'Quero que outros pacientes também possam lutar', diz jovem que fez Enem dentro de hospital durante tratamento de câncer



Ezequiel Mateus da Rocha, de 18 anos, fez prova do Enem dentro do 
hospital onde passa por tratamento de câncer no RN — Foto: Cedida 

14 de NOVEMBRO 2019 - "Foi uma prova mediana. Não foi tão fácil, mas também não foi muito difícil", a avaliação sobre o Enem 2019 é do estudante Ezequiel Mateus da Rocha, de 18 anos - mais um candidato entre outros 119 mil inscritos no Rio Grande do Norte. A diferença entre o jovem e os demais é que ele fez a prova dentro do hospital, durante o tratamento contra um câncer ósseo. De acordo com o Inep, em 2019, 31 pessoas em todo o país fizeram a prova dentro de hospitais.

"É como se fosse em uma escola. Tem fiscal e até policial", comparou. Essa é a terceira participação dele no Exame Nacional do Ensino Médio. Uma vez, foi por experiência. Na segunda, conseguiu a vaga no curso de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), em Angicos, mas o sonho foi interrompido pela descoberta da doença.

Tudo começou com uma pancada no joelho durante uma partida de futebol. Dias depois, ele ainda continuava a inchar e a família resolveu procurar ajuda médica. No dia 28 de fevereiro, após uma ressonância na perna, a notícia mudou os projetos de Ezequiel. Os profissionais encontraram um osteossarcoma - tumor maligno - no fêmur do estudante.

"O momento mais difícil é o inicio do tratamento, quando a gente descobre. É um impacto forte. Superei graças a Deus e à minha família", conta o filho, entre os sete de um casal de agricultores do Sítio Trapiá, na zona rural de Assú, região Oeste potiguar.

A partir daí, Ezequiel sequer começou o curso de graduação. O foco passou a ser a saúde. Ele realiza o tratamento na Liga Mossoroense Contra o Câncer, onde já passou por 18 sessões de quimioterapia - ainda faltam mais duas e uma cirurgia, marcada para o próximo dia 21, quando ele terá a perna amputada. "A gente está muito consciente de toda a situação", diz.

Apesar da luta diária e do tratamento cansativo, Ezequiel não queria abrir mão de fazer novamente o Enem. O objetivo é cursar primeiro Ciência e Tecnologia e, depois, Engenharia Civil.

"Achei uma experiência incrível, ainda mais vendo a batalha que as pessoas do hospital tiveram para poder me inscrever. Também recebi muita ajuda para conseguir estudar. Quero que outros pacientes vejam meu exemplo e também possam lutar", afirmou o estudante, agradecendo aos profissionais e também aos familiares e amigos pelas orações.

Para fazer as provas, o estudante contou com a presença da equipe do Inep - realizador do Enem - no hospital. No primeiro domingo de provas, passou 5 horas e meia na prova, para poder ficar com o caderno de questões. Neste domingo (10), passou cinco horas nas provas de ciências da natureza e matemática.

Agora, o jovem espera as notas para saber se vai conseguir ingressar na faculdade. Se não der certo dessa, vez, pretende não desistir.

Mãe de Ezequiel, a agricultura Maria Gorete da Rocha, de 55 anos, ficou emocionada com o gesto das pessoas que ajudaram seu filho. "É emocionante, porque é uma doença muito difícil, mas as pessoas ajudaram muito. Fiquei muito feliz por ele. É um filho maravilhoso, não tenho o que falar", pontuou. 


Por Igor Jácome, G1 RN

Menina morre após cair e bater a cabeça durante brincadeira com colegas na escola no RN


Emanuela Medeiros, de 16 anos, morreu após cair e bater
a cabeça durante brincadeira com colegas na escola
em Mossoró — Foto: Arquivo da Família


13 de NOVEMBRO 2019 - Uma menina morreu na tarde desta segunda-feira (11), em Mossoró, no oeste potiguar, depois de bater a cabeça no chão ao cair durante uma brincadeira na escola. Emanuela Medeiros, de 16 anos, sofreu traumatismo craniano e foi socorrida pela direção da escola e levada ao Hospital Regional Tarcisio Maia, no bairro aeroporto, na última sexta-feira (8), onde foi internada.

De acordo com a prima da vítima, a estudante participava da brincadeira com outras duas pessoas que a seguraram e tentaram girá-la, como uma espécie de cambalhota. Durante o giro, ela caiu e bateu a cabeça no chão. 


Emanuela Medeiros era aluna do 9º ano da Escola 
Municipal Antônio Fagundes, em 
Mossoró — Foto: Isaiana Santos/Inter TV Costa Branca 

Emanuela era aluna do nono ano da Escola Municipal Antônio Fagundes. O diretor da escola contou que não tinha conhecimento a respeito da brincadeira e lamentou a situação. "Infelizmente foi uma fatalidade que não tivemos como evitar", disse. Ele recomendou que os pais ficassem atentos com o que circula nas redes sociais.

A Secretaria Municipal de Educação de Mossoró decretou luto. A escola voltará a funcionar a partir da próxima segunda (18). A menina foi velada na manhã desta terça-feira (12) e o enterro está previsto para o período da tarde.



Amigos e familiares velam o corpo da adolescente
Emanuela Medeiros que morreu durante uma brincadeira
com colegas da escola em Mossoró — Foto: Isaiana Santos/Inter TV Costa Branca 


Por Isaiana Santos, Inter TV Costa Branca

Corpo de mulher é encontrado fora do túmulo em Gravataí: 'Apavorante', diz irmã



Túmulo foi violado nesta segunda (11) no cemitério do Rincão 
da Madalena — Foto: Polícia Civil / Divulgação

12 de NOVEMBRO 2019 - A 1ª Delegacia de Polícia Civil de Gravataí investiga a violação de um túmulo e a hipótese de abuso sexual de uma mulher morta neste domingo (10), no cemitério Rincão da Madalena. O corpo foi retirado da cova e encontrado seminu por familiares, na manhã desta segunda-feira (11), em uma área próxima.

Segundo o delegado Márcio Zachello, o corpo foi levado ao Departamento Médico Legal (DML) para perícia.

