21 de JUNHO de 2016 - O pastor da igreja evangélica que desmoronou assumiu em depoimento que pediu aos membros da congregação que realizassem obras no local voluntariamente, informou o delegado titular do 4º Distrito Policial de Diadema nesta terça-feira (21). Ele disse ainda que estava ciente de que o local não tinha alvará e de que o serviço era realizado sem supervisão de um engenheiro.
A igreja da Assembléia de Deus desabou na última quarta-feira (15) no município do ABC. Cerca de 15 fiéis participavam do culto quando a laje caiu e três pessoas ficaram soterradas. Dois homens, um de 44 e outro de 23 anos, foram socorridos com vida e uma mulher morreu nos escombros.
Além do pastor, dois fiscais da Prefeitura de Diadema prestaram depoimento. Eles notificaram os responsáveis pelo espaço em 13 de junho, solicitando alvará de aprovação e execução da obra, e orientando que os trabalhos fossem interrompidos até a apresentação dos documentos.
Nesta terça, o dirigente da igreja será ouvido, e sobreviventes do acidente devem depor até o fim da semana.
De acordo com o delegado Miguel Ferreira da Silva, que investiga o caso, o pastor pode ser indiciado se for comprovado que ele é o responsável pelo acidente, contudo as investigações não terminaram.
“Só após a conclusão do laudo, que deve sair em cerca de 30 dias, e dos depoimentos saberemos quem é o responsável. Preciso dessas informações para entender completamente a dinâmica do acidente. Alguém pediu a execução do serviço e alguém assumiu a responsabilidade por ele. É preciso investigar para entender as duas figuras”, explica.
Desabamento
Segundo a prefeitura, a obra estava parada e a “notificação é o primeiro procedimento, quando os fiscais verificam alguma irregularidade ou risco. No dia 13 [segunda-feira], a Igreja foi notificada pela movimentação de terra para apresentação de documentos da realização da obra.”
De acordo com a Polícia Civil, os fiéis disseram que trabalhavam na construção de um muro de arrimo ao lado do escadão. Contudo, como não se trata apenas de um serviço em um "filete de terra", mas sim de um grande desmoronamento, os indícios são de que estaria sendo construída, na verdade, uma garagem, de acordo com o delegado.
"Só a perícia poderá confirmar se estavam tirando terra do barranco, que em tese seria a estrutura que sustentava a igreja no terreno em declive. Se os indícios forem comprovados, a polícia pode indiciar o responsável pela obra por crime de desmoronamento qualificado. Qualificado porque houve lesão corporal e morte, e culposo, porque não houve intenção de matar, mas porque serviço foi realizado de forma negligente", afirmou Silva.
“A obra já estava paralisada há mais de 15 dias. É uma igreja antiga, com mais de 60 anos. A documentação estava sendo agilizada junto à Prefeitura”, disse o advogado da Assembleia de Deus, Kaique Nicolau de Lima.
Bombeiros retiram o corpo de Vanda Maria Martins, de
54 anos, que foi soterrada após o desabamento de uma
igreja
da Assembleia de Deus em Diadema, na região
metropolitana de São Paulo, ocorrido na quarta-feira
(15) (Foto: Carla Carniel/Código 19/Estadão Conteúdo)
Igreja evangélica desaba em Diadema, ABC
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Vivian Reis
Vivian Reis
Do G1 São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário