Polícia apura morte de menino de 4 anos que caiu de escorregador no RS

Após cair de escorregador, menino bateu a cabeça em tocos 
de taquara 
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

30 de SETEMBRO de 2016 - A Polícia Civil investiga o caso de um menino de 4 anos que morreu cinco dias após cair de um escorregador e bater com a cabeça contra tocos de madeira em uma creche municipal de Três Coroas, cidade a cerca de 110 quilômetros de Porto Alegre. Rian Rodrigues sofreu uma queda de cerca de um metro de altura no dia 22 de setembro, uma quinta-feira, e morreu na madrugada da última terça-feira, dia 27.

Rian caiu após ser atingido por um outro menino que descia no escorregador enquanto ele subia pelo lado inverso do brinquedo, conforme o delegado Ivanir Caliari, que investiga o caso. O aparelho foi interditado e passará por uma perícia de engenharia.

Brinquedo foi interditado após o 
acidente
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)


Após a queda, a vítima foi encaminhada pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Oswaldo Diesel, em Três Coroas. No local, recebeu quatro pontos no ferimento, pouco acima da nuca e foi liberado.

“O médico disse que eu podia levar ele pra casa e receitou paracetamol”, contou o pai de Rian, Márcio Rodrigues, ao G1.

“Ele parecia bem. Na sexta-feira [dia 23], brincamos. Aí, no sábado, quando eu acordei ele estava inchado. Levamos ele de novo para o hospital”, lembra Márcio.

De Três Coroas, o menino foi transferido para o Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, onde realizou uma tomografia computadorizada. No local, Rian teve convulsões. Ainda no sábado (24), ele foi novamente transferido, desta vez para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre.

Na capital, a criança passou por cirurgia no domingo (25), mas durante a recuperação acabou não resistindo e morreu na madrugada de terça-feira (27), vítima de traumatismo craniano. Conforme o pai de Rian, os médicos retiraram pedaços de taquara ao realizar o procedimento cirúrgico. Ele lamenta a demora para levar o filho até o HPS.

“Confiamos no médico [do hospital de Três Coroas]. Como ia saber? Ele falou que o piá [menino] estava bom, que podia levar para casa. Se tivesse levado para Porto Alegre direto teria sobrevivido. É muito triste. A mãe dele não consegue mais trabalhar nem fazer nada. Estamos muito abalados”, relata Márcio Rodrigues. Rian era o único filho do casal.

Polícia apura possível negligência médica
O delegado Ivanir Caliari investiga se houve negligência no primeiro atendimento ao menino. Ele quer esclarecer se há conexão entre a conduta dos médicos e a morte da criança.

A polícia já recebeu os prontuários médicos das três instituições de saúde por onde o menino passou antes de morrer. O delegado também já solicitou um parecer técnico do médico legista para analisar se houve retirada de pedaços de madeira da cabeça da criança quando ela foi submetida a cirurgia no HPS de Porto Alegre.

“Vamos apurar se, de alguma maneira, houve negligência médica. Estamos concluindo os depoimentos dos corpos médicos e dos enfermeiros que atenderam a vítima. Será feita ainda a perícia de engenharia no brinquedo onde houve o acidente. A proximidade dos vegetais ao escorregador também serão objeto da perícia”, afirmou o delegado Caliari ao G1.

A investigação, por meio da perícia de engenharia, ainda quer esclarecer se o menino poderia brincar no aparelho onde houve o acidente. O delegado Caliari pretende encerrar o inquérito em até 10 dias.

Igor Grossmann
Do G1 RS

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