Para médicos, é preciso especificar qual a
quantidade de água os pacientes precisam
(Foto: Guadalupe Pardo/Reuters)
13 de DEZEMBRO de 2016 - A recomendação dos médicos para quem está doente é clara: descanso e beber muito líquido.
Mas, recentemente, médicos do Reino Unido começaram a destacar a importância de explicar exatamente quanta água precisamos beber quando não nos sentimos bem.
A advertência veio dos médicos do King's College, de Londres.
Eles trataram de uma mulher de 59 anos que estava sofrendo de hiponatremia depois de ingerir uma quantidade excessiva de água para tentar curar uma infecção urinária.
A hiponatremia ocorre quando o nível de sódio, elemento que ajuda a controlar a quantidade de água nas células no sangue, fica abaixo do normal.
Entre os sintomas estão náusea, vômitos e dor de cabeça. O paciente também pode apresentar confusão mental e até convulsões. Em casos mais graves, a pessoa pode morrer.
O problema geralmente é observado em pessoas que praticam esportes de resistência, como maratonas, ou pessoas que consomem a droga ecstasy. Idosos também podem ser vulneráveis ao problema.
Em um artigo na revista especializada BMJ Case Reports, os médicos explicaram que é o caso da mulher é raro em pessoas saudáveis, mas voltaram a alertar que é preciso especificar qual a quantidade de água os pacientes precisam.
"Existe uma escassez de pesquisas que avaliem os riscos e benefícios do conselho 'beba mais fluidos'", escreveram os médicos.
Perdendo o controle
A paciente cujo caso foi descrito pelos médicos foi internada em Londres para o tratamento de uma infecção.
Logo ela começou a apresentar sintomas como tremores, confusão, problemas para falar e vômitos.
"Lembro de ver minha mão tremendo muito e fiquei me perguntando se poderia parar, mas então percebi que meu corpo todo tremia. Naquele momento fiquei apavorada", explicou a paciente, cujo nome não foi divulgado.
Ela pensou que estava tendo um derrame e lembra de não conseguir expressar o que estava sentindo e nem controlar os próprios movimentos.
A paciente revelou que tinha bebido vários litros de água em apenas poucas horas, tomando como base o conselho médico de beber muita água para se livrar da infecção urinária.
Os médicos então restringiram o consumo de água da paciente nas 24 horas seguintes, e ela se recuperou.
A paciente relatou que se sentiu fraca depois do tratamento e ainda precisou de cerca de uma semana para se sentir normal de novo.
Em um outro caso relatado, uma mulher morreu de hiponatremia depois de consumir grandes quantidades de água quando teve uma gastroenterite.
Quantidade específica
Os autores do estudo alertam que, quando a função renal da pessoa é normal, este problema não é comum. E uma das autoras justifica os conselhos de médicos para beber muitos fluidos.
"Quando uma pessoa está doente, ela tende a não tomar muita água pois isso é a última coisa que quer fazer. Por isso, ela pode se desidratar facilmente", contou Maryann Noronha.
"Para neutralizar este risco, os médicos dizem: 'beba muito líquido'. Isso perpetuou o mito de que é preciso beber litros e litros de água", acrescentou.
Tom Sanders, professor emérito de nutrição no King's College de Londres, disse que estes casos não significam que o conselho de beber bastante água esteja errado.
"Os pacientes precisam ter um suprimento de água adequado perto de suas camas e devem ser estimulados a beber ou ajudados a beber", explicou.
Sanders afirma que isto é muito importante para pacientes idosos que, frequentemente, sofrem de desidratação.
Os autores dos estudo afirmam que, no final das contas, a quantidade de água que devemos ingerir varia muito de pessoa para pessoa.
Mas, o importante é quando estamos doentes manter o mesmo nível de consumo de quando estamos saudáveis. Ou até uns 50% a mais.
Na Inglaterra o serviço de saúde público, o NHS, recomenda que uma pessoa beba entre seis e oito copos de líquido por dia, incluindo água, chá, café e outras bebidas frias ou quentes.
Já o Ministério da Saúde brasileiro, em seu blog, afirma que a quantidade de líquido que uma pessoa deve consumir diariamente "é variável, pois depende de alguns fatores, como a idade e o peso da pessoa, a atividade física que ela realiza e o clima e a temperatura do ambiente onde ela vive. Para algumas pessoas, a ingestão de dois litros de água por dia pode ser suficiente, outras precisarão de três ou quatro litros ou mesmo mais, como no caso dos esportistas".
Citando uma recomendação do Guia Alimentar da População Brasileira, o blog do Ministério explica ainda que "com relação à quantidade de água que devemos ingerir, (a recomendação) é extremamente simples: a quantidade que o organismo pedir".
Mas é possível também observar alguns sinais. Como por exemplo: se você está tomando a quantidade suficiente de água, sua urina deve ser de cor amarela clara; se você bebe pouca água, a urina fica muito escura. Se estiver bebendo líquido demais a urina será de uma cor extremamente clara e transparente.