"Retiraram o corpo, levaram a uma área verde que pertence à prefeitura e, pelos sinais, há indicativo de que possa ter sofrido algum ato com conotação sexual", afirma. "Vamos pedir ao IGP (Instituto Geral de Perícias) para complementar os indicativos iniciais."

De acordo com Jaqueline Veras, uma das irmãs da vítima, a mulher de 49 anos foi levada às pressas, na manhã de sábado (9), para o hospital Dom João Becker com insuficiência respiratória. Aposentada por invalidez devido à Síndrome de Raynaud e com esclerose sistêmica, a mulher tinha apenas 40% da capacidade de um pulmão para respirar.

Sem responder ao aumento do oxigênio, ela teve a morte atestada por volta das 11h40. O funeral ocorreu às 9h do dia seguinte e, às 11h, o corpo foi enterrado no cemitério do Rincão da Madalena.

"A gente achou um pouco estranho porque o caixão ficou acima da terra. Colocaram pouca terra, bem ralinho", descreve Jaqueline.

Após isso, ela voltou para casa para descansar. Nesta segunda, acordou com a ligação de uma cunhada pedindo que fosse ao cemitério, pois haviam recebido uma ligação anônima de uma pessoa não identificada que garantira que a irmã não estaria no túmulo em que foi sepultada.

"Fomos todos correndo para o cemitério. Perguntei se sabiam de alguma coisa, e o guarda disse que não. Saí do carro e, em vez de ir na lápide dela, fui em outra, errada. Pensei: 'Mentira, ninguém mexeu'. Mas meu irmão disse que era outro [túmulo] e, quando cheguei, o corpo não estava dentro do caixão. Estava tudo quebrado", descreve. 



Saia com que a vítima foi enterrada foi encontrada longe 
do corpo — Foto: Polícia Civil / Divulgação

Jaqueline conta que o marido, dois irmãos e dois sobrinhos perceberam um rastro de terra e seguiram em direção a uma clareira.

"Quem sabe teria saído, sobrevivido. Na hora, foi uma coisa apavorante", comenta sobre o que sentiu na hora. "Umas quatro quadras de lápides depois, tinha uma roupa pendurada, e lembrei que era a saia que tinha colocado nela. Fui um pouco [adiante] e vi o corpo dela."

De acordo com a descrição de Jaqueline, a irmã estava com a parte inferior do corpo despida e as pernas abertas, com as mãos cruzadas sobre o peito, em um "estado lamentável". Ela não suspeita de furto, já que a irmã não tinha nenhum pertence enterrado com ela.

"Não tinha nada para roubar. Foi violação e abuso", afirma.

"Pensei que tinha ressuscitado. Quando vimos a roupa, que caímos na real, e soubemos que tinham pegado para abusar."

O delegado Zachello diz que ainda não há suspeitos pelo crime, mas que, quando for identificado, o autor deve responder por vilipêndio de cadáver. A pena por este crime varia de um a três anos de prisão.

A Prefeitura de Gravataí afirma que a vigilância do cemitério é feita por uma empresa terceirizada e que "foi notificada para que explique o ocorrido".

Gravataí 


Por Matheus Beck, G1 RS

Entenda o Seguro DPVAT, que deverá ser extinto a partir de 2020


 
Acidente em Trindade, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Militar

12 de NOVEMBRO 2019 - O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou nesta segunda-feira (11) a extinção do seguro obrigatório DPVAT a partir de 2020. Veja perguntas e respostas sobre a medida.

O que é o Seguro DPVAT?

Também conhecido como "seguro obrigatório", o Seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) cobre casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistências médica e suplementares por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país.

Ele foi instituído por lei em 1974. Até agora, o pagamento era anual e obrigatório para todos os proprietários de veículos e era feito junto com o IPVA. O seguro era um requisito para o motorista conseguir renovar o licenciamento do veículo.

Em 2007, com a proposta de centralização de gestão envolvendo o atendimento ao usuário, além de representações nas esferas administrativa e jurídica, foi criada a Seguradora Líder, que administra o DPVAT até então.

Assim como as demais seguradoras particulares, a Líder é fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia.

Quem pode pedir o DPVAT e quanto recebe?

Qualquer pessoa que sofreu um acidente de trânsito, seja pedestre, motorista ou passageiro. O seguro cobre despesas médico-hospitalares e dá indenização por morte ou invalidez permanente (veja os valores abaixo). A vítima ou familiares dela podem pedir o seguro até três anos depois da data do acidente ou da ciência da invalidez ou da morte.

 
 
(1) Estes valores não são divididos entre as vítimas do mesmo acidente. São pagos individualmente.

(2) O valor da indenização de invalidez permanente varia conforme a gravidade da lesão.

(3) O valor do reembolso médico-hospitalar varia conforme o total de despesas comprovadas.

Mais informações de como receber o DPVAT podem ser obtidas pelos telefones 4020-1596 (regiões metropolitanas) ou 0800-0221204 (outras regiões).

Quantos benefícios já foram pagos?

De 2009 a 2018, o DPVAT pagou mais de 4,5 milhões de sinistros, segundo a Seguradora Líder. Nesse período, foram mais de 485 mil indenizações por morte, 3,2 milhões por invalidez e 818 mil pagamentos de despesas médicas.

Só em 2018, o segurou pagou 328.142 indenizações para vítimas de acidentes de trânsito e seus beneficiários. Foram 38 mil por morte, 228 mil por invalidez permanente e 61 mil por despesas médicas.

Quando o Seguro DPVAT vai acabar?

A partir de 2020, de acordo com a medida provisória editada nesta segunda-feira. Porém, a MP precisa ser aprovada pelo Congresso em até 6 meses, a partir da publicação no "Diário Oficial da União", ou então perderá a validade.

Por que ele vai acabar?

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão federal que fiscaliza o mercado de seguros, disse ter sido questionada pelo Ministério da Economia sobre fraudes, problemas com órgãos de controle e alto índice de reclamações em relação ao seguro, e apresentou dados que apontam a baixa eficiência do DPVAT.

