24 de NOVEMBRO de 2016 - O brasileiro está subindo mais ao altar — e a diversidade dos noivos também está aparecendo. No ano passado, foram registrados 1.137.321 casamentos civis no país, segundo o estudo “Registro Civil 2015”, divulgado esta quinta-feira pelo IBGE. Trata-se de um aumento de 2,8% em relação a 2014. Entre as uniões legais de heterossexuais, o acréscimo foi de 2,7%. Entre cônjuges de mesmo sexo, 15,7%.
De acordo com o IBGE, o elevado percentual da união de pessoas do mesmo sexo deve-se, em parte, a uma resolução aprovada em 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça, determinando que todos os cartórios de títulos e documentos devem celebrar o casamento civil ou converter a união estável de homossexuais em matrimônio.
A médica Julie Lott, de 32 anos, e a engenheira Raphaela Lott, 27, namoravam desde 2011. Em novembro do ano passado, decidiram se casar.
— Tínhamos vontade de mostrar para as pessoas que este é um movimento normal. É só mais um casamento, um casal que se ama — conta Julie. — Agora, queremos construir uma família. Conseguimos um doador anônimo nos EUA e pusemos com nossos óvulos na barriga da Raphaela, que está grávida de quatro meses. Será um menino, o Davi. Com a mudança na legislação, agora ele já poderá sair da maternidade com o nosso nome. Antes, eu precisaria entrar com um processo de adoção.
O matrimônio de pessoas do mesmo sexo, porém, somente representa 0,5% do total de casamentos registrados. A tendência é que este percentual aumente nos próximos anos.
A arquiteta Natalia Schmidt, de 27 anos, também figura no rol dos casados no ano passado. Em abril, oficializou sua união com o publicitário Julio Cesar Marques, de 28:
— Nós já namorávamos há dez anos. Entre nossos amigos, ainda há muitos solteiros. Ainda acho difícil encontrar uma pessoa com quem você fique por um bom tempo, até tomar a iniciativa de casar.
RIO TEM AUMENTO DE MAIS DE 10% EM UM ANO
O Rio de Janeiro é um dos estados com maior aumento de registros civis de casamento entre 2014 e 2015. O crescimento foi superior a 10%. Perde apenas para o Acre, com a impressionante marca de 40%. Já a Paraíba e o Sergipe apresentaram as maiores reduções neste período: -7,7% e -6,3%, respectivamente.
Para Cristiane Moutinho, gerente de Estudos e Pesquisas Sociais da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, diversos comarcas do país estão incentivando matrimônios coletivos, visando à proteção da família e garantia de direitos patrimoniais. Esta operação ocorreria principalmente no Norte do país.
— Os casais devem considerar benefício previdenciário, a herança, entre outros meios que podem contribuir para a estabilidade financeira — assinala. — A cidadania se manifesta através da posse de um documento oficial.
O número de divórcios, por sua vez, caiu 3,7% entre 2014 e 2015, passando de 341.181 para 328.960. O homem se divorcia, em média, aos 43 anos, e a mulher, aos 40. Em todo o país, o tempo médio entre as datas do casamento e da sentença ou escritura do divórcio é de 15 anos. O IBGE ainda não realizou estudos que detalhassem o período em que o matrimônio é rompido.
O Globo
Fonte: Blog do Robson Pires.
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