Cerimônia de canonização de Irmã Dulce será realizada em outubro no Vaticano


Irmã Dulce, também conhecida como 'O Anjo Bom 
da Bahia' — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

01 de JULHO 2019 - Irmã Dulce, a primeira mulher nascida no Brasil que se tornará santa, será canonizada no dia 13 de outubro de 2019, em uma celebração presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, em Roma.

A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (1º), em coletivas de imprensa que ocorreram em Roma, no Vaticano, e no Santuário Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, no Largo de Roma, em Salvador.

Além de Irmã Dulce, no mesmo dia, durante o Sínodo da Amazônia, serão canonizados outros quatro santos, segundo o Vaticano. Entre eles, está o cardeal inglês John Henry Newman, um dos principais intelectuais cristãos do século 19.

Nascido em 1801, em Londres, Newman foi pastor anglicano, mas, ao longo de seus estudos, acabou se convertendo ao catolicismo. Tornou-se padre e um teólogo reconhecido internacionalmente. Sua obra foi amplamente citada no Concílio Vaticano II. Entre as principais estão "Ensaio sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã". Ele foi beatificado em setembro de 2010, pelo Papa Bento XVI.

História e legado

Irmã Dulce, cujo nome de batismo era Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, é recordada por sua obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a beata nasceu em Salvador, em 26 de maio de 1914.

Desde cedo manifestou interesse pela vida religiosa. Aos 13 anos de idade, passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré - em um centro de atendimento. A casa ficou conhecida como "A Portaria de São Francisco", por conta do grande número de carentes que se aglomeravam a sua porta.

Em 1933, a jovem ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, cidade de São Cristóvão, em Sergipe. No mesmo ano, recebeu o hábito e adotou o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe, que se chamava Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes e morreu quando a freira tinha 7 anos.

No ano de 1935, já de volta a Salvador, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia.

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