De acordo com a Susep, o volume de reclamações do DPVAT é um dos maiores do mercado, sendo a empresa administradora do seguro, a Seguradora Líder, a 2ª colocada no ranking de reclamações da Susep. E, atualmente, o DPVAT é alvo de processos movidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e de milhares de ações judiciais.

A Susep também destacou que o DPVAT consome 19% dos recursos de fiscalização da superintendência, enquanto a operação representa apenas 1,9% do volume de receitas.

Ainda segundo a Susep, "espera-se que o próprio mercado ofereça coberturas adequadas para proteção dos proprietários de veículos, passageiros e pedestres".

Hoje, de acordo com o órgão, cerca de 30% da frota circulante de veículos no Brasil já contam com essas e outras coberturas.

De acordo com o governo, a extinção do DPVAT não vai desamparar os cidadãos em caso de acidentes, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) presta atendimento gratuito e universal na rede pública.

Até quando serão pagas indenizações por acidentes pelo DPVAT?

Sinistros ocorridos até 31 de dezembro de 2019 serão cobertos pelo seguro. Assim, a atual gestora, Seguradora Líder, continuará responsável pelos procedimentos de cobertura até 31 de dezembro de 2025.

Depois disso, a União sucederá a Seguradora Líder nos direitos e obrigações envolvendo o DPVAT.

"Para os segurados do INSS, também há a cobertura do auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e de pensão por morte. E, mesmo para aqueles que não são segurados do INSS, o Governo Federal também já oferece o Benefício de Prestação Continuada – BPC, que garante o pagamento de um salário mínimo mensal para pessoas que não possuam meios de prover sua subsistência ou de tê-la provida por sua família, nos termos da legislação respectiva", afirma o governo.

Qual o valor do Seguro DPVAT?

Ele era reavaliado a cada ano e era mais caro para motos, que são o tipo de veículo que mais demanda indenizações por acidentes.

Em 2019, essa queda chegou a 71% para automóveis, que pagaram R$ 12, e a 56% para motos, para as quais foram cobrados R$ 180,65.

Segundo o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que definiu os valores em 2019, o valor do seguro baixou porque o volume de recursos acumulado em reservas era maior do que as necessidades de atuação do Seguro DPVAT, como o pagamento de indenizações.

De acordo com o governo, o Consórcio do DPVAT contabiliza atualmente um total de R$ 8,9 bilhões; sendo que o valor estimado para cobrir as obrigações efetivas do seguro até o fim de 2025 é de aproximadamente R$ 4,2 bilhões.

Quanto o governo arrecada com o Seguro DPVAT? Para onde vai o dinheiro?

No ano passado, foram R$ 4,669 bilhões, distribuídos da seguinte forma:

. 45% (R$ 2,101 bilhões) foram usados para o financiamento do SUS;


. 5% (R$ 233,5 milhões) foram destinados ao Denatran para financiamento de programas de educação no trânsito;


. 50% (R$ 2,334 bilhões) foram usados para pagamentos de indenizações do DPVAT.

Com a extinção, quem fica com o valor acumulado pelo DPVAT?

De acordo com o governo, o Consórcio do DPVAT contabiliza atualmente um total de R$ 8,9 bilhões; sendo que o valor estimado para cobrir as obrigações efetivas do seguro até o fim de 2025 é de aproximadamente R$ 4,2 bilhões.

O valor restante, cerca de R$ 4,7 bilhões, será destinado, em um primeiro momento, à Conta Única do Tesouro Nacional, sob a supervisão da Superintendência de Seguros Privados (Susep), em 3 parcelas anuais de 2020 a 2022.

Essas parcelas, segundo o governo, são suficientes para compensar as estimativas de repasse ao SUS e ao Denatran.

O que é DPEM, que também será extinto?

O Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por suas Cargas (DPEM) é para vítimas de danos causados por embarcações. De acordo com o governo, ele está inoperante desde 2016 porque não há seguradora que o oferte.

E o IPVA?

O Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) é estadual e não está incluído na medida provisória que extingue o DPVAT. Seu pagamento continua sendo obrigatório para a maioria dos veículos.

DPVAT 


Por G1

Entenda a relação entre câncer de colo do útero e HPV


Câncer de colo do útero pode ser causado pelo HPV — Foto: Getty Images

09 de NOVEMBRO 2019 - O câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente entre as mulheres (atrás somente do de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte feminina por câncer no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em 2017, último dado disponível pelo instituto, 6.385 mulheres perderam a vida por causa da doença no país.

Os altos números, entretanto, não parecem assustar. A vacina contra o Papilomavírus Humano, o HPV, vírus causador do câncer, está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas tem baixa procura. A cobertura vacinal atual está bem abaixo dos 80% recomendados pelo Ministério da Saúde: apenas 51,4% das meninas de 9 a 15 anos e 22,4% dos meninos de 11 a 14 anos tomaram as duas doses necessárias para a proteção completa. Essa é a faixa etária em que a imunização produz a melhor resposta no organismo.

De acordo com a ginecologista Neila Maria de Gois Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o HPV é um vírus sexualmente transmissível e bastante comum – todas as pessoas sexualmente ativas provavelmente terão contato com ele ao longo da vida.

"A maioria dos tipos de HPV tem caráter transitório e não causa doença alguma no corpo. Entretanto, quando ele gera infecções persistentes, pode afetar o crescimento das células e evoluir para lesões pré-malignas ou mesmo malignas, causando o câncer de colo do útero", explica Neila.

Existem muitos tipos de HPV e a vacina protege contra aqueles considerados de alto risco – ou seja, os que costumam evoluir para um câncer. Por isso, é fundamental que a imunização seja feita corretamente, preferencialmente antes do início da vida sexual (ou seja, da possível exposição ao vírus).

"A vacina é segura e pode evitar totalmente a contaminação pelo vírus", reforça o oncologista Marcelo de Oliveira dos Santos, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Melhor forma diagnóstico precoce

Prevenir o câncer de colo do útero não se resume a tomar a vacina (a imunização contra o HPV entrou no calendário vacinal brasileiro somente em 2014). A realização do exame Papanicolau consegue identificar a presença de lesões ainda na fase pré-maligna, antes de evoluírem para um câncer. Nesse estágio, o tratamento é capaz de promover a cura na maioria dos casos e não requer remoção do útero, preservando a fertilidade da mulher.

