Coronel Margarida Brandão, reitora Ângela Paiva e
presidente do Baraúnas, Josirene Ribeiro
(Foto: Rafael Barbosa/G1, Cícero Oliveira
e Yhan Victor)
07 de MARÇO 2018 - Estudar, se formar, entrar para o mercado de trabalho, se especializar, alçar grandes vôos, se firmar em uma posição de destaque na sociedade da qual participa e criar condições para que outras mulheres consigam fazer a mesma coisa. A única coronel da Polícia Militar, a primeira mulher reitora da Universidade Federal do RN e a presidente de um time de futebol potiguar. Três caminhos que foram percorridos por três mulheres, unidos pelas dificuldades e barreiras impostas pelo preconceito. Margarida Brandão, Ângela Paiva e Josirene Ribeiro venceram a caminhada, mas até hoje lidam com os espinhos do percurso e a ofensa de uma dúvida à qual foram sujeitadas: "será que elas dão conta?". E deram! As três conversaram com o G1 e contaram um pouco de suas vidas e sobre como lidaram com o preconceito de gênero.
Apesar do empenho, as mulheres são minoria em cargos de comando das empresas. De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, 37,8% dos cargos gerenciais no país eram ocupados por elas. Em 2015 esse percentual era de 39%.
Josirene Ribeiro, presidente do Baraúnas - time de futebol
Por Igor Jácome e Rafael Barbosa, G1 RN
07 de MARÇO 2018 - Estudar, se formar, entrar para o mercado de trabalho, se especializar, alçar grandes vôos, se firmar em uma posição de destaque na sociedade da qual participa e criar condições para que outras mulheres consigam fazer a mesma coisa. A única coronel da Polícia Militar, a primeira mulher reitora da Universidade Federal do RN e a presidente de um time de futebol potiguar. Três caminhos que foram percorridos por três mulheres, unidos pelas dificuldades e barreiras impostas pelo preconceito. Margarida Brandão, Ângela Paiva e Josirene Ribeiro venceram a caminhada, mas até hoje lidam com os espinhos do percurso e a ofensa de uma dúvida à qual foram sujeitadas: "será que elas dão conta?". E deram! As três conversaram com o G1 e contaram um pouco de suas vidas e sobre como lidaram com o preconceito de gênero.
Apesar do empenho, as mulheres são minoria em cargos de comando das empresas. De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, 37,8% dos cargos gerenciais no país eram ocupados por elas. Em 2015 esse percentual era de 39%.
Coronel Margarida Brandão, primeira mulher a ocupar
o posto na PM do RN sendo oficial de carreira
(Foto: Rafael Barbosa/G1)
Margarida Brandão, primeira mulher coronel da Polícia Militar do RN a ocupar o posto sendo oficial de carreira
“O que muito me orgulha é ter saído do primeiro posto, um posto muito nobre, que é o de soldado, e ter chegado no último posto da corporação, que é o de coronel full. Um universo totalmente masculino. Hoje temos 22 coronéis e eu sou a única mulher. Isso me deixa feliz em poder trabalhar, mostrar a força e a garra dessas mulheres que estão na PM. Represento cada uma delas”. As palavras são da coronel Margarida Brandão, única mulher coronel em atividade na Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
Em 1990, aos 18 anos, ela realizou o sonho - mesmo a contragosto da família - de ingressar na Polícia Militar. Naquele ano, o Rio Grande do Norte abriu a primeira turma na PM para mulheres. Além de enfrentar os familiares para conseguir o direito de trabalhar com o que queria, Margarida e as colegas também precisaram lidar com a resistência dos policiais homens que já estavam na instituição. Logo na chegada, todas as mulheres que ingressaram na PM foram obrigadas a cortar o cabelo bem curtinho.
“Quando chegamos, a corporação não estava preparada para nos receber. Sequer tinha banheiro feminino nos quartéis da PM”, lembra. Segundo conta Margarida Brandão, principalmente no início, ela e as demais mulheres da PM sempre foram postas à prova.
