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10 de ABRIL 2017 - Trinta pessoas foram mortas no Rio Grande do Norte somente neste final de semana – o mais violento do ano no estado segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO). A matança supera o fim de semana de janeiro (dias 14 e 15) no qual 26 detentos foram assassinados durante um confronto armado envolvendo facções rivais dentro do maior presídio do estado – episódio que ficou conhecido como o ‘Massacre de Alcaçuz’.
Ainda de acordo com o instituto, dos 30 homicídios registrados, 12 ocorreram em Natal. Outros 4 foram registrados em Mossoró, na região Oeste, e 3 em Ceará-Mirim. Já nas cidades de Parnamirim, Apodi, Baraúna, Caicó, Caraúbas, Extremoz, Japi, Macaíba, Martins e Santa Cruz, a PM registrou um assassinato em cada uma delas.
José Wilson de Souza era servidor da UFRN desde maio de 1978 (Foto: Divulgação/UFRN)10 de ABRIL 2017 - Trinta pessoas foram mortas no Rio Grande do Norte somente neste final de semana – o mais violento do ano no estado segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO). A matança supera o fim de semana de janeiro (dias 14 e 15) no qual 26 detentos foram assassinados durante um confronto armado envolvendo facções rivais dentro do maior presídio do estado – episódio que ficou conhecido como o ‘Massacre de Alcaçuz’.
Ainda de acordo com o instituto, dos 30 homicídios registrados, 12 ocorreram em Natal. Outros 4 foram registrados em Mossoró, na região Oeste, e 3 em Ceará-Mirim. Já nas cidades de Parnamirim, Apodi, Baraúna, Caicó, Caraúbas, Extremoz, Japi, Macaíba, Martins e Santa Cruz, a PM registrou um assassinato em cada uma delas.
Carro da UFRN, que é preto e descaracterizado, por ter
sido confundido com um veículo da polícia, segundo
a PM (Foto: José Anchieta de Freitas)
Os números do OBVIO também mostram um crescimento de 30,5% no número de homicídios no estado. Em 2016, segundo os dados do instituto, 518 pessoas haviam sido mortas entre janeiro e 10 de abril. Este ano, neste mesmo período, pelo menos 676 pessoas já foram assassinadas -- o que dá uma média de 6,8 mortes por dia.
O mês de abril, até o momento, aparece como o mais sangrento. Nos primeiros 9 dias do mês no ano passado, 40 pessoas haviam sido assassinadas. Agora, decorridos os mesmos 9 dias, o estado já soma 74 homicídios – que representa um crescimento de 85%.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Segurança Pública disse que não vai comentar as estatísticas. Contudo, ressaltou que ainda nesta segunda-feira (10) será lançado um plano de combate à criminalidade.
'Vidas perdidas'
Ivênio Hermes, que é especialista em segurança pública e um dos diretores do OBVIO, destaca que “embora os esforços das polícias estaduais sejam visíveis, a ausência demorada na efetivação de políticas públicas de segurança efetivas deu margem a um levante homicida que exaure a capacidade dessas polícias”.
“A onda de violência homicida que tem afetado o Rio Grande do Norte mais uma vez atinge números elevados, apontado para um domínio da criminalidade sobre as ações de segurança pública”
O especialista também critica a falta de punição para os criminosos. “A impunidade nos crimes de homicídio se amplia e é diretamente proporcional ao número crescente desses crimes. O policiamento ostensivo não tem dado conta de retirar homicidas das ruas na mesma proporção que o cometimento desse crime aumenta, e até atinge essa força policial que é suscetibilizada por andar caracterizada”, acrescentou.
Ainda de acordo com Ivênio Hermes, “se as estratégias atuais não forem revistas, não teremos números para mostrar segurança, e a crescente evolução dessa escalada criminal continuará afetando a população, afugentando investidores, turistas e colocando nosso estado em um cenário estatístico desastroso para o progresso e para economia, sem falar no maior prejuízo de todos: as vidas perdidas”, concluiu.
APODI CARAÚBAS EXTREMOZ MACAÍBA NATAL PARNAMIRIM
RIO GRANDE DO NORTE
Por Anderson Barbosa, G1 RN
Os números do OBVIO também mostram um crescimento de 30,5% no número de homicídios no estado. Em 2016, segundo os dados do instituto, 518 pessoas haviam sido mortas entre janeiro e 10 de abril. Este ano, neste mesmo período, pelo menos 676 pessoas já foram assassinadas -- o que dá uma média de 6,8 mortes por dia.
O mês de abril, até o momento, aparece como o mais sangrento. Nos primeiros 9 dias do mês no ano passado, 40 pessoas haviam sido assassinadas. Agora, decorridos os mesmos 9 dias, o estado já soma 74 homicídios – que representa um crescimento de 85%.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Segurança Pública disse que não vai comentar as estatísticas. Contudo, ressaltou que ainda nesta segunda-feira (10) será lançado um plano de combate à criminalidade.
'Vidas perdidas'
Ivênio Hermes, que é especialista em segurança pública e um dos diretores do OBVIO, destaca que “embora os esforços das polícias estaduais sejam visíveis, a ausência demorada na efetivação de políticas públicas de segurança efetivas deu margem a um levante homicida que exaure a capacidade dessas polícias”.
“A onda de violência homicida que tem afetado o Rio Grande do Norte mais uma vez atinge números elevados, apontado para um domínio da criminalidade sobre as ações de segurança pública”
O especialista também critica a falta de punição para os criminosos. “A impunidade nos crimes de homicídio se amplia e é diretamente proporcional ao número crescente desses crimes. O policiamento ostensivo não tem dado conta de retirar homicidas das ruas na mesma proporção que o cometimento desse crime aumenta, e até atinge essa força policial que é suscetibilizada por andar caracterizada”, acrescentou.
Ainda de acordo com Ivênio Hermes, “se as estratégias atuais não forem revistas, não teremos números para mostrar segurança, e a crescente evolução dessa escalada criminal continuará afetando a população, afugentando investidores, turistas e colocando nosso estado em um cenário estatístico desastroso para o progresso e para economia, sem falar no maior prejuízo de todos: as vidas perdidas”, concluiu.
APODI CARAÚBAS EXTREMOZ MACAÍBA NATAL PARNAMIRIM
RIO GRANDE DO NORTE
Por Anderson Barbosa, G1 RN