"O Papanicolau deve ser realizado em todas as mulheres a partir dos 25 anos, mesmo aquelas que receberam a vacina, já que ela não protege contra todos os tipos de HPV. O exame precisa ser repetido um ano depois e, se esses dois primeiros resultados forem negativos, pode passar a ser feito a cada três anos", orienta dos Santos.

Fazer o exame regularmente é fundamental para diagnosticar as lesões ainda na fase inicial, já que os primeiros sintomas só aparecem quando o problema alcança um estágio mais avançado, normalmente maligno e com bem menos chance de cura. O tratamento pode envolver cirurgia para a retirada do útero (o que pode representar a cura), combinado ou não de radioterapia e quimioterapia - normalmente indicadas em casos mais graves, quando o tumor já avançou para além do útero.

Ainda que raramente, é possível desenvolver o câncer de colo do útero mesmo sem a infecção pelo vírus HPV. Entre os fatores de risco estão o tabagismo, o início muito precoce da vida sexual e, de acordo com alguns estudos, o uso prolongado de anticoncepcionais. "Mas são casos muito raros. Não se recomenda, por exemplo, interromper o uso de anticoncepcionais como forma de evitar o câncer, pois os efeitos ainda são bastante discutíveis", diz Neila.

MINISTÉRIO DA SAÚDE  SUS

Por G1

Pedaços de garrafa quebrada durante briga em baile funk provocaram morte de universitária em MS


Luana Farias morreu com ferimentos no 
rosto, pescoço e braços — Foto: Redes Sociais

06 de NOVEMBRO 2019 - A universitária Luana Farias de Oliveira, de 20 anos, morreu após ser atingida no rosto, e principalmente, no pescoço por pedaços de uma garrafa de vodca que foi quebrada a poucos centímetros dela em um baile funk, segundo a polícia. A festa ocorreu no domingo (3) no bairro Universitário, em Campo Grande.

De acordo com a delegada Célia Maria Bezerra, uma briga causada por ciúme resultou na morte de Luana, que passou pela confusão sem ter ideia do que estava ocorrendo. Um adolescente, de 15 anos, foi identificado e é o principal suspeito do crime.

"O adolescente estava com amigos e uma menina no baile, os dois estavam se beijando. O ex dela viu a cena e não gostou e foi tirar satisfação, foi nessa hora que começou a confusão. Eles trocaram socos e empurrões. Em um determinado momento o ex estava indo embora, mas o menor o perseguiu com a garrafa de vodca vazia e desferiu um golpe na cabeça do rapaz. Infelizmente, a Luana passava do lado quando isso ocorreu" , disse a delegada.

De acordo com a polícia os pedaços da garrafa atingiram veias importantes do pescoço de Luana, que foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por choque hipovolêmico (quando se perde grande quantidade de líquido e sangue).

O adolescente foi ouvido e liberado. Ele negou que tenha sido o autor da garrafada. Outras 13 pessoas também prestaram depoimento. As investigações apontam que o baile funk funcionava de maneira irregular, sem alvará e com a apenas um segurança. Menores podiam entrar com bebidas e cigarros e sem passar por qualquer tipo de revista.

No Facebook, a irmã de Luana, Jéssica Farias, desabafou: "Ela estava tão feliz ontem que subiu de cargo no serviço, ia pegar folga hoje e queria comemorar".

Os organizadores do baile e presidente da associação ainda irão prestar depoimento, como há o envolvimento de menor o caso foi repassado para a delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude.


Pedaços da garrafa de vodca que atingiram Luana — Foto: TV Morena/Reprodução

MATO GROSSO DO SUL

Por Ricardo Freitas, G1 MS

Crise levou 4,5 milhões a mais à extrema pobreza e fez desigualdade atingir nível recorde no Brasil, diz IBGE


Desde 2015, aumenta ano a ano o número de brasileiros 
em situação de extrema pobreza — Foto: Reprodução/JN

06 de NOVEMBRO 2019 - Recordes de pessoas em situação de extrema pobreza e dos índices de desigualdade. Estes são os resultados de quatro anos seguidos de crise econômica no Brasil, apontados em um estudo divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2018, chegou a 13,5 milhões o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da extrema pobreza – 4,5 milhões a mais que em 2014, quando o país vivia sob os patamares mais baixos de desemprego. É o maior contingente de pessoas nesta condição na série histórica do estudo, iniciada em 2012.

1 em cada 4 brasileiros vive com menos de R$ 420 por mês, aponta IBGE

Segundo o IBGE, é considerado em situação de extrema pobreza quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que equivale a aproximadamente R$ 145 por mês. Essa linha foi estabelecida pelo Banco Mundial para acompanhar a evolução da pobreza global.

Em 2012, eram 11,3 milhões de brasileiros em extrema pobreza. Até 2014, ano em que o contingente de extremamente pobres chegou a seu menor número no passado recente, 2,3 milhões de pessoas saíram desta condição. Desde então, este contingente cresceu ano a ano e chegou a 2018 representando 6,5% de toda a população do país.


Brasileiros em situação de extrema pobreza — Foto: Economia G1

O IBGE enfatizou que 13,5 milhões de pessoas são um contingente maior que toda a população de países como Bélgica, Portugal, Grécia, entre outros.

De acordo com o estudo do IBGE, intitulado Síntese de Indicadores Sociais (SIS), a grande das pessoas em extrema pobreza no país são pretas ou partas, mais da metade delas vive no Nordeste e não tem instrução ou ensino fundamental completo.



Distribuição da extrema pobreza — Foto: Guilherme Pinheiro/Arte G1

Renda do trabalho

O levantamento chamou a atenção para o fato de que o ingresso no mercado de trabalho não garante viver acima da linha de extrema pobreza. Dos 13,5 milhões extremamente pobres no Brasil, 1,8 milhões estavam ocupados no mercado de trabalho em 2018.

