Câncer foi a doença que mais matou jovens de 15 a 29 anos no Brasil.

Diagnóstico e medicamentos inadequados impedem 
tratamento contra o câncer infantil no Brasil.
15 de FEVEREIRO 2017 - Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Ministério da Saúde (MS) apontam que o câncer foi a principal causa de morte na faixa etária de 15 e 29 anos no Brasil entre os anos de 2009 e 2013, com mais de 17 mil casos. O material informa ainda os tipos de cânceres infanto-juvenis mais comuns são as leucemias, linfomas e os tumores do sistema nervoso central. O estudo pode ser acessado neste link.

Nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional da Luta contra o Câncer infantil e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta para os prejuízos no tratamento da doença causados por diagnósticos imprecisos e remédios inadequados.

De acordo com a presidente da SOBOPE, Teresa Fonseca, o Brasil tem atraso em termos de taxa de cura do câncer infanto-juvenil, ficando atrás da Argentina, Chile e Colômbia. “É preciso refletir porque não atingimos a taxa de cura dos países de primeiro mundo”, destaca.

A oncologista explica ainda que entre os tópicos que precisam ser ajustados está a questão de formação da Atenção Básica em relação ao câncer. É necessário ampliar o nível de conhecimento na graduação de medicina para que haja identificação dos primeiros sinais de suspeitas da doença.

O câncer infanto-juvenil tem um avanço muito rápido e quanto mais cedo diagnosticado, mais chances de cura.

Dificuldade de diagnóstico

Teresa Fonseca aponta que o tipo de câncer com maior dificuldade de diagnóstico é o tumor cerebral, devido à falta de acesso adequado à tomografia. Ela destaca que ainda há ainda muito o que ajustar no Sistema de Saúde Brasileiro em termos de dados da doença para melhoria do tratamento, além do acesso a exames para tornar o que é suspeito em definitivo.

“Se há menos diagnóstico é porque há maior dificuldade de acesso a exames, por isso, no Brasil é difícil mapear concretamente o câncer infanto-juvenil”, afirma.

A oncologista pediátrica afirma que é necessário implementar redes de linha de cuidado desde a Atenção Básica até a alta complexidade, porque assim que ocorrer a suspeita, o médico terá condições de conduzir o tratamento. Além disso, o especialista poderá indicar quais exames deverão ser feitos para confirmar o diagnóstico, para onde encaminhar o caso, como proceder e chegar a um diagnóstico definitivo.

“Se há suspeita, deve ser encaminhado para essa rede que, construída via Ministério da Saúde e secretarias estaduais de saúde, iria fluir melhor, já que o câncer infantil tem uma manifestação clínica muito rápida”, ressalta Teresa Fonseca.


Fonte: Jornal O Mossoroense. 

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