Conta de luz cai '18% mês que vem, sem risco às empresas', diz Guedes

Paulo Guedes disse que a saúde das empresas do setor elétrico 
está recuperada e elas não correm risco com adoção da bandeira 
verde

08 de ABRIL 2022 - Brasília (AE) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a conta de luz do brasileiro cairá "18% no mês que vem, sem canetada, sem botar em risco as empresas do setor, ao contrário”. Guedes se referiu ao fim da bandeira escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e à adoção da bandeira verde na conta de luz a partir do dia 16 deste mês, uma antecipação, portanto, em relação ao prazo esperado para troca da bandeira, que seria o final do mês.

Segundo ele, a saúde das empresas do setor elétrico está recuperada, enquanto governos anteriores prejudicaram o setor com políticas intervencionistas.

Apesar de ser uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a nova bandeira foi anunciada na quarta-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Apesar de, nas contas do governo, a conta de luz passar a ter redução de cerca de 20% com a medida, especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) alertaram que a queda vai ser diluída com os reajustes tarifários das distribuidoras, que serão estabelecidos ao longo deste ano.

A PSR, maior consultoria de energia elétrica do País, estima que, em média, esses reajustes serão de 15%. Computados os aumentos tarifários em 2022, a redução média na conta de luz do consumidor residencial deve ser de 6,5%.

Nesta quinta-feira, em evento do Banco do Brasil, o ministro citou ainda o processo de desestatização da Eletrobras e disse que mobilizará mais de R$ 100 bilhões. "Estamos dando passos decisivos para atrair recursos", completou.

Controle do IPCA
A substituição da bandeira escassez hídrica pela volta da bandeira verde na conta de luz a partir do próximo dia 16 ajudará a conter a inflação oficial do País em 0,30 ponto porcentual em abril, calculou André Braz, coordenador de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O economista estima que a tarifa de energia elétrica diminua 6 35% na leitura de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de inflação de abril encerrará o mês em torno de 1%.

A medida ainda ajudará a conter o IPCA do ano de 2022 em -0,60 ponto porcentual, já que metade da queda será absorvida pelo índice em abril e a outra metade apenas em maio.

Ele calcula que o IPCA-15 de maio capte o impacto cheio dessa mudança na bandeira tarifária, com queda de 14,6% na energia elétrica e contribuição negativa de 0,7 ponto porcentual.

"Os números não são idênticos porque o IPCA-15 tem cinco cidades a menos que o IPCA em sua composição", justificou o coordenador do Ibre/FGV.

Segundo Braz, a mudança na bandeira tarifária já era esperada, por isso não mudou sua projeção de alta de 7% na inflação de 2022.

"Isso já estava na conta, só adiantou", disse Braz. "O que tem animado revisões nas previsões é o câmbio. O dólar anda recuando bastante. Não deve terminar o ano neste patamar de R$ 4,75, mas deve ficar mais baixo do que já esteve antes, em torno de R$ 5 00, em vez de R$ 5,10 ou R$ 5,20. Isso tem impacto sobre preços de alimentos, de bens duráveis", completou.

Fonte: Tribuna do Norte.

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