E é justamente o mercado de trabalho que explica o aumento da extrema pobreza no país: o instituto pontou que “o dinamismo do mercado de trabalho entre 2012 e 2014 se traduziu em crescimento do rendimento médio do trabalho” – mas o oposto ocorreu a partir de 2015.

O rendimento do trabalho é o que tem mais peso na composição do rendimento médio domiciliar per capita, segundo o IBGE. Ele representava, em 2018, 72,4% do rendimento familiar. Em 2014, quando o mercado de trabalho estava aquecido, este percentual era ainda maior, chegando a 75,2%.

Em contrapartida, desde 2014 aumentou a participação de aposentadorias e pensões e de outras fontes de renda na composição do orçamento familiar – respectivamente, de 18,3% para 20,5% e de 6,5% para 7%.

O gerente do estudo, André Simões, enfatizou que fontes de renda diferentes do trabalho possuem maior peso para famílias de baixa renda. Para as famílias que recebiam até ¼ de salário mínimo em 2018, o rendimento do trabalho representava 57%, enquanto as outras fontes respondiam por 35,3% do orçamento doméstico e as aposentadorias e pensões, 7,7%.

“Como são famílias mais pobres, é muito provável que estas outras fontes tenham um peso forte dos programas de transferência de renda do governo”, destacou Simões.



Distribuição do rendimento — Foto: Economia G1

Desigualdade recorde

Dois dos indicadores clássicos usados mundialmente para medir a desigualdade econômica bateram recorde em 2018. São eles o Índice de Gini e o Índice de Palma.

O Gini monitora a desigualdade de renda em uma escala de 0 a 1, sendo 0 a igualdade perfeita e o 1 a máxima desigualdade. Segundo o IBGE, ele apresentou queda contínua entre 2012 e 2015, quando voltou a crescer ano a ano, atingindo seu maior valor no ano passado.

Comportamento semelhante teve o Índice de Palma – apresentou trajetória de queda até 2015, ficou estável entre 2016 e 2017 e voltou a crescer em 2018, também atingindo seu maior valor na série.


Fonte: IBGE

Diferente do Gini, que monitora a concentração de renda na média, o Palma considera a razão entre a renda dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres. Por conta disso, ele é mais sensível às variações nas extremidades da concentração de renda.

“Até 2015 a gente vê queda da desigualdade. Isso tem a ver com um crescimento maior da renda dos 40% com menores rendimentos que a dos 10% com maiores rendimentos. Com a crise econômica a partir de 2015, esses indicadores voltam a crescer até atingirem o maior valor em 2018”, apontou o gerente do estudo André Simões.

O pesquisador apontou que o rendimento total familiar teve aumento na passagem de 2017 para 2018. “Só que os 10% se apropriaram de uma fatia superior que a dos 40%”, enfatizou.

O estudo mostra que, entre 2012 e 2014, o grupo dos 40% teve aumento mais expressivo do rendimento médio domiciliar per capita que o grupo dos 10%. A partir de 2015, isso se inverteu.

Entre 2016 e 2018, a taxa de crescimento dos rendimentos médios para o total da população foi de 4%, enquanto para o grupo dos 40% foi de apenas 0,4%. “Como a estrutura de rendimento é concentrada no topo, o aumento do rendimento do grupo dos 10% é equivalente ao do total da população.

Considerando apenas o rendimento proveniente do trabalho, o IBGE destacou que, em 2018, o grupo dos 10% com maiores rendimentos ganhava 13 vezes que o grupo dos 40% com os menores rendimentos – o maior valor da série.

R$ 1 bilhão para erradicar a extrema pobreza

O estudo revelou, ainda, que cerca de R$ 1 bilhão mensal seria suficiente para erradicar a extrema pobreza no país. Para chegar a esse montante, o IBGE considerou que, em média, cada brasileiro que vive abaixo da linha de extrema pobreza precisaria receber cerca de R$ 76 a mais por mês.

IBGE

Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro

CONVIDAMOS VOCÊ: ANIVERSÁRIO DA CIDADE DO MARTINS - 178 ANOS.


Na próxima Quinta-feira, 7 de novembro, na Noite Cultural durante as festividades dos 178 anos de Emancipação Política de Martins, estarei relançando o livro "O PRAZER NA LOUCURA DE PENSAR", e autografando para os(as) queridos(as) leitores(as). Desde já, agradeço ao convite da Secretaria de Educação de Martins, na pessoa do Secretário Claudio Oliveira, e aos amigos e amigas que irão adquirir o livro de minha autoria. Que Deus nos abençoe.

Onze vereadores de Santa Rita, PB, são presos suspeitos de desviar dinheiro público para viagem


Onze vereadores de Santa Rita, PB, são presos suspeitos de desviar dinheiro público para viagem — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

05 de NOVEMBRO 2019 - Onze vereadores e um contador da Câmara Municipal de Santa Rita, na Grande João Pessoa, foram presos na madrugada desta terça-feira (5), suspeitos de desviar dinheiro público para custear despesas de uma viagem feita para a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Os parlamentares foram detidos durante a operação 'Natal Luz' do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

De acordo com o delegado Allan Terruel, a operação teve início após o MP suspeitar da viagem dos vereadores, que usaram um seminário como justificativa para a ida a Gramado. A empresa organizadora da viagem seria da cidade de Sergipe, o que fez a investigação ser iniciada. A operação contou com a participação da Gaeco da PB e do Rio Grande do Sul, além da Polícia Civil de Sergipe. De acordo com a operação, só em diárias foram gastos R$69 mil.

"Monitoramos todas as atividades dos vereadores e de todas as pessoas que os acompanhavam. A polícia civil fez o levantamento da empresa que estaria responsável pelo suposto seminário e pela viagem, e foram confeccionados dois relatórios", explicou o delegado, acrescentando que todas as ações levam a confirmar uma viagem de lazer e turismo. Entre os vereadores detidos, está o presidente da câmara do município, Anésio Alves.

Ainda segundo Terruel, foi confirmado que os parlamentares forjaram o evento para realizar a viagem com dinheiro público. Os vereadores foram encaminhados para a Central de Flagrantes, em João Pessoa, onde aguardam a audiência de custódia, prevista para acontecer ainda nesta terça-feira (5).

