Vó Dolores comemorou seus 105 anos com festinha organizada no próprio abrigo (Foto: Patrícia Andrade/G1)
01 de MAIO de 2016 - Maria Dolores Silvina Carlos, ou carinhosamente Vó Dolores. Aos 105 anos de idade, a senhora de corpo franzino, pele negra e o sorriso inocente de uma criança, fala pouco da sua história e tem como companheira inseparável uma boneca a qual chama de Jacira.
Vaidosa, ela não abre mão de tiaras, brincos, pulseiras e um esmalte bordô nas unhas. A sua “filhinha” também está sempre impecável. Vó Dolores vive há mais de 10 anos com outros 63 idosos no Abrigo São Lucas, Zona Leste de Teresina, onde ganhou festa organizada por voluntários para comemorar seu aniversário neste domingo (1º).
Sobre família, ela diz “não ter ninguém no mundo”. Vó Dolores, que aos 3 anos viu eclodir a 1ª Guerra Mundial, não tem tantas lembranças da infância, mas ao ser questionada sobre sua juventude diz que gostava de “dançar e namorar”. Casamento foi apenas um, que segundo ela, durou seis anos. “Era mulherengo”, define o ex.
Os olhos da idosa revelam qualidades e virtudes de uma mulher que saiu do Goiás a pé na década de 1950 e, de carona em carona veio parar no Piauí. Quem a conhece, diz que sua alma é transparente, é uma mulher honesta e guarda muito amor pelos animais.
Dessa época, ela só fala das amizades que conquistou. Por muito tempo, Dolores viveu de casa em casa trabalhando como lavadeira e cuidadora. Foi dessa forma que por muitos anos garantiu seu sustento, até o dia em que conseguiu se aposentar.
Vaidosa, ela não abre mão de tiaras, brincos, pulseiras e um esmalte bordô nas unhas. A sua “filhinha” também está sempre impecável. Vó Dolores vive há mais de 10 anos com outros 63 idosos no Abrigo São Lucas, Zona Leste de Teresina, onde ganhou festa organizada por voluntários para comemorar seu aniversário neste domingo (1º).
Sobre família, ela diz “não ter ninguém no mundo”. Vó Dolores, que aos 3 anos viu eclodir a 1ª Guerra Mundial, não tem tantas lembranças da infância, mas ao ser questionada sobre sua juventude diz que gostava de “dançar e namorar”. Casamento foi apenas um, que segundo ela, durou seis anos. “Era mulherengo”, define o ex.
Os olhos da idosa revelam qualidades e virtudes de uma mulher que saiu do Goiás a pé na década de 1950 e, de carona em carona veio parar no Piauí. Quem a conhece, diz que sua alma é transparente, é uma mulher honesta e guarda muito amor pelos animais.
Dessa época, ela só fala das amizades que conquistou. Por muito tempo, Dolores viveu de casa em casa trabalhando como lavadeira e cuidadora. Foi dessa forma que por muitos anos garantiu seu sustento, até o dia em que conseguiu se aposentar.
Maria Dolores Silvina Carlos vive em um
abrigo
na Zona Leste de Teresina
na Zona Leste de Teresina
(Foto: Patrícia Andrade/G1)
“A dona Dolores tem uma força espiritual muito grande, é uma alma caridosa. Não conheci uma só pessoa que não gostasse dela. Ela nunca gostou muito de entrar em detalhes sobre a sua vida, mas dava pra perceber que se tratava de uma pessoa abandonada”, conta o servidor público aposentado Raimundo Martins Botelho.
Ter mais de um centenário de vida e não apresentar problemas de saúde típicos de quem tem essa idade como hipertensão, diabetes e Alzheimer, por exemplo, já é uma vitória para a Vó Dolores.
Luciane Costa, técnica em enfermagem e uma das funcionárias do abrigo, conta que até poucos meses atrás, Dona Dolores caminhava, mas ao tentar guardar algumas coisas em baixo da cama, se desequilibrou e acabou quebrando o fêmur. Hoje, a vozinha precisa de ajuda para se levantar e passa boa parte do tempo sentada em uma cadeira na varanda.
Não muito diferente dos colegas de abrigo, a vida de Dolores também mescla drama, tristeza e alegria, mas ela parece não gostar de demonstrar suas mágoas. Basta apenas alguns minutos perto da vozinha para ganhar um aperto de mão e ter a visita retribuída com um sorriso. Às vezes, sem fazer rodeios, ela costuma ser “curta e grossa”, mas nada que faça alguém desistir de levar o papo adiante.
Se a vida não deu filhos à Dolores e familiares que fizessem questão de acompanhá-la ao longo da sua trajetória, sua amizade e simplicidade ajudaram a senhora a conquistar uma legião de amigos, que neste domingo foram ao abrigo especialmente para comemorar os seus 105 anos.
No Piauí, de acordo com o último do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 436 pessoas com idade acima de 100 anos no estado, sendo 289 mulheres e 147 homens.
Dona Dolores e sua boneca ao qual deu o nome de
Jacira (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Jacira (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Do G1 PI
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