INGLATERRA LONDRES
Por BBC
Fonte: G1
13 de DEZEMBRO de 2016 - A recomendação dos médicos para quem está doente é clara: descanso e beber muito líquido.
Mas, recentemente, médicos do Reino Unido começaram a destacar a importância de explicar exatamente quanta água precisamos beber quando não nos sentimos bem.
A advertência veio dos médicos do King's College, de Londres.
Eles trataram de uma mulher de 59 anos que estava sofrendo de hiponatremia depois de ingerir uma quantidade excessiva de água para tentar curar uma infecção urinária.
A hiponatremia ocorre quando o nível de sódio, elemento que ajuda a controlar a quantidade de água nas células no sangue, fica abaixo do normal.
Entre os sintomas estão náusea, vômitos e dor de cabeça. O paciente também pode apresentar confusão mental e até convulsões. Em casos mais graves, a pessoa pode morrer.
O problema geralmente é observado em pessoas que praticam esportes de resistência, como maratonas, ou pessoas que consomem a droga ecstasy. Idosos também podem ser vulneráveis ao problema.
Em um artigo na revista especializada BMJ Case Reports, os médicos explicaram que é o caso da mulher é raro em pessoas saudáveis, mas voltaram a alertar que é preciso especificar qual a quantidade de água os pacientes precisam.
"Existe uma escassez de pesquisas que avaliem os riscos e benefícios do conselho 'beba mais fluidos'", escreveram os médicos.
Perdendo o controle
A paciente cujo caso foi descrito pelos médicos foi internada em Londres para o tratamento de uma infecção.
Logo ela começou a apresentar sintomas como tremores, confusão, problemas para falar e vômitos.
"Lembro de ver minha mão tremendo muito e fiquei me perguntando se poderia parar, mas então percebi que meu corpo todo tremia. Naquele momento fiquei apavorada", explicou a paciente, cujo nome não foi divulgado.
Ela pensou que estava tendo um derrame e lembra de não conseguir expressar o que estava sentindo e nem controlar os próprios movimentos.
A paciente revelou que tinha bebido vários litros de água em apenas poucas horas, tomando como base o conselho médico de beber muita água para se livrar da infecção urinária.
Os médicos então restringiram o consumo de água da paciente nas 24 horas seguintes, e ela se recuperou.
A paciente relatou que se sentiu fraca depois do tratamento e ainda precisou de cerca de uma semana para se sentir normal de novo.
Em um outro caso relatado, uma mulher morreu de hiponatremia depois de consumir grandes quantidades de água quando teve uma gastroenterite.
Quantidade específica
Os autores do estudo alertam que, quando a função renal da pessoa é normal, este problema não é comum. E uma das autoras justifica os conselhos de médicos para beber muitos fluidos.
"Quando uma pessoa está doente, ela tende a não tomar muita água pois isso é a última coisa que quer fazer. Por isso, ela pode se desidratar facilmente", contou Maryann Noronha.
"Para neutralizar este risco, os médicos dizem: 'beba muito líquido'. Isso perpetuou o mito de que é preciso beber litros e litros de água", acrescentou.
Tom Sanders, professor emérito de nutrição no King's College de Londres, disse que estes casos não significam que o conselho de beber bastante água esteja errado.
"Os pacientes precisam ter um suprimento de água adequado perto de suas camas e devem ser estimulados a beber ou ajudados a beber", explicou.
Sanders afirma que isto é muito importante para pacientes idosos que, frequentemente, sofrem de desidratação.
Os autores dos estudo afirmam que, no final das contas, a quantidade de água que devemos ingerir varia muito de pessoa para pessoa.
Mas, o importante é quando estamos doentes manter o mesmo nível de consumo de quando estamos saudáveis. Ou até uns 50% a mais.
Na Inglaterra o serviço de saúde público, o NHS, recomenda que uma pessoa beba entre seis e oito copos de líquido por dia, incluindo água, chá, café e outras bebidas frias ou quentes.
Já o Ministério da Saúde brasileiro, em seu blog, afirma que a quantidade de líquido que uma pessoa deve consumir diariamente "é variável, pois depende de alguns fatores, como a idade e o peso da pessoa, a atividade física que ela realiza e o clima e a temperatura do ambiente onde ela vive. Para algumas pessoas, a ingestão de dois litros de água por dia pode ser suficiente, outras precisarão de três ou quatro litros ou mesmo mais, como no caso dos esportistas".
Citando uma recomendação do Guia Alimentar da População Brasileira, o blog do Ministério explica ainda que "com relação à quantidade de água que devemos ingerir, (a recomendação) é extremamente simples: a quantidade que o organismo pedir".
Mas é possível também observar alguns sinais. Como por exemplo: se você está tomando a quantidade suficiente de água, sua urina deve ser de cor amarela clara; se você bebe pouca água, a urina fica muito escura. Se estiver bebendo líquido demais a urina será de uma cor extremamente clara e transparente.
INGLATERRA LONDRES
Por BBC
Fonte: G1
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