“Temos que mostrar isso, que somos boas. Não só para a corporação, mas para a sociedade e também para a família. Porque muitas famílias eram contra. Era uma profissão de homem. Com o decorrer do tempo, com muitos desafios, muitos obstáculos, muitas lutas, hoje vemos aí mulheres, aqui no estado, assumindo cargos de comando de companhia. É preciso estar preparada psicologicamente, emocionalmente, fisicamente. Somos o tempo todo testadas”, relata.
De lá até aqui são 28 anos de profissão. Aos 47 anos de idade, coronel Margarida olha para trás com orgulho do que ela e as suas companheiras conseguiram nesse tempo de serviço ao Estado do Rio Grande do Norte, mas acredita que é preciso investir mais no policiamento feminino. "Há muito tempo que existe essa defasagem (de mulheres da PM). Hoje são em torno de 180 em todo o estado, mas muitas já saíram. É muito pouco pra demanda. A polícia precisa investir mais no policiamento feminino. Quer queira, quer não, o Estado é obrigado a incluir mais mulheres, não só na Polícia Militar, mas em todas as áreas operadoras de segurança pública”.
Com relação ao presente e ao futuro, a coronel se mostra otimista. “Hoje eu acho que eles já entenderam que estamos aqui para contribuir”. Para ela, as mulheres que vão entrar, no próximo concurso da PM, encontrarão campo menos pedregoso dentro da corporação. Contudo avisa: “tem que ter espírito de luta”.
Margarida Brandão, primeira mulher coronel da Polícia Militar do RN a ocupar o posto sendo oficial de carreira
“O que muito me orgulha é ter saído do primeiro posto, um posto muito nobre, que é o de soldado, e ter chegado no último posto da corporação, que é o de coronel full. Um universo totalmente masculino. Hoje temos 22 coronéis e eu sou a única mulher. Isso me deixa feliz em poder trabalhar, mostrar a força e a garra dessas mulheres que estão na PM. Represento cada uma delas”. As palavras são da coronel Margarida Brandão, única mulher coronel em atividade na Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
Em 1990, aos 18 anos, ela realizou o sonho - mesmo a contragosto da família - de ingressar na Polícia Militar. Naquele ano, o Rio Grande do Norte abriu a primeira turma na PM para mulheres. Além de enfrentar os familiares para conseguir o direito de trabalhar com o que queria, Margarida e as colegas também precisaram lidar com a resistência dos policiais homens que já estavam na instituição. Logo na chegada, todas as mulheres que ingressaram na PM foram obrigadas a cortar o cabelo bem curtinho.
“Quando chegamos, a corporação não estava preparada para nos receber. Sequer tinha banheiro feminino nos quartéis da PM”, lembra. Segundo conta Margarida Brandão, principalmente no início, ela e as demais mulheres da PM sempre foram postas à prova.
“Temos que mostrar isso, que somos boas. Não só para a corporação, mas para a sociedade e também para a família. Porque muitas famílias eram contra. Era uma profissão de homem. Com o decorrer do tempo, com muitos desafios, muitos obstáculos, muitas lutas, hoje vemos aí mulheres, aqui no estado, assumindo cargos de comando de companhia. É preciso estar preparada psicologicamente, emocionalmente, fisicamente. Somos o tempo todo testadas”, relata.
De lá até aqui são 28 anos de profissão. Aos 47 anos de idade, coronel Margarida olha para trás com orgulho do que ela e as suas companheiras conseguiram nesse tempo de serviço ao Estado do Rio Grande do Norte, mas acredita que é preciso investir mais no policiamento feminino. "Há muito tempo que existe essa defasagem (de mulheres da PM). Hoje são em torno de 180 em todo o estado, mas muitas já saíram. É muito pouco pra demanda. A polícia precisa investir mais no policiamento feminino. Quer queira, quer não, o Estado é obrigado a incluir mais mulheres, não só na Polícia Militar, mas em todas as áreas operadoras de segurança pública”.