Outros gastos

Durante a investigação, o Ministério Público constatou que a empresa organizadora da suposta palestra, de Sergipe, já recebeu da Câmara de Santa Rita R$58.200, em 2019 e R$ 49.200 em 2018. Além disso, de acordo com as informações presentes no Portal da Transparência da Câmara, desde 2017, a participação dos parlamentares do município em cursos de capacitação, é comum.

Antes da viagem a Gramado, os vereadores também participaram de outros congressos capacitantes nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraná. De acordo com os números, só com diárias, em 2017, os vereadores da atual gestão gastaram R$ 316.711,88, em 2018 o valor do gasto com o dinheiro público subiu para R$ 425.798,00, e em 2019, até o momento, foram R$ 585.492,24 usados para custear a estadia dos suspeitos.

Vereadores presos durante a operação 'Natal Luz'

. 1 – Anesio Alves de Miranda Filho
. 2 – Brunno Inocencio da Nóbrega Silva
. 3 – Carlos Antônio da Silva
. 4 – Francisco de Medeiros Silva
. 5 – Diocélio Ribeiro de Sousa
. 6 – Francisco Morais de Queiroga
. 7 – João Evangelista da Silva
. 8 – Ivonete Virgínio de Barros
. 9 – Marcos Farias de França
. 10 – Sérgio Roberto do Nascimento
. 11 – Roseli Diniz da Silva

SANTA RITA

Por G1 PB

Em 4 meses, Secretaria de Segurança do RN bloqueia 14 mil ligações de números que passam trotes para o 190

Ciosp RN - Centro Integrado de Operações de 
Segurança Pública do Rio Grande do Norte — Foto: Elisa Elsie/Governo do RN

05 de NOVEMBRO 2019 - Em quatro meses, a Secretaria de Segurança Pública bloqueou mais de 14 mil ligações de pessoas que entram em contato com o número 190, do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), para passar trotes. De acordo com a pasta, a medida seguiu uma recomendação do Ministério Público Estadual.

A maior quantidade de bloqueios aconteceu no mês de outubro, quando 5.116 tentativas de trotes foram impedidas, seguindo uma tendência mensal de crescimento. Em julho, foram 1.804; em agosto, 3.320; e em setembro, 4.000.

Somente no mês passado, das cerca de cinco mil ligações bloqueadas, mais de 600 vieram de apenas um número de telefone.

“Quando um número liga mais de 20 vezes por dia para o Disque 190, ele é automaticamente bloqueado. Após isso, quando ele tenta ligar para o 190, ele é encaminhado para um ramal e é informado que está bloqueado. Esse bloqueio dura sete dias”, explicou o tenente-coronel Kleber Macedo, diretor do Ciosp. “É um benefício enorme, pois a linha que estaria ocupada atendendo uma ligação que seria trote fica desocupada para que uma pessoa que realmente precise de ajuda possa ser atendida”, justifica.

Segundo a recomendação do Ministério Pública, de julho de 2019, o Estado precisava adotar soluções tecnológicas para a diminuição dos prejuízos causados pelos trotes ao serviço do Disque 190. Para tanto, o Ciosp deveria regulamentar requisitos para acessar o serviço, com a possibilidade de bloqueio de ligações de números envolvidos com trotes. Porém, o usuário deveria ser notificado através de mensagem ou ligação telefônica e o bloqueio teria que ter um prazo definido.

"O trote é um ato ilícito, por ofensa ao dever imposto ao usuário dos serviços públicos em geral e, particularmente, dos serviços de telecomunicações no tocante à utilização adequada dos serviços e à colaboração para a adequada prestação do serviço, podendo até mesmo configurar os crimes de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública ou de comunicação falsa de crime ou de contravenção", informou a Secretaria de Segurança.

Por G1 RN

Cerca de 900 servidores da Saúde de Natal estão sem gratificações; município diz que faltam recursos

Audiência da Comissão de Saúde da CMN discutiu situação 
de servidores nesta segunda-feira (4) — Foto: Elpídio Júnior/Câmara Municipal de Natal

05 de NOVEMBRO 2019 - Cerca de 900 servidores da Saúde de Natal, entre técnicos, enfermeiros e os médicos aprovados no último concurso de 2018 estão sem receber o pagamento de gratificações, segundo o Sindicato dos Médicos (Sinmed). Os valores chegam a corresponder metade dos vencimentos dos profissionais. O município reconhece o problema, mas diz que não tem dinheiro para realizar o pagamento. O tema foi debatido em audiência da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, na tarde desta segunda-feira (4).

De acordo com os servidores, o edital do concurso previa pagamento de salário de R$ 3,8 mil de salário, somado a uma gratificação de mesmo valor, mas que não vem sendo paga. De acordo com Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed, a falta de pagamento agrava a desigualdade entre profissionais dentro do mesmo sistema, em que os profissionais de cooperativa acabam ganhando muito mais que os profissionais do quadro do município.

“A maioria dos médicos, que são em torno de cem, pediu demissão, lamentavelmente. A maioria desses médicos se encontra recebendo metade do que recebia. O problema é que boa parte deles ou saiu do Programa Mais Médicos, de um programa que dá oito horas para os médicos estudarem, se reciclarem, se prepararem para receber os pacientes e os do município. Concursados, precisam trabalhar as quarenta horas. Não estou discutindo carga horária contratada, mas sim a diferença entre as instâncias, dentro de um mesmo local, você encontra médicos da cooperativa com um salário e médicos concursados ganhando bem menos”, afirmou.

'Devo, não nego'

Durante o debate, a secretária de Administração Adamires França afirmou que um dos motivos para o não cumprimento das gratificações é a falta de recursos no município. Ela ainda citou que uma das causas é a queda no orçamento.

