Paciente ostomizado recebe doações de bolsas de colostomia e denuncia situação crítica da saúde pública do RN

Alexandre está desempregado desde 2018 e vive de doações, há 
quase quatro anos está à espera de cirurgia na rede pública

17 de NOVEMBRO 2022 - Há quatro anos, Alexandre Cristian da Silva Beveluto, de 40 anos, desempregado, sente na pele as dificuldades de ser uma pessoa ostomizada no Brasil. O natalense, segundo dados do Ministério da Saúde, está entre as cerca de 400 mil pessoas que apresentam a mesma condição no país.

Contudo, há cerca de um mês, ele teve sua saúde agravada ao precisar improvisar bolsas de colostomia utilizando sacolas de supermercado. Após repercussão sobre a triste situação, Alexandre recebeu algumas doações, incluindo, uma caixa de bolsas de colostomia e uma cesta básica.

"Ainda existem pessoas de coração bom, se não, eu não sei o que seria de mim agora", agradeceu.

Sem receber auxílio financeiro e desempregado desde 2019, quando passou a utilizar a bolsa, Alexandre confidencia não ter tido condições de ir buscar os materiais hospitalares disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), para o mês de outubro passado.

No Rio Grande do Norte, as bolsas são entregues mensalmente por meio do Centro Especializado em Reabilitação (CER III/RN). Vítima da vulnerabilidade social e sem recursos para se locomover ao CER, Alexandre precisou improvisar com as sacolas plásticas. Essa não foi a primeira vez que precisou enfrentar o problema. Isso porque, segundo ele, o número de bolsas entregues é insuficiente.

“Quando a pele está muito agredida precisa de mais bolsas”, lastimou.

Durante os momentos mais críticos da pandemia da covid-19, eram entregues 20 bolsas para abastecer por 2 meses, a fim de evitar o deslocamento e, consequente, exposição do paciente ao vírus. Atualmente, o número retornou a entrega padrão de 10 bolsas mensais para cada pessoa assistida pelo CER. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte (SESAP/RN), nunca faltaram unidades do material para os pacientes ostomizados ou descontinuidades nas entregas.

Alexandre reforça, contudo, que já tentou solicitar mais bolsas de colostomia, dada as dificuldades que passa com a atual quantidade entregue. Segundo ele, a resposta é sempre a mesma: “Eu vou lá, pergunto se pode e eles dizem que só se alguém desistir de alguma bolsa, porque o número fixo para todo mundo são 10”.

Fonte: Tribuna do Norte.

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