Projeto que usa fotografia em escolas e comunidades quilombolas do RN é selecionado para intercâmbio nos EUA


Projeto Fotografia, Memória e Identidade atua em 
escolas públicas e comunidades quilombolas do RN 
(Foto: Cecop/Acervo/Divulgação)

04 de MAIO 2018 - Uma iniciativa que utiliza a fotografia no desenvolvimento educacional de crianças e jovens em escolas públicas e comunidades quilombolas do Rio Grande do Norte foi selecionada para participar de um intercâmbio de experiência em tecnologia digital nos Estados Unidos.

O Projeto Fotografia, Memória e Identidade foi escolhido junto com outros sete, entre 213 inscritos no país, e será apresentado no MIT Media LAB, em Boston, nos Estados Unidos da América, em um evento que vai deste sábado (5) até o dia 13 de maio. Além do Rio Grande do Norte, participarão do intercâmbio internacional ações de São Paulo, Pará, Mato Grosso Sul, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

De acordo com o professor Raimundo Melo, um dos coordenadores que vai representar o Fotografia, Memória e Arte, a iniciativa tem cerca de três anos e já alcançou escolas de seis municípios potiguares: Natal, Nísia Flortesta, Currais Novos, Assu, Florânia, e Ipanguaçu. Além das escolas públicas, o trabalho foi desenvolvido com as comunidades quilombolas Negros do Riacho, em Currais Novos, e da Picada, em Ipanguaçu.

Tecnologia social

Raimundo explica que o projeto é uma "tecnologia social" que usa fotografia e o exercício do olhar fotográfico como formas criativas de atuar no processo educativo dos jovens e na produção de bens culturais para as comunidades.

A equipe trabalha junto com uma disciplina específica na sala de aula. Enquanto o professor fala sobre o conteúdo, os instrutores ensinam aos alunos técnica de fotografia e olhar fotográfico. Muitas vezes, o próprio celular do estudante é usado para fotografar.
Projeto Fotografia, Memória e Identidade levam 
estudantes potiguares a pesquisarem e registrarem 
temas relacionados à sua comunidade (Foto: Cecop/Acervo/Divulgação)

"Enquanto muitas vezes a escola combate o uso das redes sociais, para competir pela atenção do aluno, nós defendemos que podemos usar essas tecnologias para produzir esse conhecimento", pondera.

Após os primeiros treinos, os estudantes montam uma espécie de expedição. Eles escolhem um tema, fazem uma pesquisa prévia e vão a campo, para realizarem documentários fotográficos. "São registrados patrimônios arquitetônicos, feiras livres, cultura popular, recortes da comunidade em que ele vive", explica.

As fotos viram exposições para a comunidade e, em algumas ocasiões, foram transformadas até em cartão postal. Para o professor, além de desenvolver conhecimento e interesse pela pesquisa, os alunos se tornam autores e ficam orgulhosos pelo trabalho que realizaram e apresentam ao público.

Parceria

O Projeto Fotografia, Memória e Identidade é realizado pelo Projeto RPTV – Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural que é uma iniciativa da Organização do Centro de Documentação e Comunicação Popular (Cecop) em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte.

Ele foi selecionado pelo Desafio Aprendizagem Criativa Brasil, da Fundação Lemann e do MIT Media Lab, que visa fomentar a implantação de soluções inovadoras e com potencial de criar um grande impacto na educação pública do Brasil, tornando a educação brasileira mais "mão na massa", colaborativa e prazerosa.

O projeto potiguar será apresentado nos EUA pelos coordenadores Raimundo Melo e Talita Barbosa.

Crianças aprendem técnicas de fotografia e olhar 
fotográfico durante participação no Projeto 
Fotografia, Memória e Identidade, no RN (Foto: Cecop/Acervo/Divulgação)

Por G1 RN

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