“A real situação é a falta de dinheiro, não é que o prefeito não queira cumprir, a gente vem trabalhando para resolver, mas infelizmente as receitas da cidade não estão acontecendo como prevemos no nosso orçamento, porque uma coisa é dizer que eu fiz um orçamento, uma previsão de receita e fixei despesas; e despesas com pessoal é líquida e certa, ela tem que ser paga. Para vocês terem ideia, agora no mês de outubro, nós tivemos uma redução de R$ 8 milhões de receitas nas transferências constitucionais, então como é que a gente pode estar atendendo a demanda? É um direito que eles têm? É. Mas de que adianta o município implementar ou implantar se não tem recursos para pagar?”, questionou Adamires.

De acordo com a secretária, o município gasta mais recursos que o exigido constitucionalmente. Enquanto a previsão é de 15%, a capital investe 27%, segundo ela. Nos gastos mensais com pessoal ativo, só a folha da saúde está em R$ 21 milhões, para 6.333 servidores ativos. "A solução é a melhora na receita, mas a gente tá passando por uma crise, que não é local, tá dentro da conjuntura nacional. O dever de casa, o município tem feito, mas infelizmente estamos perdendo nas transferências constitucionais”, disse.

O secretário municipal de Saúde, George Antunes, reconheceu que o pagamento é um direitos dos servidores, mas apontou ausência de recursos para o cumprimento do pagamento dos servidores.

“A dívida é reconhecida, nós fizemos um concurso prometendo um salário e não estamos cumprindo. Nos deixa até envergonhados essa situação, mas estamos lutando junto à prefeitura para que haja o pagamento efetivo, afinal de contas, parece muito para uma prefeitura R$ 1 milhão de reais, mas para essas pessoas que estão trabalhando é de extrema importância, pois são profissionais que se deslocaram de outros estados, de outras cidades, estão pagando alugueis e não estão recebendo os seus recursos completos, dentro do que foi prometido”, enfatizou George.

Ele ainda comentou acerca da diferença salarial entre os salários dos concursados e dos profissionais contratados pela cooperativa médica.

“A explicação é simples. Quando nós fazemos um concurso, nós fazemos um número X de vagas e essas vagas não são preenchidas. Talvez porque os nossos salários não são atrativos. Como nós não conseguimos completar a nossa equipe com profissionais concursados, temos que lançar mão dos cooperados e quando fazemos a contratação por cooperativa, fazemos através de um processo licitatório e numa licitação vence quem dá o preço menor, e aquele preço que é ofertado tem que ser contratado sob e a pena de não termos os serviços. Daí a disparidade de valores”, disse.

Vereadores propõem Refis

Membro da Comissão de Saúde, o vereador Franklin Capistrano (PSB) apresentou como solução a criação de um novo Refis - programa para quitação de débitos - para o município arrecadar os recursos para garantir o pagamentos dos profissionais. “Nós propomos melhorar a receita e o governo tem que buscar os caminhos para melhorar essa receita e um dos caminhos que o governo pode melhorar é fazendo um novo REFIS, para os devedores dos débitos municipais com maior prazo para pagamento. João Pessoa, vizinho a Natal, realizou um refis com um prazo mais elástico, que teve uma adesão muito maior e a cidade conseguiu um aumento substancial na receita”, disse.

O presidente da Comissão de Saúde, vereador Fernando Lucena (PT), afirmou que o grupo de vereadores vai propor um novo Refis e que 25% do dinheiro arrecadado seja destinado à Secretaria Municipal de Saúde.

"A situação é muito grave, a cooperativa médica está cooptando os médicos aprovados no concurso que acabam pedindo demissão. Você faz um concurso e de repente pede demissão, porque o que foi acertado não está sendo pago. Era R$ 3,8 mil de salário, mais o mesmo percentual de gratificação, gratificação que está atrasada. Ele vai sair e vai pra cooperativa ganhando R$ 16 mil. Vamos garantir recursos a partir de janeiro do ano que vem, recursos para a saúde funcionar, porque o colapso está batendo na nossa porta”.

Por G1 RN

Mãe diz que sabia que namorado agredia filho encontrado morto em casa: 'Achei que ele ia mudar'

Menino foi encontrado morto com sinais de asfixia e 
violência sexual dentro de casa, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

04 de NOVEMBRO 2019 - A mãe do menino de 2 anos achado morto em casa diz que sabia que o namorado agredia o filho, mas que não acreditou que ele pudesse matar a criança. O adolescente de 17 anos foi apreendido suspeito do ato infracional. Já a jovem, de 21 anos, foi presa por abandono de incapaz.

O menino foi morto na madrugada de domingo (3). Segundo a perícia, a causa da morte foi asfixia, mas ele também tinha sinais de agressão e abuso sexual.

“Aconteceu sim [agressões], mordidas, duas vezes, aí ele parou. Nesse dia agora [da morte] aconteceu novamente. Pra mim ele tinha mudado, ele falou que não ia fazer mais, acreditei nele e quebrei a cara. Ele me falava que as mordidas não eram pra machucar, mas que era carinho. No fundo não acreditava, mas deixei passar porque esperava que ele ia mudar”, afirmou a mãe da criança.

A jovem disse que passou o dia na casa de uma amiga e, de madrugada, recebeu uma ligação do namorado falando que o filho estava passando mal. Quando chegou, o menino estava dentro da ambulância dos bombeiros. Ela disse que está se sentindo “culpada”.

“No fundo eu me sinto [culpada], porque eu acreditei, confiei nele. Poderia ter tirado ele de lá, não sei”, comentou.

Porém, ela diz que não tem certeza se o namorado realmente matou o menino. “Ele me disse que não fez nada. Eu não sei, sinceramente. Mas todos dizem, o laudo mostra, que ele foi abusado e assassinado”, completou.

A mãe do menino disse que os dois estavam juntos há um ano, mas que o relacionamento estava desgastado. Sobre sua prisão, ela diz que é suspeita de um crime não cometeu.

Segundo o delegado Hellyton Carvalho, ela vai responder por abandono de incapaz e deve passar por audiência de custódia para saber se continuará presa.

“A criança foi agredida dias antes, a Ingrid não fez nada e mesmo assim deixou na companhia do padrasto, passou o fim de semana fora de casa e deixou a criança em poder do padrasto”, afirmou.

