Ameaças a escolas públicas e privadas do Rio Grande do Norte são investigadas

Reunião foi realizada ontem para discutir investigação. Haverá 
integração entre polícias

19 de MAIO 2022 - O setor de inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed/RN) em parceria com as polícias Civil e Militar do Rio Grande do Norte, investiga ameças feitas a escolas da rede pública e privada por meio de pichações e bilhetes. Até o momento, a informação é que houve, pelo menos, quatro eventos do tipo, em unidades de ensino localizadas em Mossoró, Serra do Mel e Natal. A Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer ainda trabalha para confirmar uma ocorrência em Macaíba.

As pichações são registradas desde abril – a maior parte, em escolas da rede estadual de ensino, sendo dois episódios em Mossoró e um em Serra do Mel, além do caso em Macaíba que ainda não havia sido confirmado pela pasta nessa quarta-feira (18). Em Natal, a situação ocorreu na manhã de quarta, na unidade Dom Bosco, do Colégio Salesiano, na rede privada de ensino. A Polícia Militar tomou ciência do fato e foi à escola, acompanhada de representantes da Ronda Escolar e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

O objetivo foi averiguar e fazer uma perícia na pichação. O secretário estadual de segurança pública, coronel Araújo, explicou que foi acionado pela Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN) para tratar da questão na quarta-feira. Na reunião, foram debatidas estratégias para inibir a ocorrência prévia das ações, e também as medidas investigativas para identificação dos responsáveis pelos atos dentro das instituições de ensino.

As estratégias não foram reveladas à imprensa por questões de segurança, mas o secretário estadual de segurança afirmou que haverá uma integração entre as próprias escolas e as polícias Civil e Militar para tentar conter os atos. “Estamos com orientações a diretores, professores e estudantes para buscar, se não acabar com esses atos, diminui-los”, disse coronel Araújo.

“Estamos traçando estratégias, com fiscalização e acompanhamento maior dos adolescentes nas escolas. E temos conversando com a SEEC e as escolas para adotar as medidas que atendam à demanda de todos”, acrescentou o secretário em seguida.

A secretária-adjunta de Educação do Estado, Márcia Gurgel, informou que o momento é de verificação dos fatos. Segundo ela, ainda não há conclusões sobre as pichações. “Estamos com todos os setores especializados atuando nas investigações, com análise e verificação de todas as informações. Tudo está sendo feito com muita atenção para descartar qualquer possibilidade, sejas elas ligadas à concretização dessas ameaças, sejam para dar segurança e contribuir para a formação dos nossos estudantes”, garantiu Márcia Gurgel.

De acordo com ela, não há orientações de suspensão de aulas na rede no momento. A secretária-adjunta esclareceu que qualquer providência só será tomada a partir do avanço das investigações. “Todas as diretorias regionais estão acompanhando a situação. Pela incerteza dos fatos, não tem como suspender aulas. Isso vai ser indicado pelos estudos que estão sendo feitos. Nossa orientação é que a gente consiga ter um clima de tranquilidade relativo, mas atento ao que está acontecendo”, disse a secretária-adjunta.

Escola em Natal reforçou segurança

A rede de Colégios Salesianos RN divulgou uma nota na quarta-feira sobre o episódio ocorrido na unidade Dom Bosco, em Nova Parnamirim. De acordo com a rede, a equipe gestora da unidade tomou ciência de uma pichação encontrada em um banheiro da unidade, “que falava de um suposto massacre” na quarta-feira. O Colégio afirmou que iniciou um processo de averiguação sobre o assunto para identificação dos possíveis autores.

A rede de colégios chamou de “maldosa 'fake news'” os boatos sobre o suposto massacre descrito na pichação. “Enfatizamos que essa informação trata-se de uma maldosa 'fake news'. Nas últimas semanas, diversas escolas públicas e particulares de todo o Brasil têm relatado ameaças como essas, conforme noticiado na mídia nacional”, descreveu o Salesiano.

“Como reforço na segurança, entramos em contato com a Ronda Escolar da Polícia Militar para que redobrasse a atenção no entorno da instituição. Além do apoio da PM, reforçamos a segurança interna e a nossa equipe está atenta e tomando as medidas preventivas necessárias para que os nossos educandos e colaboradores sintam-se seguros para frequentar o ambiente escolar”, informou o Colégio.

O Salesiano destacou que as unidades de ensino próprias são seguras. “Ressaltamos que nossas unidades são ambientes seguros para o acolhimento dos nossos alunos e colaboradores e estamos trabalhando efetivamente para manter o clima de tranquilidade necessário para o bom andamento das nossas atividades pedagógicas”, disse.

O caso registrado na unidade do Colégio Salesiano está sendo investigado pelo delegado Carlos Brandão, da 2ª Delegacia de Polícia de Parnimirim, na Região Metropolitana.

Fonte: Tribuna do Norte.

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