12 de MARÇO de 2015 - Golpes de falso sequestro continuam acontecendo no país, e agora em Patu, cair na 'conversa' dos criminosos ainda é frequente. Tivemos a informação que nessa semana, algumas pessoas receberam esse tipo de ligação, e houve até quem caísse.
É comum a vítima se desesperar ao receber uma ligação comunicando que um parente está em posse de bandidos. Porém, há maneiras de agir e manter a situação sob controle.
Com a popularização dos aparelhos celulares, se criou esse tipo de crime, o “golpe do seqüestro”. Golpe este onde bandidos ligam para pessoas e tentam por meio de pressão psicológica conseguir dinheiro fácil, alegando que um amigo ou ente querido esta seqüestrado ou acidentado, e pede dinheiro, créditos de celulares pré-pagos em troca de sua libertação ou de informações.
Este golpe faz parte da safra de golpes tipicamente brasileiros, que desfrutam peculiaridades sociais e econômicas do país e são organizados sobretudo por presos ou facções criminosas.
O golpe sinteticamente funciona assim, os criminosos ligam para a vítima contando que um familiar dela foi seqüestrado e que, se não for depositada uma quantia (normalmente entre 2 mil e 10 mil R$) imediatamente, será ferido ou morto.
Em alguns casos os golpistas solicitam também o fornecimento de um certo número de códigos de cartões de recarga para celulares pré-pagos (servem para os presos se comunicarem desde os presídios).
A performance teatral dos golpistas muitas vezes inclui gritos no fundo do telefonema e fornecimento de detalhes da pessoa supostamente seqüestrada para assustar e convencer o interlocutor a pagar rapidamente.
Técnicas de "engenharia social" são também usadas pelas quadrilhas mais evoluídas e estruturadas.
Muitas vezes ficam ligando direto no numero do suposto seqüestrado para manter-lo ocupado de forma que não seja possível para os familiares fazer contato e verificar se está mesmo seqüestrado. Em outra variante os golpistas ligam antes para o celular do suposto seqüestrado e, dizendo ser da companhia telefônica e com a desculpa de fazer controles contra clonagem ou algo do tipo, solicitam que deixe o telefone desligado por 1 ou 2 horas (além de coletar informações como descrito acima).
Nestes casos ganhe tempo, verifique através de outros números onde está a pessoa supostamente seqüestrada... use qualquer recurso para conseguir falar com ela.
Se necessário desligue na cara dos golpistas logo no início da conversa (para deixar a linha disponível para você tentar contatar a pessoa), depois poderá sempre dizer que caiu a linha.
Descobrirá que a pessoa não é seqüestrada e que está muito bem.
Não se deixe amedrontar pelas ameaças e leve em conta que, quando os golpistas disserem que não pode desligar, é exatamente porque não querem que você tenha a chance de verificar o que eles afirmam pois, assim, descobriria que não houve seqüestro algum.
De forma geral, durante a conversa, NUNCA forneça ou confirme qualquer dado seu ou de seus familiares, quais endereços, local de trabalho etc... Se forem verdadeiros seqüestradores já saberão tudo, se não forem é melhor não muni-los de informações sobre você e sua família.
Uma vez verificado que é golpe, o conselho é que ligue para a polícia denunciando o fato (inclusive o número de origem da ligação, sempre um celular) e deixando eles tomarem as medidas cabíveis.
Não atenda nunca mais telefonemas vindo daquele número, em hipótese alguma. Lembre-se que estará tratando com criminosos e presidiários sem muitos escrúpulos
Em todas as situações, o sentimento é o mesmo: medo. “Por mais que a gente veja sempre isso acontecendo com os outros, a gente nunca imagina que vai acontecer conosco. Fica sempre a dúvida: E se for verdade? Muito nos assustou quando o nosso identificador de chamada mostrou o número que estava ligando. Era DDD da nossa região e isso, para a gente, aumentavam as chances de ser verdade”, relembrou uma vitima.
Consequências
A psicóloga Ana Stuart diz que muitos pacientes já passaram por situações deste tipo e tiveram que buscar ajuda. “Algumas pessoas que passaram por isso tiveram traumas. Conheço uma senhora mais idosa, por exemplo, que no momento da ligação passou muito mal e teve que ser internada. Outro caso é de um pai que não conseguiu falar com o filho no celular. Ele ficou desesperado”, relatou.
O prejuízo emocional e físico é muito grande. “As consequências podem ser para a vida toda. A pessoa adquire uma fobia, um medo terrível de deixar o filho sair de casa. Por isso é importante que ninguém se descuide do celular e esteja sempre com a bateria carregada. É preciso explicar a importância disso para os filhos”, explicou.
Como agir
Ocorrências desse tipo não devem nunca ser desprezadas. “É muito arriscado pensar que o sequestro de fato não está acontecendo. O falso pode ser verdadeiro”, ressaltou. Desta forma, o primeiro passo é buscar fazer contato com a vítima. “É preciso certificar-se da veracidade do fato e em seguida procurar os órgãos policiais, pelo 190 ou disque denúncia”.
Mesmo após a certificação da falsidade do sequestro, é preciso notificar a polícia. “Se existir algum dado residual, como um número de telefone, é importante passar para os policiais. Assim as polícias Civil e Militar podem buscar solucionar o caso, dar prosseguimento às investigações”.
E em hipótese alguma forneça ou confirme qualquer dado seu ou de seus familiares, quais endereços, nome, local de trabalho etc...
* Com informações do Blog do Tidi.
Retirado do Patu em Foco.