O delegado explicou ainda que, para a namorada, o adolescente negou o crime, mas, em depoimento formal, ficou em silêncio. Ele foi autuado pelo ato infracional equivalente a homicídio qualificado e estupro de vulnerável.

“A versão dele para a namorada é que teria levado a criança pra passear no shopping, se perdeu dele e depois uma senhora o encontrou dizendo que o menino tinha caído e batido a cabeça”, disse.

Por Lis Lopes e Vitor Santana, G1 GO

Barraca atingida por incêndio na UEPB é reinaugurada após doações; 'somos gratos às pessoas'


Barraca de lanches destruída após um incêndio, na Central 
de Aulas da UEPB, em Campina Grande, foi reinaugurada 
na manhã desta terça-feira (29) — Foto: Renata Jordão/Arquivo Pessoal

29 de OUTUBRO 2019 - A barraca de lanches destruída após um incêndio, na Central de Aulas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, foi reinaugurada na manhã desta terça-feira (29) após doações de estudantes da instituição e de outras pessoas que realizaram campanhas para ajudar os donos do estabelecimento a reconstruírem o local de trabalho. Quase três meses após o fogo que destruiu a barraca, Antônia Januária e o marido, Valério, agora podem recomeçar.

“Somos eternamente gratos às pessoas. Só peço a Deus todos os dias por elas, porque ninguém tinha obrigação de me ajudar, mas eles se empenharam demais nisso e hoje estamos aqui de novo. O incêndio destruiu tudo muito rápido, mas a ajuda que a gente recebeu foi mais rápida ainda”, diz Antônia Januária, dona da barraca.


O incêndio na barraca de lanches de Antônia e Valério foi registrado na noite do dia 8 de agosto deste ano. O fogo destruiu completamente a barraca que ficava por trás do prédio da Central Integrada de Aulas (CIA) da UEPB. A suspeita era de que o fogo atingiu o local após um vazamento de gás de cozinha.


Quase três meses após o fogo que destruiu a barraca, 
Antônia Januária e o marido, Valério, agora podem 
recomeçar — Foto: Renata Jordão/Arquivo Pessoal

Toinha, como é carinhosamente chamada pelos estudantes e amigos da UEPB, estava no local no momento do incêndio e teve um ferimento na perna e queimaduras no braço. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrê-la. Os bombeiros chegaram ao local e conseguiram apagar o fogo por completo por volta das 19h20.

'Nasci de novo', diz comerciante ferida após incêndio em barraca na UEPB, em Campina Grande

A inauguração da nova barraca foi possível após várias pessoas se unirem para ajudar Toinha a reconstruir o estabelecimento. Para ajudar a comerciante, estudantes, professores e amigos da UEPB começaram uma campanha na internet para arrecadar dinheiro e doações. A ideia da “vaquinha online” foi para juntar o dinheiro necessário para a reconstrução da barraca de lanches no local.

“É muito gratificante. Todos ajudaram muito e agora a gente quer dar o melhor pra todo mundo. Graças a Deus, a nossa barraca já está aberta novamente, mas agora tudo é diferente, a própria estrutura é diferente e isso tudo graças a todas essas pessoas que nos ajudaram”, conta a comerciante.


Barraca foi inaugurada após doações e campanhas feitas 
por estudantes e amigos da UEPB — Foto: Renata Jordão/Arquivo Pessoal

Além da “vaquinha online” na internet, os estudantes também organizaram um brechó para arrecadar dinheiro para a construção da nova barraca. "Já na primeira semana após o dia do brechó, o dinheiro veio diretamente pra minha mão e então eu fui comprando tudo de novo. Mesmo debilitada, não consegui ficar parada. O empenho dessas pessoas em me ajudar me deu muita força, só queria recomeçar”, relata Toinha.

A comerciante lembra que no dia 8 de novembro já seriam três meses após o incêndio. “É muito gratificante saber que você não tá só, sabe. A gente conseguiu abrir antes dos três meses, então eu ainda não consigo acreditar como tudo foi tão rápido, graças a todas essas pessoas nós já estamos aqui de novo, na correria desse trabalho que a gente ama fazer”.

“Tem pessoas que me ajudaram que eu nem conheço. Tem uma senhora, Marta, que não faço ideia de como ela é, mas ela nos deu um fogão de seis bocas, panelas, talheres, muita coisa. Que mulher do coração enorme! Ela, assim como todos os outros, me mostraram que eu podia começar tudo sem medo”, destaca Toinha.

“Deus não me queria lá em cima. Hoje eu tenho esses estudantes da UEPB como os meus filhos, o que eles precisarem vão poder contar comigo”, conclui a comerciante.



Nova barraca foi contruída no mesmo local onde a 
antiga barraca foi destruída pelo fogo, na UEPB — Foto: Renata Jordão/Arquivo Pessoal

Incêndio atingiu barraca no dia 8 de agosto

O incêndio na barraca foi registrado na noite do dia 8 de agosto deste ano, na Central Integrada de Aulas (CIA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. O caso foi notificado por volta 18h40. O Corpo de Bombeiros confirmou a solicitação do incêndio, que foi apagado por completo por volta das 19h20.

O médico socorrista disse em entrevista à TV Paraíba que, apesar dos ferimentos, a comerciante estava bem e consciente. Antônia Januário dos Santos, de 49 anos, foi encaminhada para o Hospital de Trauma de Campina Grande. A assessoria de imprensa da unidade informou que ela teve queimaduras de 1º e 2º graus, mas que o estado de saúde dela era estável.

Também em entrevista à TV Paraíba, uma professora disse que estava passando ao lado da barraca quando escutou uma explosão e já percebeu as chamas. Ela disse que a comerciante foi retirada do local pelo teto da barraca com a ajuda de um rapaz. "Ele salvou a vida dela", disse a professora Vânia.


Incêndio atingiu barraca de lanches que ficava por trás 
da Central de Aulas da UEPB, em Campina 
Grande — Foto: Verton Ribeiro/Arquivo Pessoal

*Sob supervisão de Krys Carneiro

CAMPINA GRANDE  UEPB


Por Érica Ribeiro*, G1 PB