15 de DEZEMBRO de 2016 - Dylann Roof foi considerado culpado em todas as 33 acusações que recebeu após matar nove pessoas negras em uma igreja em Charleston, na Carolina do Sul, no ano passado. O veredito foi anunciado nesta quinta (15) e ele poderá ser condenado à morte.
O julgamento que teve início no dia 7 de dezembro se refere às acusações federais, que incluíam crimes de ódio, violações de armas de fogo e obstrução de prática religiosa. Em janeiro os mesmos jurados irão definir sua pena. Para essa próxima fase, Roof abriu mão de seus advogados e obteve o direito de fazer sua própria defesa.
Ele também responde a nove acusações em um processo estadual na Carolina do Sul, onde o julgamento tem início marcado para 17 de janeiro e também pode resultar em outra pena de morte.
Roof, um supremacista branco de 22 anos, matou nove pessoas durante uma reunião de um grupo de estudos da Bíblia na Emanuel African Methodist Episcopal Church, em 17 de junho de 2015. Antes de disparar 77 vezes contra as vítimas, ele se sentou ao lado delas, recebeu uma Bíblia e um panfleto e ouviu o debate por aproximadamente 45 minutos.
Polly Sheppard, de 72 anos, estava no local e foi poupada para que pudesse "contar a história", segundo disse em seu depoimento no julgamento. Ela contou ter se escondido debaixo de uma mesa e, após vários tiros, viu as botas do assassino diante dela.
"Não atirei em você ainda?", perguntou-lhe Roof. "Não", respondeu ela. "Não vou fazê-lo. Preciso que conte a história", disse o jovem, segundo o relato de Sheppard perante o júri.
As nove vítimas de Roof tinham entre 26 e 87 anos e uma delas era o senador Clementa Pinckney, que também era reverendo e costumava proferir sermões na Emanuel.
Em uma gravação ouvida durante o julgamento, Roof disse a agentes do FBI que queria matar pessoas negras e decidiu que uma igreja seria o lugar ideal porque assim correria menos riscos. Ele afirmou ainda ter escolhido a Emanuel por sua importância histórica para a comunidade negra da região.
Segundo a agência AP, ele não demonstrou nenhuma reação quando o veredito foi anunciado, e continuou olhando fixamente para a frente, como fez durante a maior parte do julgamento.
Violência racial
Em um site pessoal, Roof apareceu em fotos exibindo bandeiras dos confederados e queimando ou profanando bandeiras dos EUA, e alegadamente escreveu textos incentivando violência racial.
O caso contribuiu para um debate nacional sobre tensão racial e também levou à retirada da bandeira confederada do congresso da Carolina do Sul. A população negra do estado pediu durante décadas que a bandeira confederada deixasse de ser venerada por ser um símbolo que remete à repressão, ao racismo e à supremacia branca, que sobreviveu à derrota na Guerra Civil e ao fim das leis segregacionistas em 1965.
Por G1
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