Com relação ao presente e ao futuro, a coronel se mostra otimista. “Hoje eu acho que eles já entenderam que estamos aqui para contribuir”. Para ela, as mulheres que vão entrar, no próximo concurso da PM, encontrarão campo menos pedregoso dentro da corporação. Contudo avisa: “tem que ter espírito de luta”.
Ãngela Paiva, primeira mulher a ocupar o cargo de
reitora da UFRN
(Foto: Cícero Oliveira)
Ângela Paiva, primeira reitora da UFRN
"Nunca pensei que por ser mulher não poderia trabalhar, disputar, concorrer espaço com homens. Nunca tive essa dificuldade. Entretanto, é natural dessa sociedade patriarcal que se veja com preocupação, preconceito, ou outra coisa - um sentimento de dúvida - se essa pessoa que é mulher, principalmente em cargos mais elevados, vai dar certo". A afirmação é de Ângela Maria Paiva Cruz, atual reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e primeira mulher a ocupar o cargo nos 60 anos da instituição.
Nascida em um sítio da zona rural de Martins, no Oeste potiguar, Ângela diz que nunca se viu limitada de qualquer forma por ser mulher. Sonhou, buscou e conquistou o que quis. Incentivada pela família, saiu jovem de casa, como seus irmãos, para buscar uma educação melhor. Mudou-se para a capital, onde precisou trabalhar para se manter durante os estudos. Destaque na graduação em Matemática, se qualificou nas áreas de educação e filosofia lógica. Apesar disso, reconhece que enfrentou dúvidas e desconfianças, especialmente ao galgar cargos maiores.
"O seu perfil e sua história convencem as pessoas, de todo modo, em alguns momentos, a gente sente uma interrogação. Depois que o tempo passa e a gente analisa certas posturas, percebemos que é porque consideravam que era uma pessoa mais 'frágil' do que um homem. Não é explícito, mas existe isso", diz.
Este é o segundo mandato de Ângela e a instituição já conta com alguns legados deixados por ela. Entre eles, o crescimento: saiu de 3,3 mil matrículas anuais para cerca de 7 mil. Em área construída, a expansão foi de 60 mil metros quadrados. A federal potiguar foi uma das mais contempladas pelo programa de reestruturação e expansão das universidades brasileiras, o Reuni. Para isso, foi preciso prospectar bons projetos. A professora esteve à frente dos esforços locais.
A reitora considera que as mulheres sempre buscaram muito a qualificação, mais do que os homens. Apesar disso, enfrentam pressões como uma carga de trabalho e responsabilidade maior do que os homens, nas suas famílias. "Isso era maior no passado. Os homens dividiam pouco. hoje esse cenário está mudando", considera. Mas isso ainda afeta a atuação delas na pesquisa. Ângela ressalta que algumas pessoas defendem inclusive que em editais haja formas de facilitar acesso das mulheres. Argumenta, por exemplo, que é muito mais fácil para um homem sair do país para fazer uma pós-graduação, do que uma mulher com filhos. Mãe, ela sabe bem disso.
"Nas matrículas em graduação, temos historicamente um número mais ou menos igualitário de homens e mulheres. Quando olhamos para o doutoramentos, as mulheres têm mais escolaridade que os homens, mas nos resultados de pesquisa e publicações as mulheres estão em menor número, nosso tempo ainda tem a subtração de concentração que a gente dedica a outras tarefas", considera.
Apesar das lutas ainda enfrentadas, Ângela considera que as mulheres estão ocupando espaços na universidade e a administração feminina na reitoria é uma motivação para jovens estudantes e pesquisadoras lutarem por seus espaços. Outro legado que ela quer deixar.
"Elas estão chegando nos lugares onde elas querem. Às vezes, como nós somos educados nessa sociedade, é invevitável que a gente viva no dia-a-dia situações de violência, barreiras, inclusive dentro da universidade. Nossa universidade ser administrada por mulheres é como um 'case', algo emblemático e motivador. Não tenho vaidade, tenho muito trabalho, mas é importante mostrar para as jovens que não desistam de lutar pelos seus direitos, pelos seus espaços e pelo respeito pleno à mulher. É preciso luta, é preciso coragem", conclui.
