Menina que sumiu com namorado liga para a mãe: 'Disse que foi ser feliz'

Caroline Pinho está desaparecida desde sábado, em 
Itararé 
(Foto: Maíra Pinho/Arquivo Pessoal)

26 de AGOSTO de 2016 - A adolescente Caroline Pinho de 13 anos, que está sumida há um mês após fugir com o namorado de 19 anos, em Itararé (SP), entrou em contato pela primeira vez, na tarde desta quinta-feira (25), segundo a mãe Maíra Almeida Pinho. Caroline está sumida desde o dia 23 de julho deste ano, quando saiu de casa com o namorado Fábio Welligton Brizola. O casal teria fugido porque a mãe da garota não aceitava o relacionamento e havia decidido mudar de cidade com a família.

Segundo Maíra, ela ficou um pouco mais aliviada ao ouvir a voz da filha. Porém, esperava que a ligação fosse para buscá-la. “Eu fico um pouco aliviada, mas também nervosa, porque esperava que ela me ligasse pedindo para ir buscá-la. Ela me contou que leu as reportagens e resolveu ligar para dizer que está bem e que era para eu desistir de procurar. O namorado fez a cabeça da minha filha. Ela está irreconhecível”, lamenta.De acordo com Maíra, a ligação durou dez minutos. “Ela me ligou a tarde e disse que foi ser feliz com o namorado porque eu impedi a felicidade dos dois. Pedi para que ela voltasse, porque hoje ela e o rapaz são dois foragidos, porém ela está irredutível e parece estar mais revoltada do que quando fugiu. Disse que não voltará para casa e que nunca vou saber onde os dois estão escondidos”, afirma a mãe.

Fábio Brizola desapareceu com a 
namorada
adolescente 
(Foto: Maíra Pinho/Arquivo Pessoal)

Investigação
A chamada, segundo a mãe, foi feita de um celular com o DDD 015, número da área de cobertura da cidade. “Ela está na região ou aqui mesmo em Itararé. Voltei a ligar, mas só deu caixa postal”, afirma.

Maíra afirma que a ligação não foi gravada, mas o número foi passado para a Polícia Civil. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Moraes Silva, a polícia vai apurar quem é o responsável pelo número do celular e chegar no casal. Conforme Silva, primeiramente é preciso comunicar a empresa de telefonia.

“A empresa passará os dados cadastrais. Mas se tivermos uma ordem judicial conseguiremos também o registro de chamadas. Assim que tivermos os dados poderemos ver o nome do responsável pelo chip desse celular”, explica.

Maíra percorreu cidades a pé em 
busca da filha
sumida 
(Foto: Arquivo Pessoal/ Maíra Pinho)
Mãe perdeu o emprego
Depois do sumiço da filha, Maíra Pinho contou em entrevista ao G1 que percorreu 390 quilômetros entre viagens de ida e volta a cidades do interior de São Paulo e Paraná. Após receber pistas, ela afirma que já foi a Itapeva (SP), a 57 quilômetros de Itararé; Sengés (PR), a 26 quilômetros; e para Jaguariaíva (PR), a 56 quilômetros de Itararé, duas vezes. Por conta das viagens, acabou perdendo emprego, diz a mãe.

“Sou cuidadora de idosos e os chefes deram dez dias para que eu cuidasse desse problema pessoal. O prazo acabou entre 8 e 12 de agosto, mas como não voltei ao trabalho, eles colocaram outra pessoa no meu lugar. Estou atrás de outro emprego, porque tenho outros dois filhos, uma menina de 12 e um menino de 7 anos, que dependem de mim. Como não tinha carteira assinada, estou vivendo com a ajuda financeira do meu irmão”, afirma.

Entenda o caso
Caroline e o namorado Brizola fugiram depois que Maíra decidiu mudar-se com os filhos para a casa da avó de Caroline, em Carambeí (PR). O motivo da mudança era justamente o relacionamento entre o jovem e a garota. “Ela sempre foi uma menina que me respeitou, mas o rapaz fez a cabeça dela nesses dois meses de namoro. Nos últimos dias, desde que falei que a gente iria se mudar, ela estava muito revoltada comigo", diz a mãe.

Adolescente está desaparecida desde 
julho
(Foto: Maíra Pinho/Arquivo 
Pessoal)

Maíra registrou ao todo dois boletins de ocorrências contra o jovem. “Na sexta-feira (22 de julho), nós brigamos e ele falou que eu havia perdido a minha filha e que iria acabar com a minha vida. Então, registrei um boletim na delegacia. No sábado (23 de julho), ele fugiu com ela e eu fiz outro boletim", conta.

Em entrevista ao G1 em 26 de julho, o delegado Carlos Moraes Silva explicou que caso seja comprovado que a garota decidiu sair de casa por conta própria o rapaz não responderá por sequestro. Contudo, ele pode ser indiciado por estupro de vulnerável se confirmado que os dois tenham feito relações sexuais nesse período.

“Mesmo sendo namorada dele, ela é menor. Então, quando os dois forem encontrados, vamos solicitar exames que possam comprovar se ocorreu conjunção carnal ou atos libidinosos. Se sim, ele pode responder pelo crime de estupro de vulnerável, já que ele é maior", explica.

Caio Gomes Silveira
Do G1 Itapetininga e Região

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