceitou a opção sexual do casal.
Léo contou que as duas já foram alvo de ameaças de morte, também por conta do preconceito. "Nós recebíamos ameaças constantes por telefone e por e-mail. Graças a Deus essa pessoa já foi presa", lembra.
Adriana Justi
Do G1 PR
(Foto: Adriana Justi / G1)
09 de MAIO de 2015 - O Dia das Mães vai ser com comemoração em dobro para o paranaense Raphael Augusto Lira Brunetto, de 10 anos. Ele tem duas mães, ou melhor, uma mãe e um "pãe", como ele mesmo prefere dizer ao se referir a Léo Brunetto, que é casada com a mãe biológica dele, Dayana Brunetto. "Eu fui premiado por ter duas mães. Tenho muito orgulho da luta dessas duas pela vida e pelo que sentem", disse ao G1.
Léo convive com o garoto desde o primeiro ano de idade e também o considera como filho. O menino explica que a apelidou de pãe porque nas situações mais rígidas do dia a dia, é ela quem acaba assumindo, também, o papel de pai.
O pai biológico do garoto não tem convivência com a família, segundo Dayana. "Eu sou a pãe, mas sou a mais chorona e sensível da casa", brinca Léo.
A gente não maquia nada, a gente não esconde nada e jogamos muito limpo com ele. E ele respeita isso."
Dayana Brunetto, uma das mães
Tímido e de poucas palavras, Raphael leva com naturalidade a opção sexual do casal e diz que não se incomoda com os casos de preconceito, que são constantes, principalmente na escola, segundo ele.
Apesar de serem duas mães, Leo explica que, como já é tradição na família, o presente será dado apenas para Dayana. "Nós dividimos as datas. No Dia das Mães ela ganha o presente. No Dia dos Pais, é a minha vez. Essa foi a maneira que nós encontramos pra que nenhuma das datas passe despercebido". Sobre o presente de Dayana, Raphael diz não ter dúvidas sobre o gosto dela, mas que não pode contar por ser surpresa.
"Eu não tenho palavras pra explicar o carinho que eu tenho por ele e que ele tem por mim. É o filho que qualquer mãe pediu a Deus", disse Léo. Para Dayana, o filho é motivo, além de qualquer coisa, de muito orgulho. "Ele supera as nossas expectativas com relação a tudo. Meu amor maior".
09 de MAIO de 2015 - O Dia das Mães vai ser com comemoração em dobro para o paranaense Raphael Augusto Lira Brunetto, de 10 anos. Ele tem duas mães, ou melhor, uma mãe e um "pãe", como ele mesmo prefere dizer ao se referir a Léo Brunetto, que é casada com a mãe biológica dele, Dayana Brunetto. "Eu fui premiado por ter duas mães. Tenho muito orgulho da luta dessas duas pela vida e pelo que sentem", disse ao G1.
Léo convive com o garoto desde o primeiro ano de idade e também o considera como filho. O menino explica que a apelidou de pãe porque nas situações mais rígidas do dia a dia, é ela quem acaba assumindo, também, o papel de pai.
O pai biológico do garoto não tem convivência com a família, segundo Dayana. "Eu sou a pãe, mas sou a mais chorona e sensível da casa", brinca Léo.
A gente não maquia nada, a gente não esconde nada e jogamos muito limpo com ele. E ele respeita isso."
Dayana Brunetto, uma das mães
Tímido e de poucas palavras, Raphael leva com naturalidade a opção sexual do casal e diz que não se incomoda com os casos de preconceito, que são constantes, principalmente na escola, segundo ele.
Apesar de serem duas mães, Leo explica que, como já é tradição na família, o presente será dado apenas para Dayana. "Nós dividimos as datas. No Dia das Mães ela ganha o presente. No Dia dos Pais, é a minha vez. Essa foi a maneira que nós encontramos pra que nenhuma das datas passe despercebido". Sobre o presente de Dayana, Raphael diz não ter dúvidas sobre o gosto dela, mas que não pode contar por ser surpresa.
"Eu não tenho palavras pra explicar o carinho que eu tenho por ele e que ele tem por mim. É o filho que qualquer mãe pediu a Deus", disse Léo. Para Dayana, o filho é motivo, além de qualquer coisa, de muito orgulho. "Ele supera as nossas expectativas com relação a tudo. Meu amor maior".
Léo e Dayana foram o primeiro casal
de lésbicas
a oficializar a união no Brasil
(Foto: Adriana Justi / G1)
Paixão à primeira vista
a oficializar a união no Brasil
(Foto: Adriana Justi / G1)
Paixão à primeira vista
A professora Dayana Bruneto e a representante comercial Léo Ribas foram o primeiro casal de lésbicas o oficializar a união estável no Brasil, em maio de 2011. As duas se conheceram quando Raphael tinha pouco mais de um ano. "Foi paixão à primeira vista", lembra Léo ao contar que as duas se conheceram em um bar da capital. Atualmente, as duas também são representantes estaduais da liga Brasileira de Lésbicas.
"Depois desse dia, como nós duas estávamos envolvidas em outro relacionamento, acabou que demorou sete meses para a gente se encontrar. Nesse período, acabamos trocando e-mails e, quando a gente se encontrou, a Dayana achou que o Raphael seria um empecilho, mas foi exatamente o contrário. Eu adoro criança e a minha relação com ele foi meio que instantânea. Hoje, ele é uma das pessoas mais importantes da minha vida", destacou Léo.
No início, houve resistência por parte dos familiares de Dayana em aceitar o relacionamento, mas o apoio da mãe foi essencial para que elas superassem o preconceito e seguissem com o objetivo de formar uma família.
"Eu ainda tenho alguns tios que não conversam com a Léo, por exemplo. Na verdade, eu acho que quem não tem respeito não merece a minha atenção. Então, eu não tenho relação. Atualmente, é uma coisa cordial, mas bem afastada", disse Dayana, que apontou ainda que o pai dela, que já é falecido, nunca aceitou a opção sexual do casal.
Léo contou que as duas já foram alvo de ameaças de morte, também por conta do preconceito. "Nós recebíamos ameaças constantes por telefone e por e-mail. Graças a Deus essa pessoa já foi presa", lembra.
Família mora no bairro Santa Quitéria, em Curitiba
(Foto: Adriana Justi / G1)
Educação
De acordo com a mãe Dayana, o garoto é criado dentro da realidade. "A gente não maquia nada, a gente não esconde nada e jogamos muito limpo com ele. E ele respeita isso. Ele defende, muitas vezes. Além de tudo, o que a gente tenta passar pra ele é a questão do caráter. Ou seja, independentemente da orientação sexual de uma pessoa, independentemente da identidade de gênero, da raça e da etnia, é preciso ter caráter".
"Então, nós somos exigentes e muito presentes na vida do nosso filho, principalmente por conta de todas essas questões", destaca Dayana. Por conta do preconceito e regras básicas que não foram seguidas, o menino já mudou de escola cinco vezes, segundo ela. "A escola, às vezes, acaba por desconstruir algumas coisas que a gente levou a infância inteira para construir", argumenta a mãe biológica.
Um dos exemplos citado por Dayana de situações que contrariaram a educação oferecida ao garoto foi o de fazer xixi sentado no vaso sanitário. "Nós ensinamos isso pra ele desde pequeno que essa postura é muito mais higiênica e não afeta a sua masculinidade".
"Aos seis anos, aproximadamente, ensinaram pra ele na escola que quem faz xixi sentado é menina. Depois disso, ele nunca mais quis fazer xixi sentado. Ou seja, levamos uma vida inteira pra ensinar uma coisa que foi destruída com um comentário", ressalta Dayana.
Em outras ocasiões, lembra Léo, Raphael também foi criticado por levar uma garrafa cor de rosa para a sala de aula. "Gente, cor não define o sexo de ninguém. São essas atitudes que fazem com que as pessoas criem coisas na cabeça que não existem. Isso, sim, é preconceito".
Dayana é a mãe biológica de Raphael
Educação
De acordo com a mãe Dayana, o garoto é criado dentro da realidade. "A gente não maquia nada, a gente não esconde nada e jogamos muito limpo com ele. E ele respeita isso. Ele defende, muitas vezes. Além de tudo, o que a gente tenta passar pra ele é a questão do caráter. Ou seja, independentemente da orientação sexual de uma pessoa, independentemente da identidade de gênero, da raça e da etnia, é preciso ter caráter".
"Então, nós somos exigentes e muito presentes na vida do nosso filho, principalmente por conta de todas essas questões", destaca Dayana. Por conta do preconceito e regras básicas que não foram seguidas, o menino já mudou de escola cinco vezes, segundo ela. "A escola, às vezes, acaba por desconstruir algumas coisas que a gente levou a infância inteira para construir", argumenta a mãe biológica.
Um dos exemplos citado por Dayana de situações que contrariaram a educação oferecida ao garoto foi o de fazer xixi sentado no vaso sanitário. "Nós ensinamos isso pra ele desde pequeno que essa postura é muito mais higiênica e não afeta a sua masculinidade".
"Aos seis anos, aproximadamente, ensinaram pra ele na escola que quem faz xixi sentado é menina. Depois disso, ele nunca mais quis fazer xixi sentado. Ou seja, levamos uma vida inteira pra ensinar uma coisa que foi destruída com um comentário", ressalta Dayana.
Em outras ocasiões, lembra Léo, Raphael também foi criticado por levar uma garrafa cor de rosa para a sala de aula. "Gente, cor não define o sexo de ninguém. São essas atitudes que fazem com que as pessoas criem coisas na cabeça que não existem. Isso, sim, é preconceito".
Dayana é a mãe biológica de Raphael
(Foto: Adriana Justi / G1)
Adriana Justi
Do G1 PR
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