Ângela Paiva, primeira reitora da UFRN
"Nunca pensei que por ser mulher não poderia trabalhar, disputar, concorrer espaço com homens. Nunca tive essa dificuldade. Entretanto, é natural dessa sociedade patriarcal que se veja com preocupação, preconceito, ou outra coisa - um sentimento de dúvida - se essa pessoa que é mulher, principalmente em cargos mais elevados, vai dar certo". A afirmação é de Ângela Maria Paiva Cruz, atual reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e primeira mulher a ocupar o cargo nos 60 anos da instituição.
Nascida em um sítio da zona rural de Martins, no Oeste potiguar, Ângela diz que nunca se viu limitada de qualquer forma por ser mulher. Sonhou, buscou e conquistou o que quis. Incentivada pela família, saiu jovem de casa, como seus irmãos, para buscar uma educação melhor. Mudou-se para a capital, onde precisou trabalhar para se manter durante os estudos. Destaque na graduação em Matemática, se qualificou nas áreas de educação e filosofia lógica. Apesar disso, reconhece que enfrentou dúvidas e desconfianças, especialmente ao galgar cargos maiores.
"O seu perfil e sua história convencem as pessoas, de todo modo, em alguns momentos, a gente sente uma interrogação. Depois que o tempo passa e a gente analisa certas posturas, percebemos que é porque consideravam que era uma pessoa mais 'frágil' do que um homem. Não é explícito, mas existe isso", diz.
Este é o segundo mandato de Ângela e a instituição já conta com alguns legados deixados por ela. Entre eles, o crescimento: saiu de 3,3 mil matrículas anuais para cerca de 7 mil. Em área construída, a expansão foi de 60 mil metros quadrados. A federal potiguar foi uma das mais contempladas pelo programa de reestruturação e expansão das universidades brasileiras, o Reuni. Para isso, foi preciso prospectar bons projetos. A professora esteve à frente dos esforços locais.
A reitora considera que as mulheres sempre buscaram muito a qualificação, mais do que os homens. Apesar disso, enfrentam pressões como uma carga de trabalho e responsabilidade maior do que os homens, nas suas famílias. "Isso era maior no passado. Os homens dividiam pouco. hoje esse cenário está mudando", considera. Mas isso ainda afeta a atuação delas na pesquisa. Ângela ressalta que algumas pessoas defendem inclusive que em editais haja formas de facilitar acesso das mulheres. Argumenta, por exemplo, que é muito mais fácil para um homem sair do país para fazer uma pós-graduação, do que uma mulher com filhos. Mãe, ela sabe bem disso.
"Nas matrículas em graduação, temos historicamente um número mais ou menos igualitário de homens e mulheres. Quando olhamos para o doutoramentos, as mulheres têm mais escolaridade que os homens, mas nos resultados de pesquisa e publicações as mulheres estão em menor número, nosso tempo ainda tem a subtração de concentração que a gente dedica a outras tarefas", considera.
Apesar das lutas ainda enfrentadas, Ângela considera que as mulheres estão ocupando espaços na universidade e a administração feminina na reitoria é uma motivação para jovens estudantes e pesquisadoras lutarem por seus espaços. Outro legado que ela quer deixar.
"Elas estão chegando nos lugares onde elas querem. Às vezes, como nós somos educados nessa sociedade, é invevitável que a gente viva no dia-a-dia situações de violência, barreiras, inclusive dentro da universidade. Nossa universidade ser administrada por mulheres é como um 'case', algo emblemático e motivador. Não tenho vaidade, tenho muito trabalho, mas é importante mostrar para as jovens que não desistam de lutar pelos seus direitos, pelos seus espaços e pelo respeito pleno à mulher. É preciso luta, é preciso coragem", conclui.
do RN (Foto: Yhan Victor)
Josirene Ribeiro, presidente do time de futebol do RN Baraúnas
Aos 63 anos, Josirene Ribeiro não lembra há quanto tempo começou sua história com a Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas, ou simplesmente Baraúnas - tradicional time de futebol criado em 1960, em Mossoró, região Oeste potiguar. "Com certeza, são mais de 40 anos", lembra. É ali, em um ambiente frequentado principalmente pelos homens, que ela faz diferença como presidente reeleita do clube. Assumiu o cargo em 2015 e só deve sair em 2020.
"Eu diria às mulheres que elas devem participar do futebol. A mulher tem que participar de tudo. Tem gente diz que sou doida, mas hoje quem está mandando é a mulher. Não tenho nenhum problema com isso", diz ela que é a terceira mulher no cargo, em toda a história do clube.
Natural de Alexandria - município distante 177 km de Mossoró - ela conta que nunca tinha ido a um estádio de futebol. A paixão pelo Baraúnas surgiu em um clássico contra o Potiguar. Foi o primeiro jogo que assistiu ao chegar na segunda maior cidade do estado para morar.
Morando próximo à sede do clube, ela começou a se envolver com as atividades cotidianas, especialmente nas dificuldades enfrentadas pela equipe. Daí começou o envolvimento com a diretoria - uma relação também familiar. Entre os ex-presidentes do clube, o ex-marido, pai de seus dois filhos, e uma irmã.
Josirene acha "natural" que ainda haja certa desconfiança das mulheres, mas considera que elas podem provar muito.
"Eu até digo que vocês, homens, não têm a coragem que a mulher tem. Eu tive um câncer de mama e consegui fazer o tratamento trabalhando no Baraúnas. Não deixei de fazer tratamento, nem deixei de cumprir meu papel no clube", diz.
A presidente ainda lembra que existe preconceito em toda parte, mas ressalta que as mulheres já estão integrando o ambiente futebolístico e devem se envolver ainda mais nesse campo de atuação.
Josirene Ribeiro, presidente do time de futebol do RN Baraúnas
Aos 63 anos, Josirene Ribeiro não lembra há quanto tempo começou sua história com a Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas, ou simplesmente Baraúnas - tradicional time de futebol criado em 1960, em Mossoró, região Oeste potiguar. "Com certeza, são mais de 40 anos", lembra. É ali, em um ambiente frequentado principalmente pelos homens, que ela faz diferença como presidente reeleita do clube. Assumiu o cargo em 2015 e só deve sair em 2020.
"Eu diria às mulheres que elas devem participar do futebol. A mulher tem que participar de tudo. Tem gente diz que sou doida, mas hoje quem está mandando é a mulher. Não tenho nenhum problema com isso", diz ela que é a terceira mulher no cargo, em toda a história do clube.
Natural de Alexandria - município distante 177 km de Mossoró - ela conta que nunca tinha ido a um estádio de futebol. A paixão pelo Baraúnas surgiu em um clássico contra o Potiguar. Foi o primeiro jogo que assistiu ao chegar na segunda maior cidade do estado para morar.
Morando próximo à sede do clube, ela começou a se envolver com as atividades cotidianas, especialmente nas dificuldades enfrentadas pela equipe. Daí começou o envolvimento com a diretoria - uma relação também familiar. Entre os ex-presidentes do clube, o ex-marido, pai de seus dois filhos, e uma irmã.
Josirene acha "natural" que ainda haja certa desconfiança das mulheres, mas considera que elas podem provar muito.
"Eu até digo que vocês, homens, não têm a coragem que a mulher tem. Eu tive um câncer de mama e consegui fazer o tratamento trabalhando no Baraúnas. Não deixei de fazer tratamento, nem deixei de cumprir meu papel no clube", diz.
A presidente ainda lembra que existe preconceito em toda parte, mas ressalta que as mulheres já estão integrando o ambiente futebolístico e devem se envolver ainda mais nesse campo de atuação.
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